Oração Ministerial

palestra a pastores em outubro de 2014

 

 

 

 

 

 

RECONHECENDO A GLÓRIA DO SENHOR EM NOSSO MINISTÉRIO - Hb 3.1-19

Quanto mais conhecemos o Senhor, mas sabemos quem realmente somos e como devemos nos comportar diante da santidade de um Deus santo.
Habacuque 3.2 - “Na tua ira, lembra da misericórdia.”
Habacuque não vai a Deus reivindicando direitos.  Ele não ora dizendo que entendia o castigo, mas que eles estavam tentando ser bons. Que havia outros piores.
Ele não pede a Deus que se lembre deles e, virtude de quaisquer  de seus méritos, mas pede que na ira se lembre da misericórdia.
A ira é a perfeita retidão e justiça de Deus. A ira é a única reação santa ao pecado.
A única coisa que ele faz é lembrar a Deus a sua própria natureza, e o outro aspecto de sua natureza perfeita. Ele apela às perfeições divinas. Nada eu tenho, ele diz, senão pedir que atues de acordo contigo mesmo, e no meio da ira tem piedade de nós.
Aqui temos a oração que serve de modelo para todas as outras orações.
1 – Falar com Deus, de acordo com a Palavra de Deus – “Tenho ouvido as tuas declarações e me sinto alarmado.
2 –  Depender de Deus sempre – “aviva a tua obra  e no decorrer dos anos a torna conhecida.”
3 – Saber quem Deus é – “na tua ira, lembra da misericórdia.”

A verdadeira oração vai a Deus por causa de Deus. A cauda da benção é Deus mesmo e sua glória e não nós mesmos.

Não raro esquecemos que Deus não nos deve nada e o fato de chamar alguém para usar é pura bondade dele. Deus não mostra sua glória, ou seja, ele mesmo com suas perfeições e excelências para alguém, com o fim de que esta pessoa possa lhe exigir alguma coisa.
Na Bíblia vários personagens tiveram um encontro com a glória de Deus – mas nem por isso, eles foram colocados num pedestal de proteção – como se fossem intocáveis – muito pelo contrário. Os que tiveram um contato, um vislumbre com as perfeições de Deus. Com a glória de Deus – com as excelências de sua pessoa – todos eles não foram poupados de ter experiências extraordinárias no sentido de serem humilhados para glorificar a Deus.

Vejamos alguns exemplos:
MOISÉS – Moisés teve a visão das visões, a revelação das revelações no Monte Horebe (Ex 3.1-22) onde Deus revela o seu próprio nome a Moisés – YaHWeH, Javé. Deus se revelou a ele de forma grandiosa.
Moisés também teve a grande experiência no Sinai – onde em meio a trovões,  relâmpagos e clangor de trombetas – Moisés falava e Deus respondia (Ex 19.17-23).
Moisés ainda pede para ver a glória de Deus e Deus revela sua bondade e seu nome como manifestação e síntese de tudo o que ele é (Ex 33.17 ao 34.9).
Mas Moisés mesmo com tudo isso, não entrou na terra (Dt 34.1-5).

ISAIAS - O grande profeta Isaias teve sua grande visão do trono de Deus (Is 6.1-7). Esta visão extraordinária. Esta ordenação ao ministério diante do trono de Deus. Tendo sua língua consagrada por serafins. Mesmo assim, Deus diz que ele iria pregar, mas Deus mesmo iria endurecer o coração  do povo, fechar-lhes os ouvidos e os olhos para não ouvir e não entender as palavras de sua pregação (vs 8-11). Esta grande consagração de Isaias não impediu que Deus o fizesse andar nu e descalço por três anos (Is 20. 2-4).

EZEQUIEL - Este profeta teve uma grande, continua e completa da glória de Deus – (Ez 1.1-5, 26; Ez 10). Mas a Ezequiel privilegiado com tanta visão de glória e da glória e de comer o livro quando foi consagrado (chamado) (Ez 2.8 ao 3.3)  – Deus lhe diz ao contrário de Isaias que ele não iria falar a um povo de outra língua, mas ao seu próprio povo – e Deus diz que não seria ouvido nunca (3.4-11). Ezequiel chamado de forma tão sublime é ordenado que coma pão cozinho sobre esterco (EZ 4.9-15).

JEREMIAS - Jeremias não tem na sua vocação (consagração) nenhuma visão de glória, mas simplesmente – “vem a ele a palavra do Senhor” (Jr 1.4). Mas apesar da falta de tanta glória na sua chamada, ao contrário de Isaias e Ezequiel, ele é chamado a falar aos grandes e teria poder sobre reis (Jr 1.7- 11). Mas veja que ele foi desprezado (Jr 6.27- 30); sua oração foi impedida de ser feita (Jr 7. 16); sua alma foi consumida de tristeza (Jr 8.18-22); foi ameaçado de morte por seus conterrâneos, sacerdotes como ele (Jr 11. 18-21); foi esculachado por sua própria família (Jr 12.5-6); foi impedido de casar-se e ter filhos (Jr 16); o rolo que Jeremias escreve é queimado pelo próprio rei (Jr 36.20-26), Jeremias nesta ocasião precisa se esconder. Jeremias acaba preso (Jr 37.16).
NO NOVO TESTAMENTO - Os apóstolos vêem a Transfiguração. O Apóstolo Paulo vê o Senhor Jesus ressuscitado. João em Patmos tem as grandes visões do Apocalipse. Mas, vejam que os apóstolos não tiveram privilégios neste mundo. Sobre o Apóstolo Paulo sabemos de suas dores, suas cadeias etc.

Habacuque conhecia seu oficio e sabia diante de quem estava.

Deus chama alguém para o ministério para salvar vidas da condenação eterna. Para usar de misericórdia com merece a ira. Para perdoar culpados. Para justificar condenados.
Deus chama alguém, quando precisa que alguém morra na fogueira, para a glória de seu nome.
Quando precisa de alguém que seja preso, para glória de seu nome. Quando precisa de alguém que glorifique seu nome.

Habacuque reconheceu a glória de Deus. Veja o que ele diz:
1 – A glória de Deus é inconstestável – vs 3-4
2 – A sua glória é irresistível – vs 5-7
3 – A glória do Senhor se manifesta em sua ira justa – vs 8-12
4 – A glória do Senhor se manifesta em juízo – vs 13 – 16
5 – A glória do Senhor se manifesta em misericórdia para quem confia nele – vs 17-19
Tudo o que desfrutamos que seja a sua justiça é pura misericórdia.
Quando eu ouço alguém dizendo que Deus é justo, eu penso – não, Deus não é justo (mas ele é), pois se fosse usar sua justiça... Na ira, que o Senhor use sua misericórdia conosco.