quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

A religão dos Cananeus - Babilônicos e Egícpios


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Palestra a pastores em julho de 2015
 
 
OS CANANEUS

Os povos conhecidos como “cananeus” na região bíblica era formado de 11 tribos que segundo Gênesis 10.15-19 eram os Heteus, Jebuseus, Amorreus, girgaseus, Heveus, Arqueus, sineus, Arvadeus, Zemareus e Mamateus. Eles se estabeleceram entre Sidom, Gerar, Gaza, Sodoma e Gomorra. Outros cananeus habitaram em outra regiões e formaram outros povos.
Foram alvos de uma maldição, desde que Noé amaldiçoara seu patriarca, Canaã (Gn 9.20-27).
 Os Filisteus que tomaram a terra de Canaã, não eram cananeus (Gn 10.13-14). A terra dos Cananeus é a terra que foi prometida a Abraão (Gn 11.31; 12.5). Não era uma terra densamente ocupada, o que se vê na peregrinação fácil dos Patriarcas Bíblicos desfrutando daquela terra e criando seus rebanhos nelas.
As cidades que ficavam naqueles arredores nos tempos dos patriarcas eram: Siquém (Gn 12.6); Betel e Ai (Gn 12.8); Hebrom (Gn 13.18); Gerar (Gn 20.1) e Berseba (Gn 22.19).
Durante os 400 anos entre Jacó e Moisés, as fontes arqueológicas indicam que o Egito exerceu certo domínio sobre terra dos cananeus. Quando os israelitas saíram do Egito, e os espias foram enviados por Moisés, os povos cananeus estavam organizados em pequenas cidades estados e pequenos reinos.
Os espiais encontraram uma terra rica em frutos e cidades bem fortificadas, como por exemplo, a cidade de Jericó (Nm 13.21-29; Josué 6 e 7).
No tempo de Josué, os cananeus foram vencidos e perderam suas terras, mas sobreviveram misturando-se com outros povos. Salomão casou-se com esposas cananéias e isto contribuiu em muito para a corrupção da nação (1Rs 11). Ainda no tempo de Esdras (460-440 a.C.), bem depois do Cativeiro Babilônico, portanto, o casamento misto com mulheres cananéias ainda era um problema para os israelitas (Ed 9.1-2).
O principal reino cananeu foi o dos Hititas que mais tarde dilui-se entre os Fenícios. Na época de Jesus, os Fenícios eram os principais descendentes dos cananeus. Há uma referência importante sobre isto, no fato de Jesus ter abençoado uma descendente Cananéia, a mulher sírio-fenícia (ou Cananéia) (Mt 15.22 e Mc 7.26).
O que ficou dos cananeus e que por séculos exerceu influência inclusive sobre os israelitas foi sua religião e suas divindades. Como a religião dos cananeus era acompanhada das mais altas perversões, esta cultura sobreviveu e foi seguida por muitos outros povos.

 

                                  A RELIGIÃO DOS CANANEUS
A perversão moral dos cananeus era notória (Gn 15.16 ver também Gn 26.34-35 e 27.46 sobre as esposas cananéias de Esaú). A religião dos cananeus era extremamente degradada e os postes sagrados era todos referência ao órgão sexual masculino. Muitos de seus rituais envolviam depravações sexuais como sexo coletivo em culto à fertilidade da terra e do povo.

As advertências de Deus contra práticas de depravação era pra evitar que o povo israelita incidisse nas profanações dos cananeus (ver Ex 23.24; 34.12-13; Nm 33.52 e Dt 7.5). O incesto (sexo entre familiares)  a sodomia e a bestialidade (sexo com animais) eram práticas comuns entre os cananeus, e isto tornava aqueles povos abomináveis (Lv 18.2-25). Também eram praticados a magia, a feitiçaria e o sacrificio de crianças (Dt 18.9-12).

                                   OS DEUSES CANANEUS
Baal era a principal divindade dos cananeus (Jz 2.12-13). O termo Baal significa dono e era também chamado de Baal Zebub, “senhor da terra”. Era representado com uma clava ou maça, e na mão esquerda um raio com uma ponta de lança. Também era representado com um capacete com chifres. A época de chuvas era atribuído ao ato sexual de Baal com sua esposa, Astarote, que iniciava uma orgia na corte celeste.

Os cananeus para comemorar a fertilidade da terra ofereciam cultos a este fato, e a celebração era com rituais de orgias sexuais com irrestrita devassidão. Os locais de culto eram em bosques ou em altos (2Rs 17.32).

Estes bosques eram considerados sagrados e preparados para estes atos de depravação cultual. Os sacerdotes e sacerdotisas serviam nestes bosques e nos altos e além da prostituição cerimonial, ofereciam outros rituais como o sacrifício de crianças (1Rs 14.23-24; Os 4.13-14; Is 57.5; Jr 7.31 e 19.5).
Baal também era cultuado nos terraços de casas de pessoas com melhores condições e nestes terraços eram oferecidos incensos e sacrifícios para que a fumaça subisse (Jr 32.29).
Cada localidade possuía sua própria representação de Baal, e o Baal local recebia um nome que indicava a localidade de sua adoração específica como: Baal Peor (Nm 25.1-6), Baal - Zefon, Baal – Hazor, Baal-Hermon etc. Embora houvessem muitos “baalins”, entendia-se que havia apenas um Baal que era deus. Outros deuses como Astarote e Moloque também eram cultuados pelos cananeus. Moloque significa “rei” e era um deus de origem amonita (1Rs 11.5-33; Jr 32.35). 
Moloque era associado ao sacrifício de crianças (Lv 20.2-5; 2Cr 28.3; 2Reis 16.3 e 23.10-13).  A arqueologia muitas vezes apresenta Moloque como um ídolo grandioso, com os braços estendidos segurando uma espécie de tonel com fogo onde eram jogadas as crianças para sacrifício.

Os povos cananeus foram vencidos e conquistados por Josué, entre os anos 1400 a 1300 a.C.

 Nesta época muitos israelitas passaram a cultuar deuses cananeus pensando na benção da fertilidade (Jz 2.11-13; 3.5-8). O culto a Baal entre os israelitas voltou com força na época de Salomão (1000 a.C.), quando  este se casou com muitas esposas de outras nacionalidades que ensinaram seus filhos a servir a outros deuses e deusas como Astarote e Moloque, associados ao culto a Baal (1Rs 11 e Jr 32.35).
pós a morte de Salomão, já no reino dividido, foi estabelecido um santuário ao baalismo em Dã e em Betel e em todo o reino do sul (1Rs 14.22-24). Também na época do rei Acabe (940-910 a.C.), quando este se casou com Jezabel, foi introduzido um culto a Baal muito mais explicito e intenso (1RS 16.31-33).
Depois entre os anos 700 a 600 a.C. , o povo israelita em época de idolatria cultuava a Baal, sendo que Ezequias destruiu os altares a Baal, mas seu filho Manassés os reconstruiu (2Rs 21.9-21). O cativeiro Babilônico foi um juízo de Deus sobre esta idolatria (Jr 32.29; 2Cron 33.10-17 e 2Rs 23.4-27 ver também Jr 2.20-27; 3.9-14).

 

OUTROS ÍDOLOS OU DEUSES DOS TEMPOS BÍBLICOS - A ênfase da  revelação divina aos israelitas em adorar ao único Deus (Ex 3.1-18; 20.1-7 e Dt 6.1-20), era extremamente relevante e decisivo, pois cada povo ao redor tinha seus deuses nacionais. Estas divindades espalhavam-se e misturavam-se umas com as outras á medida que alianças, casamentos e conquistas iam acontecendo. As principais divindades da época  bíblica, além de Baal eram os seguintes por nacionalidades:

DEUSES BABILÔNICOS – Babilônia na antiguidade foi uma cidade-estado muito importante e junto com Nínive na Assíria e Damasco na Síria formava um caminho obrigatório na região. O primeiro Império Babilônico é da época de Abraão e teve em Ninrode seu fundador inspirado por uma divindade chamada Marduque. Ninrode é citado na Bíblia em referência á Torre de Babel (Gn 10.11-12).

Babel é Babilônia e significa “portão do céu” ou “porta de El”, caminho para Deus. El era o principal nome para a divindade entre os semitas. Era como o nome “Deus” para as línguas latinas – Deus (português), Dio (italiano), Die (francês), Dios (espanhol). El era “deus” para todas as línguas semíticas. Lembrem-se que em Gênesis, Deus é chamado “El´Ohim, El Shadday, El Olam, El Elyon.

Os deuses Babilônicos antigos (da época do Gênesis) era: El-íl – deus da tempestade; Anu – deus do céu (azul); Ea – deus das águas; Tamuz, o príncipe da corte celeste e filho de El. Marduque, era o deus dos astros e controlador das nações.  Na época de Nabuconosor (Segundo Império Babilônico), El já havia se transformado em Bel (veja os nomes em homenagem à ele – O rei Belsazar e de Daniel como Beltesazar). Havia também adoração a Ishtar, deusa do amor e Ninurta, deus da guerra e da agricultura. Nebo, era o deus da sabedoria. Este aparece no livro de Daniel como Nego, em Adede-Nego, nome dado ao jovem amigo de Daniel (ver Dn 1.7).

DEUSES EGÍPCIOS – Os deuses egípcios são derivados das divindades babilônicas e os principais eram: Osiris, era o mais popular era equivalente ao deus babilônico Tamuz, o príncipe do céu. Isis era uma deusa equivalente à Ishtar, deusa do amor. Hórus, era retratado como uma serpente. Ápis era representado por um touro, que teria existido e considerado a encarnação de Osíris.

  A arqueologia revela que as divindades egípcias reproduziam a perversidade e imoralidade do povo. A deusa Semet, era sanguinária e seu prazer era matar homens, por isso provocava guerras. Rá era medroso e temia que os humanos se destruíssem o que faria dele um solitário, sem adoradores.  A deusa Néftis, dizia-se embriagou seu irmão, o deus Osíris, marido de sua irmã, a deusa Ísis e depois teve relações com ele. O deus Hórus, eram retratados como masturbadores.

 
AS DIVINDADES EGÍPCIAS E AS DEZ PRAGAS.
As dez pragas que sobrevieram aos egípcios, foram humilhações sobre algumas das principais divindades egípcias (Ex 12.12;  Nm 33.4).

A primeira praga (Ex 7.19-21) – A transformação das águas do rio Nilo e de todas as águas em sangue, foi uma demonstração que uma divindade chamada Hápi, que protegia o rio Nilo e as águas potáveis não era nada diante do Deus Verdadeiro.

 A Segunda Praga (Ex 8.5-14) –  Havia uma divindade chamada Het, que era representada por uma rã, por isso as rãs era tidas como símbolo da fertilidade e da ressurreição que era o que esta deusa simbolizava. A praga das rãs foi uma desonra a esta divindade.

A Terceira Praga (Ex 8.16-19) – O poder dos mágicos no Egito vinha de uma divindade chamada Tot e esta praga foi a transformação do pó em piolhos, e os magos egípcios não conseguiram imitá-la nem desfazê-la. Dessa forma esta divindade foi exposta ao ridículo.

A Quarta Praga (Ex 8.23-24) – A invasão de vespas em todo Egito, menos no distrito israelita de Gósem, foi uma derrota do deus Ptah que era tido como o soberano da criação.

A Quinta Praga (Ex 9.1-6) – A pestilência no gado foi uma desonra a algumas divindades como: Ápis, o deus touro; Hator, representada como uma vaca e Nut, também uma vaca onde as estrelas do céu eram fixadas. 

A Sexta Praga (Ex 9.1-6) – As chagas ou obsessos foi uma humilhação explicita às divindades que eram invocadas para curas como Tot, Íses e Ptah. Estas divindades nada puderam fazer para curar os egípcios durante esta praga.

A Sétima Praga (Ex 9.22-26) – A saraivadas (tempestade de granizo, trovões e relâmpagos), foi uma derrota para divindades importantes como Resh´ptu, Ísis e Osíris que se dizia tinham poderes sobre a natureza.

A Oitava Praga (Ex 10.12-15) – Nesta praga houve a invasão de gafanhotos que destruiu as plantações, e uma das divindades mais importantes e populares do Egito era Renenutet que era conhecida como Senhora dos Campos Férteis e Senhora dos Silos. O antigo egípcio achava que ela era responsável pelos cuidados com a colheita, talvez porque nessa época visse cobras se escondendo nos campos.  / Na cidade que recebia o nome de Dja, que os gregos batizaram de Narmouthis e que hoje se chama Medinet Madi, havia um festival anual dedicado à deusa. A cidade situa-se nas margens do lago Moeris, onde os arqueólogos encontraram um complexo de um templo dessa divindade construído por Amenemhet III (c. 1844 a 1797 a.C.) e Amenenhet IV (c. 1799 a 1787 a.C.).  No interior existe uma grande estátua da deusa ladeada por aqueles dois faraós. Os egípcios viram que esta divindade, para eles tão poderosa não conseguiu vencer esta praga.

A Nona Praga (Ex 10.21-23) – Esta foi a praga da escuridão e as divindades desafiadas foram Rá e Hórus, um era a divindade luz, o outro o sol. Havia também Toth, o deus da lua.

A Décima Praga (Ex 11 e 12) – Os faraós eram considerados deuses, filhos de Amon-Rá, a divindade suprema. O primogênito do Faraó era uma divindade, portanto.

 

 

 

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