quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Aula - Cultura bíblica nº 02 - A religião dos cananeus

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Aula em abril de 2016
                 
Vamos continuar com nossa jornada na arqueologia histórica dos tempos bíblicos. Nosso segundo assunto são os cananeus.
     
II - OS CANANEUS

Os povos conhecidos como “cananeus” era formado de 11 tribos que segundo Gênesis 10.15-19 eram os Heteus, Jebuseus, Amorreus, girgaseus, Heveus, Arqueus, sineus, Arvadeus, Zemareus e Mamateus. Eles se estabeleceram entre Sidom, Gerar, Gaza, Sodoma e Gomorra.
Foram alvos de uma maldição, desde que Noé amaldiçoara seu patriarca, Canaã (Gn 9.20-27). Os Filisteus que tomaram a terra de Canaã, não eram cananeus (Gn 10.13-14). A terra dos Cananeus é a terra que foi prometida a Abraão (Gn 11.31; 12.5). Não era uma terra densamente ocupada, o que se vê na peregrinação fácil dos Patriarcas Bíblicos desfrutando daquela terra e criando seus rebanhos nelas. As cidades que ficavam naqueles arredores nos tempos dos patriarcas eram: Siquém (Gn 12.6); Betel e Ai (Gn 12.8); Hebrom (Gn 13.18); Gerar (Gn 20.1) e Berseba (Gn 22.19).
Durante os 400 anos entre Jacó e Moisés, as fontes arqueológicas indicam que o Egito exerceu certo domínio sobre terra dos cananeus. Quando os israelitas saíram do Egito, e os espias foram enviados por Moisés, os povos cananeus estavam organizados em pequenas cidades estados e pequenos reinos.
Os espiais encontraram uma terra rica em frutos e cidades bem fortificadas, como por exemplo, a cidade de Jericó (Nm 13.21-29; Josué 6 e 7). No tempo de Josué, os cananeus foram vencidos e perderam suas terras, mas sobreviveram misturando-se com outros povos. Salomão casou-se com esposas cananéias e isto contribuiu em muito para a corrupção da nação (1Rs 11). Ainda no tempo de Esdras (460-440 a.C.), bem depois do Cativeiro Babilônico, portanto, o casamento misto com mulheres cananéias ainda era um problema para os israelitas (Ed 9.1-2).
O principal reino cananeu foi o dos Hititas que mais tarde dilui-se entre os Fenícios. Na época de Jesus, os Fenícios eram os principais descendentes dos cananeus. Há uma referência importante sobre isto, no fato de Jesus ter abençoado uma descendente Cananéia, a mulher sírio-fenícia (ou Cananéia) (Mt 15.22 e Mc 7.26).
 O que ficou dos cananeus e que por séculos exerceu influência inclusive sobre os israelitas foi sua religião e suas divindades. Como a religião dos cananeus era acompanhada das mais altas perversões, esta cultura sobreviveu e foi seguida por muitos outros povos.

 

                 A RELIGIÃO DOS CANANEUS

A perversão moral dos cananeus era notória (Gn 15.16 ver também Gn 26.34-35 e 27.46 sobre as esposas cananéias de Esaú). A religião dos cananeus era extremamente degradada e os postes sagrados era todos referência ao órgão sexual masculino. Muitos de seus rituais envolviam depravações sexuais como sexo coletivo em culto à fertilidade da terra e do povo.
As advertências de Deus contra práticas de depravação era pra evitar que o povo israelita incidisse nas profanações dos cananeus (ver Ex 23.24; 34.12-13; Nm 33.52 e Dt 7.5). o incesto (sexo entre familiares)  a sodomia e a bestialidade (sexo com animais) eram práticas comuns entre os cananeus, e isto tornava aqueles povos abomináveis (Lv 18.2-25). Também eram praticados a magia, a feitiçaria e o sacrificio de crianças (Dt 18.9-12).

 

                   OS DEUSES CANANEUS
                                                                                           
Baal era a principal divindade dos cananeus (Jz 2.12-13). O termo Baal significa dono e era também chamado de Baal Zebub, “senhor da terra”. Era representado com uma clava ou maça, e na mão esquerda um raio com uma ponta de lança. Também era representado com um capacete com chifres. A época de chuvas era atribuído ao ato sexual de Baal com sua esposa, Astarote, que iniciava uma orgia na corte celeste. 
                                                                                           
Os cananeus para comemorar a fertilidade da terra ofereciam culto a este fato, e a celebração era com rituais de orgias sexuais com irrestrita devassião. Os locais de culto eram em bosques ou em altos (2Rs 17.32). Estes bosques eram considerados sagrados e preparados para estes atos de depravação cultual. Os sacerdotes e sacerdotisas serviam nestes bosques e nos altos e      além da prostituição cerimonial, ofereciam outros rituais como o sacrifício de crianças (1Rs 14.23-24; Os 4.13-14; Is 57.5; Jr 7.31 e 19.5).

Baal também era cultuado nos terraços de casas de pessoas com melhores condições e nestes terraços eram oferecidos incensos e sacrifícios para que a fumaça subisse (Jr 32.29).

Cada localidade possuía sua própria representação de Baal, e o Baal local recebia um nome que indicava a localidade de sua adoração específica como: Baal Peor (Nm 25.1-6), Baal - Zefon, Baal – Hazor, Baal-Hermon etc. Embora houvessem muitos “baalins”, entendia-se que havia apenas um Baal que era deus. Outros deuses como Astarote e Moloque também eram cultuados pelos cananeus. Moloque significa “rei” e era um deus de origem amonita (1Rs 11.5-33; Jr 32.35).                                                                                                                          

Moloque era associado ao sacrifício de crianças (Lv 20.2-5; 2 Cron 28.3; 2Reis 16.3 e 23.10-13).  A arqueologia muitas vezes apresenta Moloque como um ídolo grandioso, com os braços estendidos segurando uma espécie de tonel com fogo onde eram jogadas as crianças para sacrifício. A representação mais antiga, mostra Moloque como um grande ídolo, com uma espécie de fornalha na parte de baixo.

Os povos cananeus foram vencidos e conquistados por Josué, entre os anos 1400 a 1300 a.C.

 Nesta época muito israelitas passaram a cultuar deuses cananeus pensando na benção da fertilidade (Jz 2.11-13; 3.5-8). O culto a Baal entre os israelitas voltou com força na época de Salomão (1000 a.C.), quando  este se casou com muitas esposas de outras nacionalidades que ensinaram seus filhos a servir a outros deuses e deusas como Astarote e Moloque, associados ao culto a Baal (1Rs 11 e Jr 32.35).

Após a morte de Salomão, já no reino dividido, foi estabelecido um santuário ao baalismo em Dã e em Betel e em todo o reino do sul (1Rs 14.22-24). Também na época do rei Acabe (940-910 a.C.), quando este se casou com Jezabel, foi introduzido um culto a Baal muito mais explicito e intenso (1RS 16.31-33).

Depois entre os anos 700 a 600 a.C. , o povo israelita em época de idolatria cultuava a Baal, sendo que Ezequias destruiu os altares a Baal, mas seu filho Manassés os reconstruiu (2Rs 21.9-21). O cativeiro Babilônico foi um juízo de Deus sobre esta idolatria (Jr 32.29; 2Cron 33.10-17 e 2Rs 23.4-27 ver também Jr 2.20-27; 3.9-14).

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