Vamos continuar nossa aula. Hoje vamos ver alguns questões dos deuses babilônicos e egípcios. Também algumas questões importantes sobre os fenícios.
III - OUTROS ÍDOLOS OU DEUSES DOS
TEMPOS BÍBLICOS
A ênfase da revelação divina aos israelitas em adorar ao
único Deus (Ex 3.1-18; 20.1-7 e Dt 6.1-20), era extremamente relevante e
decisivo, pois cada povo ao redor tinha seus deuses nacionais. Estas divindades
espalhavam-se e misturavam-se umas com as outras á medida que alianças,
casamentos e conquistas iam acontecendo.
As principais divindades da
época bíblica, além de Baal eram os
seguintes por nacionalidades:
DEUSES BABILÔNICOS – Babilônia
na antiguidade foi uma cidade-estado muito importante e junto com Nínive na
Assíria e Damasco na Síria formava um caminho obrigatório na região. O primeiro
Império Babilônico é da época de Abraão e teve em Ninrode seu fundador inspirado
por uma divindade chamada Marduque. Ninrode é citado na Bíblia em referência á
Torre de Babel (Gn 10.11-12).Babel é Babilônia e significa “portão do céu” ou “porta de El”, caminho para Deus. El era o principal nome para a divindade entre os semitas. Era como o nome “Deus” para as línguas latinas – Deus (português), Dio (italiano), Die (francês), Dios (espanhol). El era “deus” para todas as línguas semíticas. Lembrem-se que em Gênesis, Deus é chamado “El´Ohim, El Shadday, El Olam, El Elyon.
Os deuses Babilônicos antigos (da época do Gênesis) era: El-íl – deus da tempestade; Anu – deus do céu (azul); Ea – deus das águas; Tamuz, o príncipe da corte celeste e filho de El. Marduque, era o deus dos astros e controlador das nações.
Na época de Nabuconosor (Segundo Império Babilônico), El já havia se transformado em Bel (veja os nomes em homenagem à ele – O rei Belsazar e de Daniel como Beltesazar).
Havia também adoração a Ishtar, deusa do amor e Ninurta, deus da guerra e da agricultura. Nebo, era o deus da sabedoria. Este aparece no livro de Daniel como Nego, em Adede-Nego, nome dado ao jovem amigo de Daniel (ver Dn 1.7).
Os deuses egípcios são derivados das divindades babilônicas e os principais eram: Osiris, era o mais popular era equivalente ao deus babilônico Tamuz, o príncipe do céu. Isis era uma deusa equivalente à Ishtar, deusa do amor. Hórus, era retratado como uma serpente. Ápis era representado por um touro, que teria existido e considerado a encarnação de Osíris.
A arqueologia revela que as divindades egípcias reproduziam a perversidade e imoralidade do povo. A deusa Semet, era sanguinária e seu prazer era matar homens, por isso provocava guerras. Rá era medroso e temia que os humanos se destruíssem o que faria dele um solitário, sem adoradores.
A deusa Néftis, dizia-se embriagou seu irmão, o deus Osíris, marido de sua irmã, a deusa Ísis e depois teve relações com ele. O deus Hórus, eram retratados como masturbadores.
AS DIVINDADES EGÍPCIAS E
AS DEZ PRAGAS.
As dez pragas que sobrevieram
aos egípcios, foram humilhações sobre algumas das principais divindades
egípcias (Ex 12.12; Nm 33.4).
A primeira praga (Ex
7.19-21) – A transformação das águas
do rio Nilo e de todas as águas em sangue, foi uma demonstração que uma
divindade chamada Hápi, que protegia o rio Nilo e as águas potáveis não era
nada diante do Deus Verdadeiro.
A Segunda Praga (Ex
8.5-14) – Havia uma divindade chamada Het, que era
representada por uma rã, por isso as rãs era tidas como símbolo da fertilidade
e da ressurreição que era o que esta deusa simbolizava. A praga das rãs foi uma
desonra a esta divindade.
A Terceira Praga (Ex
8.16-19) – O poder dos mágicos no
Egito vinha de uma divindade chamada Tot e esta praga foi a transformação do pó
em piolhos, e os magos egípcios não conseguiram imitá-la nem desfazê-la. Dessa
forma esta divindade foi exposta ao ridículo.
A Quarta Praga (Ex
8.23-24) – A invasão de vespas em
todo Egito, menos no distrito israelita de Gósem, foi uma derrota do deus Ptah
que era tido como o soberano da criação.
A Quinta Praga (Ex 9.1-6) – A pestilência no gado foi uma desonra a algumas
divindades como: Ápis, o deus touro; Hator, representada como uma vaca e Nut,
também uma vaca onde as estrelas do céu eram fixadas.
A Sexta Praga (Ex 9.1-6) – As chagas ou obsessos foi uma humilhação explicita
às divindades que eram invocadas para curas como Tot, Íses e Ptah. Estas
divindades nada puderam fazer para curar os egípcios durante esta praga.
A Sétima Praga (Ex
9.22-26) – A saraivadas (tempestade
de granizo, trovões e relâmpagos), foi uma derrota para divindades importantes
como Resh´ptu, Ísis e Osíris que se dizia tinham poderes sobre a natureza.
A Oitava Praga (Ex
10.12-15) – Nesta praga houve a
invasão de gafanhotos que destruiu as plantações, e uma das divindades mais
importantes e populares do Egito era Renenutet que era conhecida como Senhora
dos Campos Férteis e Senhora dos Silos. O antigo egípcio achava que
ela era responsável pelos cuidados com a colheita, talvez porque nessa época
visse cobras se escondendo nos campos.
Na cidade que recebia o nome
de Dja, que os gregos batizaram de Narmouthis e que hoje se chama
Medinet Madi, havia um festival anual dedicado à deusa. A cidade situa-se nas
margens do lago Moeris, onde os arqueólogos encontraram um complexo de um
templo dessa divindade construído por Amenemhet III (c. 1844 a 1797 a.C.) e Amenenhet
IV (c. 1799 a 1787 a.C.).
No interior existe uma grande estátua da deusa
ladeada por aqueles dois faraós. Os egípcios viram que esta divindade, para
eles tão poderosa não conseguiu vencer esta praga.
A Nona Praga (Ex 10.21-23) – Esta foi a praga da escuridão e as divindades
desafiadas foram Rá e Hórus, um era a divindade luz, o outro o sol. Havia
também Toth, o deus da lua.
A Décima Praga (Ex 11 e
12) – Os faraós eram considerados
deuses, filhos de Amon-Rá, a divindade suprema. O primogênito do Faraó era uma
divindade, portanto.
V- A FENÍCIA
A Fenícia (Ou Líbano) estava
localizada no litoral do Mediterrâneo, onde hoje fica o Libano. Estava limitada
ao norte pelo Golfo de Issus, a leste pelo Mediterrâneo, a oeste por uma cadeia
de montanhas e ao sul pelo Monte Carmelo. As principais cidades eram Sidon,
Tiro e Ugarit. Eram de origem semita, mas fontes arqueológicas indicam que
desde os mais antigos tempos (2000 a.C) haviam se misturado etnicamente com os
egeus, descendentes de Jafé e ancestrais dos gregos. Os fenícios estavam na mesma terra dos cananeus, mas houve pouca mistura com esta etnia. Até o ano 1300 a.C. época bíblica dos primeiros juízes as cidade de Biblos e Ugarit erama as cidades mais evoluídas da região. Biblos até hoje é lembrada, pois é de onde vem o nome Bíblia (biblioteca), famosa por causa do papiro (biblo). Esta cidade se notabilizou porque trocava a sua madeira pelo papiro do Egito. Ugarit se notabilizou por seu comércio com toda a região Ásia, até onde podia alcançar.
Outra cidade famosa é Sídon que também estabeleceu uma rede comercial, na época de alcance mundial, pois atravessava os mares. Há indícios de ter chegado até ao continente americano, na época com populações muito primitivas.
A cidade de Tiro também, é muito mencionada na Bíblia, em muitas profecias devido ao seu comercio explorador e opressor. Seu rei é usado inclusive como um tipo de Satanás em Ezequiel 28.11-19 (ver outras profecias contra Tiro em Is 23.1-18; Jr 25.22; Ez 26.1-29; Jl 3.4-8; Amós 1.9-10). Tiro e Sídon, são mencionadas junto em Esdras 3.7.
A ECONOMIA FENÍCIA
O espaço geográfico da Fenícia era pequeno, mas foi aproveitado ao máximo
com a agricultura que era estendida desde as planícies até as encostas e altos
dos montes. Produzia-se principalmente cereais, mas também videiras e
oliveiras. Produziam azeite e vinho em abundância tanto para consumo local como
para exportação.
Havia também uma densa
floresta, que era muito bem explorada e de onde se tirava madeira para
construção de navios. Os fenícios eram também notáveis navegadores. Um fato notável do uso das madeiras fenícias foi a construção do Templo de Jerusalém. Outro fato, é que as madeiras da Fenícia, era usada para construções de palácios na Assíria e Babilônia.
Eram também produtores pioneiros de metais, vidros e tecidos. Produziam também joias e adornos em ouro, prata e marfim. Foram também pioneiros no uso de tintura natural de tecidos, tirados de um molusco chamado múrice. Este molusco era encontrado em grande quantidade no litoral sírio e deu aos fenícios, com a descoberta desta tintura uma qualidade superior aos seus tecidos na época. Tudo isso, tornou os fenícios em uma das sociedades urbanas mais avançadas nos tempos paralelos aos acontecimentos bíblicos do Antigo Testamento.
A situação geográfica da região, sua riqueza em madeiras e o desenvolvimento da metalurgia perimiram aos fenícios, a expansão da navegação e do comércio. Além do pescado, vinho, azeite, madeiras e da produção artesanal de joias e tecidos, também negociavam com escravos obtidos nos países com quem mantinham relações comerciais.
Os fenícios foram um dos primeiros povos a explorar os mares. As rotas comerciais fenícias se espalharam por todo o Mediterrâneo, onde foram estabelecidas feitorias e colônias, como Cartago (na costa da África), além da obtenção de concessões comerciais. Somente a partir do século VI a.C (anos 500 a.C.), com a expansão comercial dos gregos, fez com que os fenícios entraram em declínio.
A ESCRITA DOS
FENÍCIOS
A escrita foi uma das maiores
contribuições fenícias até hoje. Tinha 22 letras, todas consoantes e
influenciou os alfabetos aramaico, hebraico, grego, latino e russo. A própria
palavra alfabeto é derivado do nome das duas principais letras fenícias: Aleph
(touro) e Beth (casa) que são usadas no hebraico até hoje. Também o grego tem
alfa e beta como as principais letras. A e B para os latinos. As letras antes
dos fenícios eram a famosa escrita hieróglifos e cuneiformes, baseados em
símbolos. Uma das mais preciosas fonte de escrita antiga foi encontrada em Ugarit onde havia uma ampla biblioteca. Como muito dessa biblioteca foi escrita em papiro, não resistiu ao tempo, mas o que foi escrito em argila chegaram até nossos dias. São os famosos textos ugaríticos de onde se têm as melhores informações sobre o mundo antigo. Neste textos Ugaríticos se encontram textos mitológicos, religiosos, hinos, correspondências e muitas informações sobre costumes, religião e deuses dos povos vizinhos.
A RELIGIÃO FENÍCIA
A religião dos fenícios era
caracterizada pelo culto aos deuses e tiros agrários, com divindades ligadas à
fertilidade e fecundidade. Com maior integração entre os semitas (Hebreus,
Filisteus, Assírios e Babilônicos), houve importação de divindades. Os deuses
fenícios eram chamados de Baalins (de Baal, senhor), e cada cidade possuía o
seu Baal. Merqat era o baal de Tiro; Dagon, o baal do litoral (cultuado também
pelos filisteus ver o episódio de Sansão no templo de Dagon em Jz 16.23ss), cultuado em Asdod; Eshmum era o
baal de Sídon. Em algumas cidades uma deusa feminina chamada Baalat (Senhora)
era cultuada. Aserat ou Aserá era a deusa da fertilidade e da maternidade e em
Jr 7.18 e 44.18 é chamada de “rainha dos céus”.
Os templos era sempre
construídos em lugares altos e tinha grande importância na vida da sociedade. A
eles pertencia boa parte das terra e a função sacerdotal era privilégio de
famílias importantes e consideradas escolhidas para isso.
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