quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Aula - Cultura Bíblica nº 06 - Vestimentas e enfeites

Aula em maio de 2016


             PARTE DOIS -  CULTURA BÍBLICA

                           AS CASAS DOS TEMPOS BÍBLICOS

No hebraico, casa é – bet – e designa tanto a tenda, a humilde morada do camponês, como o palácio do rei e o santuário, habitação de Deus. As casas mais comuns, eram construídas com tijolos cruz ou cozidos em geral em torno de um pátio, onde as crianças brincavam, os animais circulava,, geralmente uma ou duas cabras e os pais cuidavam de seus afazeres. O pátio tinha um poço ou uma cisterna, um buraco onde se armazenava água (2Sm 17.18), uma bacia, para o banho e lavagem dos pés. Os que tinham um pouco mais de posse possuíam também uma eira (local para armazenar cereais). As casas em sua maioria eram estreitas, mas possuíam um terraço (eirado) onde poderia haver mais um ou dois cômodos. Nestes terraços também eram feitas adorações à divindades.

As casas mais ricas possuíam três andares. As casas mais pobres poderiam ser feitas de terra batida.  Os ricos possuíam quartos para dormir, salas de jantas e braseiros eram colocados no inverno para aquecer. Os mais pobres não tinham divisões na casa e muitos tinham apenas um ou dois cômodos e à noite encostava-se a cama na porta a fim de se precaver de ladrões.  Iluminação dos mais ricos eram candelabros de metal ou cerâmica, dos mais pobres era lamparinas de azeite.

Evitava-se construções de casas de madeiras por segurança, e a maioria das casas eram de pedras, tijolos ou barro (Is 9.10 e Am 5.11).  Muitas pessoas de posses e influentes, construíam no alto da muralhas ou nas partes mais altas da cidade sobre rochas, como Raabe, por exemplo (ver Jos 2.15; Mt 7.24).
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 como era dividida a casa
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                 AS VESTIMENTAS DOS TEMPOS BÍBLICOS

Em geral as vestimentas da família eram feitas em casa pela mulher, ou por uma fiandeira que atendia a vizinhança. As mais ricas tinham suas servas, que trabalhavam para casa, produzindo as roupas da casa com tecidos finos (Pv 31-13-22).

Nos tempos mais antigos a mulher ficava sempre em casa, a mulher fiava, tecia e tingia seus tecidos (Ex 35.25; Pv 31.19 e 2Sm 3.29). Fiar era o passatempo útil das mulheres.  A lã de carneiro constituía a matéria-prima mais comum das fiandeiras (Dt 22.11). Ela era tosada, levada, cardada, tingida e depois fiada (Is 19.9).

 O linho também era empregado, porém menos do que no Egito, por exemplo, onde era a matéria essencial das roupas e movimentava a indústria têxtil. A tecelagem também era atividade importante, por isso as mulheres mais ricas possuíam muitas servas para este serviço. Os tecidos de luxo em Israel eram reservados para o uso sagrado e para as vestes das pessoas mais importantes (1Cron 4.21)

Existia também o tecelão especializado que fabricava tecidos, lençóis, cintos e tendas de pelo de cabra (Is 38.12 e Jó 7.6).

O vestuário obedecia muito mais o critério da funcionalidade do que a moda ou estilo. Homens e mulheres usavam túnicas longas e soltas, feitas de lã ou linho, sobre camisolas compridas por baixo. Em algumas localidades, as mulheres usavam véus, e as mais enfeitadas usavam franjas e bordados em suas roupas.

As roupas do dia a dia, eram em geral monocromáticas, as usadas em ocasiões festivas ou cerimônias religiosas eram coloridas, tanto de homens como de mulheres (ver Gn 37.3). Os tecidos eram coloridos com corantes naturais. O laranja vinha da flor do açafrão, a azul da casca da romã e a púrpura, que era a cor real e dos nobres, vinha das conchas do múrice.

Os cintos prendiam as roupas e as faixas de tecido dobrado levavam dinheiro. As roupas de homens e mulheres eram idênticas, exceto que a do homem era até o joelho e a da mulher era mais comprida, indo até próximo aos pés. No dia a dia, geralmente as roupas dos homens eram coloridas e a das mulheres de uma cor só, no máximo duas cores.

No inverno, além da túnica, usava-se também um manto (Mt 5.40 e Lc 6.29). o manto feminino era largo e podia ser usado para cobrir também a cabeça descendo até a cintura.
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Resultado de imagem para vestimenta tempos biblicosvestimentas de uma família


 

               OS ENFEITES DOS TEMPOS BÍBLICOS

As joias eram parte da beleza da mulher desde os tempos mais antigos (ver Gn 24.22 - 53). O próprio Apocalipse recorre ao brilhos das pedras preciosas para descrever o esplendor a Nova Jerusalém, a igreja glorificada (ver Apocalipse 21).

As mulheres costumavam usar muitos recursos para embelezar-se como maquiagem, enfeites e tratamento  de cabelo. Isaías descreve  em detalhes as ornamentações usadas pelas mulheres (Is 3.18-21).

Os homens usavam anéis que eram símbolos de autoridade – as mulheres usavam pulseiras, braceletes, pingentes no nariz e enfeites nos tornozelos, além de colares, brincos e diademas.  Os homens importantes suavam sinetes nas mãos que serviam também para selo.  O profeta Jeremias, usa um sinete para a compra de um terreno em Anatote (Jr 32.10-14). Judá dá o seu sinete em troca de sexo à sua nora, pensando ser ela uma prostituta  (Gn 38).

Para cobrir a cabeça, a mulher usava turbantes, redes, faixas de linho ou seda, lenço de pano, chapéu ou véu. O véu era uma indumentária importante, que se serviam dele para exprimir sentimentos de pudor, temor ou amor.  Nada indica que a mulher de Israel era obrigada a cobrir sistematicamente o rosto. Em algumas tribos isso era um hábito. Os cabelos femininos eram sempre bem cuidados, com frequência com penteados e tranças e sempre cobertos. Os cabelos da mulher só poderiam ser soltos diante do marido. Cabelos soltos equivalia à nudez e somente as prostitutas andavam de cabelos soltos a fim de se mostrarem aos homens.

Os cabelos dos homens eram abundantes, e nunca se cortava as pontas da cabeleira, que era um costume pagão. A barba era como um ornamento do
homem e se identificava como sua honradez. Todos os homens usavam barba. O homem jamais andava com o alto da cabeça descoberto.


OS CALÇADOS DOS TEMPOS BÍBLICOS

A sandália era o tipo mais usado e era feito com um solado de couro preso por uma ou mais tiras ou correias também de couro (Gn 14.23;  Ex 3.5; Dt 29.5; João 1.27; Is 5.27, Ez 16.10) . Os egípcios usavam solas de madeira ou palha trançada. Os Hititas tinham calçados altos de ponta bem alongada e curvada para cima.

A mais antiga gravura de calçados usados em Israel data da época dos patriarcas (1900 a.C.), e os homens estão de sandálias e as mulheres de botinas de couro trançado que vão até acima do tornozelo.  Alguns desenhos antigos, nos informam que os calçados femininos no inverno era tipo botas de couro e nas épocas mais quentes era sandálias ou tamancos, muitas vezes enfeitados com pequenos sinos.

Para o homem na Bíblia, o calçado possuía um significado importante. Ele deveria ficar descalço em lugares e cerimônias sagradas, durante o luto e para confirmar uma transação importante, como uma transferência de propriedade. Também ele tirava o calçado diante de autoridades ou uma audiência com um juiz, sacerdote ou soberano (Ver Ex 3.5; Jos 5.15; 2Sm 15.30; Is 20.1-4 ver também Rute 4.7 e Amós 2.6 e 8.6). Quando um cunhado se recusava a casar com a cunhada que ficou viúva e sem filhos, ele deveria sofrer a humilhação pública prescrita, onde a mulher desprezada tirava seu calçado e cuspia-lhe no rosto ( Dt 25.9; 25.10)
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Resultado de imagem para calcados tempos biblicoscalçado dos tempos bíblicos
 
 
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                 A HIGIENE NOS TEMPOS BÍBLICOS

A importância da higiene pessoal nos tempos bíblicos é destacada tanto pelos textos bíblicos como pela arqueologia que confirma a Bíblia. O lavar-se representava a pureza (ver Numeros 19.7-19). Este lavar-se não era apenas parcial, de imersão total do homem ou da mulher em água corrente ou num reservatório ritual (ver 2Reis 5.10-14; Isaias 1.16 ver toda a simbologia disto em Ezequiel 47). A importância da imersão na purificação está na origem do batismo de João Batista que originou o batismo cristão.

A ablução (lavagem de parte do corpo). As abluções (lavagem parcial) das mãos e dos pés, sobretudo no caso dos sacerdotes tinham uma frequência quase obsessiva; a cada refeição, em todas as ocasiões das cerimônias tanto rituais como do dia a dia. Ao chegar um hóspede, oferecia-se água e bacia.

Nas casas ricas, havia bacias  fixas, e as escravas procediam à lavagem dos pés do amo e de seus hóspedes (Gn 18.4; Jz 19.21 e 1Sm 25.41). Antes de dormir e depois de levantar-se, os hebreus costumavam lavar-se. (ver Cantares 5.3). O issopo, um material esponjoso, sabão e outros materiais eram utilizados na limpeza tanto dos corpos como sãs roupas (Jó 9.30 e Sl 51.7).

Geralmente após o banho, os israelitas tinham o hábito de passar óleo no corpo, para não ressecar a pele. Isto não era um luxo, mas uma necessidade. Consta que no reinado de Ramsés III (cerca de 1.160 a.C.), os escravos  entraram em greve, pois seus donos os alimentavam mal e se recusavam a lhes dar o óleo perfumado para unção dos corpos que o sol ressecava e por causa do ressecamento da pele pelo uso das saponárias. Apenas as pessoas de luto não usavam perfumes após a higiene.

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