sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Aula - Cultura Bíblica nº07 - Medicina, almentação, pesos e medida

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Aula em maio de 2016
 
Continuamos nossa aula, agora em questões tão diferentes das da nossa cultura como, medicina, alimentação, pesos e medidas.
 
  A MEDICINA NOS TEMPOS BÍBLICOS
Desde as primeiras civilizações os médicos existiam, mas a arte da medicina ou o uso de remédios e outras práticas na cultura hebraica, além dos médicos, também os sacerdotes, parteiras e até profetas desempenhavam funções médicas. Os embalsamadores e certas categorias de místicos também eram honrados com o título de médico. O  homem bíblico era um religioso por natureza, havia poucas pessoas racionalistas, a maioria eram ou crentes em algum deus ou cheio de superstições. O certo é que criam em alguma esfera sobrenatural.
O hebreu, particularmente atribuía tudo a Deus e à sua vontade.
A Bíblia revela que os hebreus tinham conhecimentos médicos e da anatomia humana indiscutíveis. Os nomes, as funções das partes do corpo e os músculos do homem são detalhados com tanta precisão que as línguas modernas não possuem todos os equivalentes para essa diversificadíssima terminologia. Noções de fisiologia transparecem nas expressões que identificam o sangue ou a respiração com a própria vida.
O movimento da sangue era conhecido dos antigos. O papel da limpeza era fundamental para a saúde. A limpeza ritual era tão importante que foi associada ao dia a dia. As leis de teor religiosas levavam as pessoas a não comerem carne estragada, a detectar em suas fezes os menores sinais de doenças, a banir todo alimento impuro e a evitar comer sangue.
Ele nunca comia carne de animas que se alimentavam de sangue, pois este se tornava transmissor de doenças e parasitas. Pessoalmente, o corpo deveria ser lavado em várias circunstâncias no dia a dia.  Até mesmo o soldado deveria observar regras de limpeza (ver Dt 23.10 ss).
A higiene sexual também, era importante na vida do casal, obrigado a lavar-se depois de cada relação e abster-se do sexo durante a menstruação da mulher. A Bíblia cita oitenta e cinco vezes o coração como o centro e sede da vida, da sensibilidade e do pensamento humano.
 No livro de Samuel é descrito com grande precisão clínica que Nabal sofre um infarto que o paralisa e dez dias depois tem um segundo infarto que o leva à morte (1Sm 25.36 -39). O escritor bíblico sabe diagnosticar e descrever os distúrbios circulatórios de que sofre o velho rei Davi e a arteriosclerose do rei Asa e terrível doença do rei Jeorão (1 Rs 1.1; 15.23 e 2Cron 21.19).
Eram bem conhecidas técnicas de correção em membros do corpo com lesões graves com fratura no braço ou na perna (Ez 30.21). Os egípcios eram mestres da medicina na época, basta ver os processos de mumificação que são objetos de estudos até hoje. As doenças contagiosas são tratadas na época Bíblica com o isolamento do doente, para evitar o contágio. Os remédios eram feitos à base de óleos que exerciam funções de limpeza, cicatrização e precaução contra infecções.
Resultado de imagem para pão nos tempos biblicos A ALIMENTAÇÃO DOS TEMPOS BÍBLICOS
A alimentação na cultura bíblica ocupa um lugar diferente do que significa hoje, numa cultura consumista e que “vive para comer”. O lugar que a alimentação ocupava nos tempos bíblicos tem seu significado revelado no seu significado sacrificial ou cultual. O alimento era considerado uma dádiva divina, por isso quase todos os cultos começavam e terminavam com refeições. Os povos idólatras também tinham esta consciência, só que deturpada e por considerarem que o alimento vinha dos deuses ofereciam a eles grandes banquetes, como as orgias romanas. As festas pagãs eram feitas com uma grande mistura de comida e sexo, pois eram a expressão da fertilidade, tanto humana quanto da terra.
O alimento básico dos hebreus era o pão, que representava a dádiva mais importante da provisão divina (Jesus disse que era o pão do céu). O pão e o vinho simbolizavam toda a comida do ser humano (Gn 14.18; Dt 29.5; Jz 19.19; Jos 9.4-5 e Lm 2.12). O cardápio principal era composto de trigo, cevada, e frutas como uva, figo, romã, azeitona, tâmaras e maças. Havia também carnes de boi, de carneiro e legumes. O azeite ocupava um lugar central nas refeições.
Os cereais fornecem toda sorte de pães, biscoitos, bolos, sopas e outras iguarias.
O vinho era apreciado em todas as etapas de sua fermentação em suco e mosto. O figo enfeitava as mesas e também era conservado como fruta seca para o inverno.  Os hebreus colhiam nos campos várias fontes de alimentos como amêndoas, avelãs, mandrágoras e pistaches. Eles cultivavam favas, lentilha, cebolas, abóbora e melancias. São mencionados na Bíblia e em outras literaturas hebraicas todo tipo de ervas amargas, usadas em sopas ou saladas. Estas ervas não são identificáveis hoje facilmente.
A carne e o peixe eram alimentos de luxo, reservados às festas, ao sábados e às grandes festividades e ocasiões nobres.
Os hebreus comiam os animais de seus rebanhos e também peixes providos de escamas e nadadeiras. Os peixes vinhas do mar, dos lagos e dos rios. Não havia criação de peixes em lugares particulares. Em Jerusalém, depois do Cativeiro, havia a Porta do Peixe, serivda por um mercado de peixe abastecidas por comerciantes sírios (Sof 1.10; Ne 3.3 e 12.39; 2 Cron 33.14 ). Comiam certas espécies de gafanhotos, aves e pássaros, desde que fossem declarados como puro pela Lei. Gansos eram preparados em festas. O consumo e criação de galinhas foi popularizada a partir do Império Persa. O hebreu bíblico, aquele que se mantinha fiel a Deus não violava as regras da dieta prevista pela lei. Ele consumia apenas a carne de animal abatido ritualisticamente, que era degolado e sangrado previamente a fim de não ingerir seu sangue (ver Lv 17.10-13; Dt 12.6).
A carne provinha de animais oferecidos no altar do Templo, isto pelo até a época do Cativeiro Babilônico. Ao que parece antes deste tempo, não era pratica matar animais fora dos sacrifícios. Muitos intérpretes acreditam que a carne consumida pelos hebreus deveria ser de animais mortos nos lugares sagrados e sacrificados com a presença de um sacerdote.
Este seria um dos motivos de muitas famílias contratarem seus próprios sacerdotes (ver  Jz 17 e 18). Com já mencionado, os galináceos foram incluídos na dieta popular a partir do século VI pelos persas, por isso, antes deste período não era comum o consumo de ovos.
Os ovos eram colhidos em ninhos e seu consumo era raro e usados para culinária de pessoas de gosto sofisticado (ver Lv Is 10.14. Dt 22.6; Jr 17.11 e Jó 39.14-15). O mel era muito apreciado, e era símbolo do prazer humano por sua doçura e pelo prazer com que as pessoas o consumiam.
Um ingrediente importantíssimo era o sal que acompanhava obrigatoriamente todos os sacrifícios e tinha inúmeros empregos litúrgicos e gastronômicos (Lv 2.13 e Ez 43.24).
A aliança feita por Deus com seu povo, é uma aliança de sal (ver Nm 18.19; 2 Cron 13.4-5). Os povos antigos, consideravam o sal como uma dádiva divina e uma das descobertas mais preciosas e por isso era caro também.  O sal também era misturado aos ingredientes do incenso e servia para a fabricação de remédios. Eram também usado para curtir couros, conservar carnes e peixes, preparar azeitonas e as conserva de vários alimentos.
AS REFEIÇÕES
As refeições eram feitas duas vezes ao dia, ao meio-dia e á noite. A mais substanciosa à noite, após a jornada de trabalho (Gn 43.16-25; 1 Rs 20.16; Rt 2.14-17).
As refeições são feitas em mesas, a que se senta em cadeiras baixas, tanto a mesa quanto as cadeiras não eram altas como hoje. Havia também o costume de colocar as refeições em cima de esteiras específicas e as pessoas ficavam sentadas em pequenos tapetes ( Gn 27.19; 37.25; 1Sm 20.24). Entre os ricos e abastados, desenvolveu-se o hábito de comer estendidos em divãs. O profeta Amós faz uma denúncia grave contra aqueles que, indiferentes aos pobres, comem cordeiros, deitados em divãs de marfim, bebendo vinho e em orgias (Amós 6).
O pão acompanhava a carne e sopas. Era embebido em molhos dispostos em tigelas no centro da mesa ou da esteira. Era comido com as mãos e o uso de facas, colheres e garfos eram de uso mais restrito à algumas ocasiões especiais.
  PESO, MEDIDAS E O DINHEIRO DOS TEMPOS BÍBLICOS
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As medidas de comprimento devem sua denominação ao nome dos membros do corpo humano. Côvado (amma), o palmo (zeret). A mão (tefah), o dedo (esba), a vara (qaneh) e enfim, a braça (gomed). A avaliação das diferentes medidas parece impossível de determinar hoje, pois não há um padrão fixo. O que temos hoje é uma definição aproximada.  As principais formas de medidas e pesos são as seguintes:
MEDIDAS LINEARES OU EM LINHA. Resultado de imagem para dracma nos tempos biblicos
1 Côvado– 2 palmos – 44,5 cm
1 Côvado longo – 7 larguras da mão – cerca de 51,8 cm (o mesmo que côvado anterior – 2 Cron 3.3).
1 Côvado curto – 38 cm
1 Cana  - igual a 6 côvados – 2,67cm
1Cana longa – 6 côvados longos – 3,11 cm
1 Braça – 1,8 m
Um estádio – 185 m
Milha ou mil passos – provavelmente  1.479, 5m
Jornada de um dia – cerca de 32 km
Jornada de um sábado – cerca de 1 Km (ver Mt 24.20 e At 1.12)
MEDIDAS DE CAPACIDADE
a) Para Líquidos
1 logue,  igual  ¼ de cado – 0,31 lt
1 cabo, igual a 4 logues – 1,22 lt
1 him, igual a 3 cabos  - 3,67 lt
1 bato, igual a 6 hins – 22lt
1 coro, igual a 10 batos – 220 lt
b) Para Secos
1 cabo, igual a 4 logues – 1,22 lt
1 Gomer, igual a 1 ¼ cabo – 2,2 lt
1 seá, 7,30 lt
1 efa – 22 lt
1 ômer, igual a 10 efas – 220 lt
 Quando a Bíblia menciona “a décima parte” , geralmente se refere a décima parte de um efa (Ex 29.40; Lv 14.10; 23.13,17; Nm 15.4).
Seis medidas de cevada(Rt 3.15) são seis seás.
 MEDIDAS DE PESOS
 1 gera, igual a 0.57 g
1 beca, meio siclo – 10 geras ou 5,7 g
1 siclo, igual a 2 becas ou 11,4 g
1 mina, igual a 50 ciclos ou 570 g
1 talento, igual a 60 minas ou 34,2 kg
 O DINHEIRO
No dias de Abraão, as  trocas já haviam sido substituídas por metais preciosos, mas ainda não se usava moeda-padrão, cunhada, como séculos mais tarde se tornou normal. Estes metais eram prata, ouro e outros metais que em forma de argolas, pulseiras, pequenas estátuas (ídolos) com pesos específicos eram usadas como dinheiro (ver Genesis 24.22; 31.19-35 e Jos 7.21). Estátuas, chamadas de terafins, também serviam de símbolo de propriedade, como uma escritura hoje.
As primeira moedas surgiram por volta do século VIII (anos 700 a.C). Os israelitas passaram a usar moedas depois do Cativeiro Babilônico. São mencionados os “Dáricos” (moedas cunhadas por Dario) (1Cron 29.7 e Ed 8.27) e Dracmas (Ed 269; Ne 7.70-72). Um Dárico de ouro pesava 8,4 g de ouro o que em dólar seria cem dólares aproximadamente.
Mais tarde entre os israelitas havia cinco valores principais:
1 Gera, igual a meio siclo - equivalente a dez cents em dólares.
1 Beca, igual a dez geras – equivalente a um dólar e dez cents.
1 Siclo, igual a duas becas – equivalente a dois dólares e vinte cents.
1 Mina, igual a 50 ciclos – equivalente a cento e dez dólares.
1 Talento, a 60 Minas – equivalente a  seis mil e seiscentos e seis dólares.
No Novo Testamento os valores mais conhecidos são o Denário (romano), a dracma (grego), a didracma (grego) e o estáter (grego) – (ver Mt 5.26; 10.29; 17.24-27; 20.10; Mc 12.42; Lc 12.6 e 59; 15.8 e 21.2).
Os valores aproximados em dolar seriam os seguintes:
1 Denário, aproximadamente -  80 cents.
1 Dracma, aproximadamente – 70 cents.
1 Didracma – Um dólar e trinta cents.
1 Tetradracma – Dois dólares e sessenta cents.
1 Mina – 100 dracmas – 70 mil dólares.
1 Talento – 60 Minas.
 

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