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A OBRA DE CRISTO E A DOUTRINA DA SALVAÇÃO – A SOTERIOLOGIA.
A obra de Cristo foi completa e comprou para nós a salvação. Não há outra maneira ou meio de sermos salvos (At 4.12).
Seis aspectos da grandiosa obra de Cristo, são demonstradas em um só versículo em 1 Timóteo 3.16 – “ Grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne, foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória.”
O que significa cada descrição:
1 – MANIFESTADO NA CARNE – Quer dizer que Deus foi visto na forma humana de Jesus. “...e vimos a sua glória, glória como unigênito do Pai.” (João 1.14)
2 - JUSTIFICADO EM ESPÍRITO – Significa que o ministério de Jesus foi desempenhado no poder do Espírito Santo. Ele foi concebido pelo poder do Espírito Santo, cheio do Espírito, ungido pelo Espírito, ofereceu-se como sacrifício a Deus pelo Espírito e pelo mesmo Espírito foi ressurreto de entre os mortos, e deu o Espírito à igreja. Lucas 1.35 – “ descerá sobre ti o Espírito Santo...o ser santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.”
3 – CONTEMPLADO POR ANJOS – Destaca que sua vida humana foi objeto de grande interesse e maravilhou os anjos. As poucas manifestações de anjos nos evangelhos já são suficientes para vermos a admiração intensa de todos os aspectos da vida e obra do Senhor Jesus. Basta lembrar as doze legiões de anjos que estavam ao seu dispor no momento da sua traição (Mt 26.53). 1Pe 1.12 - “...estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos desejam perscrutar.”
4 – PREGADOS ENTRE OS GENTIOS - É anunciado que Jesus não se restringiu aos judeus, mas a mensagem de salvação foi anunciada ao mundo gentilico. Mt 28.19 – “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações...”
5 – CRIDO NO MUNDO – Realça o saldo positivo da pregação às nações do Evangelho de Cristo. O Evangelho foi pregado às nações, e não apenas pregado, mas também crido. Sua mensagem quando recebida, gera perdão dos pecados e salvação eterna. Ap 7.9 – Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e linguas, em pé diante do trono e diante do cordeiro, vestidos de vestiduras brancas...”
6 – RECEBIDO NA GLÓRIA – Salienta o desfecho vitorioso da obra do Deus Filho neste mundo. Fp 2.8-11- “a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz, pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu um nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todos joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.”
A obra de Cristo pode ser descrita nos seguintes estágios:
1 – Pré encarnado – Sua obra de criado e sustentador do universo.
2 – Encarnado – Sua obra de revelar a Deus.
3 – Crucificado – sua obra de reconciliar o ser humano com Deus.
4 – Ressuscitado – sua obra de destruir o reino do diabo, que são suas obras más.
5 – Glorificado – sua obra mediadora, sua obra completa proporciona a salvação à humanidade, fazendo a vontade do Pai.
6 – Sua obra na igreja – Sua obra através da igreja, onde ele age através do poder do seu nome.
7 – Coroado – Sua obra de senhorio universal no fim de todas as coisas.
A OBRA DE CRISTO SEGUNDO O NOVO TESTAMENTO
A morte de Cristo é central na doutrina
cristã e fundamental à fé cristã. A mensagem da igreja primitiva foi marcada
por esta doutrina, sem a qual não existiria o cristianismo. 1Cor 15.3 – “antes
de tudo, vos entreguei o que também recebi; que Cristo morreu por nossos
pecados, segundo as Escrituras.”Os pontos principais sobre a morte de Cristo são:
1 – Sua paixão e morte foram pré-ordenadas e necessárias.
A morte de Jesus não foi um acidente histórico, nem um plano emergencial de Deus. Muito menos foi uma tragédia, mas foi sim, uma estratégia divina, um plano eterno.
2 Timóteo 1.9-10 - “Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos;
E que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho;”
O seu sofrimento não era consequência de um acaso, fatalidade ou apenas fruto de decisões humanas – mas era propósito divino.
João 12.27 – “agora está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora?
O seu sofrimento era cumprimento das Escrituras
Marcos 9.12 – “como está escrito do Filho do homem, que ele deva padecer muito e ser aviltado.”
Depois de sua ressurreição, ele afirmou que sua morte era para cumprir as Escrituras e cobra os discípulos por terem esquecido este fato:
Lc 24. 25-27 – “Jesus lhes disse: Ó nescios e tardos de coração para crer em tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória?”
2 – Sua morte é apresentado em termos sacrificiais, como cumprimento dos sacrifícios do Antigo Testamento.
a) O cumprimento da páscoa. Jesus fez questão de usar a celebração da páscoa como pano de fundo da sua morte (Lc 22.15-16), Paulo escrevendo aos corintios afirmou este fato em 1Cor 5.7 – “...Cristo, como nosso cordeiro pascal foi imolado.”
b) Sua morte é uma confirmação da Antiga Aliança e o estabelecimento da Nova Aliança. Jesus fez questão de salientar o simbolismo do pacto. Lucas 22.20 – “Este é o cálice da nossa aliança no meu sangue derramado em favor de vós.”
Jesus está fazendo uma nova aliança com os membros da antiga aliança e chamando outros para que participem. A igreja é o “novo Israel”. A Nova Aliança tem inicio com a morte e ressurreição de Jesus Cristo. A Nova Aliança é o pacto de salvação entre Deus e o seu povo. Seu novo povo. A Igreja de Jesus.
3 – Sua morte estabelece o livre acesso a Deus, isto é representado no Véu do Templo rasgado de alto a baixo – A morte sacrificial de Jesus Cristo, estabelece o livre acesso a presença de Deus, por parte de seu povo.
Mateus 27.50-52 – “...Jesus, clamando outra vez com grande voz entregou o espírito. Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo...”
Na Antiga Aliança, apenas o sumo sacerdote entrava por trás do véu uma vez por ano e com o sangue do sacrifício. Na carta aos Hebreus, é nos dito que a eficácia do sacrificio de Cristo é de uma vez para sempre. É definitivo, uma vez só para sempre.
Ele entra por trás do véu celestial e entra na presença de Deus, não apenas como sacrifício, mas como nosso substituto. Ele destrancou as portas do céu e agora temos livre acesso e podemos ficar face a face com Deus.
Hebreus 6.19-20 – “...além do véu, onde Jesus como precursor, entrou por nós tendo-se tornado sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.”
4- Sua morte foi vicária ou seja, substitutiva.
Vemos isso nos seguintes fatos:
a) Sua identificação com os pecadores – Jesus fez questão de identificar-se com os pecadores. Ele ficou conhecido como – “amigo de publicanos e pecadores” (Mt 11.19).
b) Sua substituição do pecador – Diante de Caifás, ele foi declarado o “cordeiro do sacrifício.”
João 11.50 – “...vos convém que morra um homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação.”
O que fica evidente é que Caifás como sumo sacerdote, estava escolhendo o cordeiro pascal. Aquele que iria morrer em lugar do povo, isto é, em favor do povo.
C – Sua morte foi expiatória, e ele sofreu a punição como pecador. A identificação de Cristo com o pecador é especialmente evidente na sua morte. O pecado e o pecador foram punidos nele.
Galatas 3.13 – “Cristo nos resgatou da maldição da Lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar.”
Na crucificação, sua identificação com os pecadores se completou ao experimentar o abandono de Deus Pai, quando ele proferiu as palavras: “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” (Mt 15.34).
c) Sua morte foi redentora. Jesus ao morrer resgatou a muitos. Mt 10.45 – “não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.”
Sua morte na cruz, foi o preço pago por nossa libertação. Ef 4.8 – “quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens.”
d) Sua morte foi um triunfo sobre o diabo e forças do mal. Desde o inicio de seu ministério, Jesus enfrentou o reino das trevas. Ele sempre esteve empenhado numa confrontação direta entre o Filho de Deus e domínio do diabo.
Desde o momento em que Jesus aparece pregando o reino de Deus, o poder do diabo vai sendo enfrentado. Mt 8.29 – “que temos nós contigo, ó Filho de Deus! Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?”
Lucas 11.20 – “Se porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, é chegado o reino de Deus sobre vós.”
Seu sofrimento foi vitorioso, pois foi uma conquista definitiva sobre o reino das trevas. Na cruz o diabo e todos os principados e potestades foram vencidos (Col 2.12-15). Uma das grandes mentiras do diabo é que o sofrimento produz apostasia. Foi assim que desafiou a Deus permitir tocar na vida de Jó (Jó 2.4-5).
Como qualquer ser humano saudável, Jesus queria desviar-se do sofrimento e da morte desnecessária. No entanto, depois de ter certeza de que fazia parte da vontade perfeita do Pai, ele bebeu por completo o cálice amargo da ira de Deus, que causou nele os maiores sofrimentos já experimentado por qualquer outro ser no universo.
Isaias 53.5 – “...ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.”
Também sua ressurreição foi um triunfo sobre as forças das trevas. A ressurreição é a grande, visível e maravilhosa vitória de Cristo sobre o diabo e sobre a consequência do pecado, a morte. Tal vitória é o testemunho de que sua morte, foi a morte que trouxe salvação ao mundo.
Lc 24.42-46 – “estas palavras eu falei estando ainda com vocês; importava que se cumprisse as Escrituras, tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos. Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia.”
E – Sua morte é pela humanidade, isto é, universal.
Esta afirmação não equivale a dizer que a morte de Jesus salva a todos, mas que salva a todos os que creem, de todos os lugares e de todos os tempos. Deus amou o mundo e enviou o seu Filho para que crendo nele não pereça.
João 3.16 – “...Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito...”
Mt 28.19 – “Fazei discípulos de todas as nações.”
2 Pe 3.9 – “...não retarda o Senhor a sua promessa como alguns o julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.”
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