quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

As Igrejas mães do Cristianismo - Jerusalém e Antioquia

Palestra a pastores em junho de 2015
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Aula em fevereiro de 2017           
Na figura - Inácio de Antioquia - bispo entre 80 a 110 d.C           
                                                                                         
                                                                                         
                                                         
I - A IGREJA DE JERUSALÉM

Foi a primeira comunidade cristã, como está registrado em Atos 1.8 – tudo começou ali. Ali foi onde o Espírito desceu inaugurando a era da igreja (At 2). Ali foi feita a primeira pregação por Pedro, o primeiro batismo, a primeira ceia (Atos 2 e 3). Ali sofreu a primeira perseguição movida pelo judaísmo, onde Estevão foi martirizado nos anos 35 e 36. A segunda perseguição, acontece entre os anos 41 e 43 por Herodes Agripa, onde morre Tiago, filho de Zebedeu (At 12). Foi na primeira perseguição que os cristãos promoveram a evangelização da Judeia  e Samaria (Atos 8).
Na Igreja de Jerusalém, considerada a igreja mãe foi realizado o primeiro concilio onde foi decidido que os cristãos gentios não teriam de se sujeitar ao estilo de vida e religioso do judaísmo, à circuncisão e à observância da Lei mosaica de acordo com a visão de Paulo e Barnabé (At 15.2-12; Gl 2.1-10).
A igreja de Jerusalém era formada apenas de crentes convertidos do judaísmo ou de gentios que adotavam a cultura e religião judaicas.  Cornélio é registrado como um gentio que se converte, mas o texto deixa claro que ele era temente a Deus, ou seja, ele era um daqueles que Atos chama de Helenistas, que era ou um judeu que adotava a cultura grega ou um grego que adotava a culto e religião judaica.
No ano 70 há a guerra dos judeus contra Roma e segundo Eusébio de Cesaréia que escreveu a História Eclesiástica (sec. IV), nesta época os cristãos de Jerusalém fugiram todos para a Peréia. Muitos cristãos votaram, mas a  liderança do judaísmo da época, como o sinédrio foi transferido para a cidade de  Jâmnia.
Jâmnia se torna o centro intelectual e religioso do judaísmo, e no ano 98 é realizado o famoso Concílio de Jâmnia que determina identidade judaica até os dias de hoje.
Nos anos 130 a 135 houve a segunda revolta dos judeus contra Roma. Os judeus então, foram expulsos de Jerusalém.
Eusébio nomeia os bispos de Jerusalém entre os anos 70 a 130 que são todos hebreus : Simão (que é tido como primo do Senhor), Justo, Zaqueu, Tobias, Benjamim, João, Matias, Filipe, Levi, Efrém, José e Judas. Após a proibição dos Judeus de morar em Jerusalém, o mesmo Eusébio fala que uma pequena igreja é rastreada ali e os bispos todos são gentios até o ano 200  que são – Marcos, Cassiano, Públio, Máximo, Juliano, Gaio I, Símaco, Gaio II, Capitão, Valente, Duliquiano e Narciso. 
A Igreja de Jerusalém se tornou uma cidade pagã segundo Jerônimo, até que Constantino incentiva cristãos morar em Jerusalém e nomeia bispos para lá e constrói  várias basílicas e monges cristãos constroem mosteiros ali. Jerusalém se torna um centro monástico e um lugar onde as pessoas buscar milagres de curas.
Entre os anos de Constantino até o ano 400 importantes bispos são nomeados e ganham destaque como homens proeminentes entre eles Cirilo de Jerusalém, Eusébio e Acácio.  A Igreja de Jerusalém se mantém até o ano 638 quando o Omar toma Jerusalém e esta passa a ser controlada por árabes. Os cristãos aos poucos vão abandonando Jerusalém, até que por volta do ano 1000, há bem poucas referências históricas sobre as igrejas da cidade.
 
                 II  – A IGREJA DE ANTIOQUIA (da Síria)
Esta foi a igreja mais importante estrategicamente falando do primeiro século junto com a igreja de Roma pela preeminência que ocupa na obra missionária. Se Jerusalém é a igreja mãe de Antioquia, esta é a mãe das igrejas gentílicas, não apenas porque fundou as primeiras igrejas não judaicas, mas porque definiu a doutrina destas igrejas.
Judeus cristãos helenistas de Jerusalém provenientes de Chipe e Cirenaica, pregaram o evangelho  e houve muitos convertidos. Ali pela primeira vez os discípulos foram chamados de cristãos (At 11.19-26).
A igreja de Antioquia se define melhor tanto pela afirmação da tese paulina da não circuncisão dos cristãos e da não guarda da lei, como pela superação da crise entre Paulo e Pedro (Gl 2.1-14).
 A igreja de Antioquia é fundada por volta do ano 38 e nos anos 42 e 44 já é marcada por uma liderança ministerial notável (At 13.1). no ano 43, Paulo e Barnabé são separados para a obra missionária (At 13.2-4).
  No ano 45, sete anos depois de ser fundada, envia mensageiros a Jerusalém onde é definido que a igreja gentílica não seria uma extensão do judaísmo. (At 15). A igreja de Antioquia durante todo o primeiro século segue como uma igreja forte, mas não é mencionada nas cartas de Paulo, porque era a igreja base dele.
Não é mencionada pelos outros apóstolos porque não era uma comunidade judaica como a que o autor aos Hebreus escreve, ou Tiago, ou Pedro e João. Durante o segundo século é pouco mencionada, mas se sabe ser uma igreja de bispos influentes. No terceiro século (anos 200), assume a posição de destaque, junto com Roma e Alexandria e tem na pessoa do bispo Paulo de Samósata uma liderança notável, tanto eclesiástica como política. Importante sínodos são realizados ali, para discutir formas escliásticas, doutrinas e livros a serem usados nos cultos.
No século IV (anos 300), bem no início enfrenta uma  terrível perseguição movida por Diocleciano e Licínio, muitos cristãos são mortos ou têm os bens confiscados. Entre os anos 315 a 337, a igreja recebe restituição dos bens, os bispos são honrados com status social e templos são construídos. Nesta época Antioquia se torna uma cidade de maioria cristã e são construídos dezenas de edifícios para os cultos. No ano 341 é dito que para a inauguração da catedral central é reunido o maior número de bispos da igreja antiga, onde mais de 1000 (mil) se fazem presentes para o culto de dedicação. Este fato da igreja de Antioquia a igreja mais influente depois de Roma e Alexandria.
O bispo de Antioquia, é tido como um dos “Patriarcas” junto com os bispos de Roma, de Jerusalém e de Alexandria.
 Entre os anos 364 a 370 há divisões entre os bispos e uns passam a perseguir os outros. Quando João Crisóstomo assume como bispo da cidade há um grande avivamento nas igrejas. No ano 390, Crisóstomo testemunha que a cidade é quase que inteiramente cristã.  Entre os anos 400 e 500, depois da morte de João Crisóstomo em 407, houve muitas disputas internas onde várias correntes disputam a primazia da liderança da igreja. Depois disso, o bispo de Antioquia, disputa com os bispos de Alexandria e o bispo de Roma, o primado, ou a primazia sobre os outros, até que Gregório Magno assume esta posição se tornando o primeiro Papa que passa a ser o maioral entre todos os outros bispos, por volta do ano 600. O bispo de Antioquia continua tendo a honra de patriarca, e a igreja muito influente até que a cidade cai sob os árabes nos ano 637.
 
 
 

 

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