sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Aula - Cristologia 03 - A Tentação de Jesus

Aula em Junho de 2016
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 III – EM TUDO FOI TENTADO

            - Mateus 4.1-11; Lucas 4.1-13

O termo tentação no Novo Testamento vem do grego ‘Peirasmos” e significa provar, experimentar, testar, colocar em evidência etc. É o mesmo termo usado para “provação”. O significado entretanto, é diferente. Enquanto a tentação é uma pressão para desviar a conduta, a provação é uma pressão para aperfeiçoar o caráter. A provação é quando Deus prova, procurando despertar condições no ser humano para santificação. A tentação é quando o diabo age, procurando desviar a pessoa do caminho de Deus.
A tentação do Senhor Jesus foi real, e o diabo valeu-se, para isto, das faculdades humanas do nosso Senhor, tentando-o desobedecer ao Pai.
Antes, vamos ao Pai-Nosso:

O PAI NOSSO
Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;
o pão nosso de cada dia dá-nos hoje;  e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;  e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal. Amém
Vejamos:

1 – UM TENTADOR REAL, UMA TENTAÇÃO REAL.

O diabo não é uma ilusão. A Bíblia ensina que ele é uma pessoa real, um ser com todos os atributos pessoais. Ele é mencionado nas Escrituras com dois nomes principais: Satanás, do hebraico Satã, que significa “acusador”, “opositor” e Diabo, do grego diabolos, que significa, adversário, inimigo. Os nomes são referências ao seu caráter maligno. Ele opõem-se aos desígnios de Deus e é chamado de “príncipe deste mundo” (Mt 9.43 e 25.41).
O Senhor Jesus foi tentado pessoalmente pelo diabo, para que seu ministério como o salvador fosse confirmado. Foi o tentador quem venceu o casal original, levando à queda toda a humanidade. O tentador foi vencido, por outro ser humano, Jesus, o salvador do mundo.

O Senhor Jesus enfrentou de frente a tentação veja o que o autor Aos Hebreus fala sobre os motivos das tentações de Jesus (Hb 2.17,18 e 4.15).
Podemos dividir a Tentação de Jesus em três aspectos:
a – Proposta: transformar pedras em pães – Intenção: Fazer com que o Senhor usasse seu poder divino para se beneficiar de forma egoísta. Esta tentação buscou fazer com que o Senhor Jesus usasse seu poder divino em benefícios a si mesmo e não em atos redentores, como era sua missão neste mundo.
 Ele veio para servir e não para ser servido. Ele precisava obedecer em tudo, para ser o sumo sacerdote perfeito daqueles que iria salvar (Hebreus 2.9-18).

b – Proposta: Saltar do pináculo do Templo de Jerusalém – Intenção: Os anjos o salvariam, com isto faria uma demonstração triunfal de sua chegada. O diabo trabalhou uma área sensível a todo ser humano, que é o desejo de reconhecimento, de glória, da vaidade e do orgulho. Jesus, entretanto, não veio para ser um  dos grandes do mundo, mas veio em humilhação para que o Pai o exaltasse ( Fp 2.5-11).

c – Proposta: O diabo pede que Jesus se prostre diante dele em troca dos reinos do mundo – Intenção: Fazer com que Jesus se desviasse do seu propósito, que era de constituir um reino eterno que nada tinha a ver com este mundo. As glórias deste mundo não interessavam a Jesus e sempre que a igreja busca as coisas deste mundo ela se desvia do propósito de Jesus e dela mesma.

O Senhor Jesus usou a arma mais poderosa no combate ao diabo, que é a Palavra de Deus.

2 – JESUS VENCEU O TENTADOR AO VENCER AS TENTAÇÕES.
O diabo é o tentador, esta é sua função e missão. Este é o seu caráter, não tendo bondade alguma em seu ser. Ele sempre usa a própria natureza humana caída como aliada para fazer com que seus planos se concretizem. Ele tentou usar com Jesus do mesmo artifício que usa com as pessoas, que é aguçar aquelas áreas onde o pecado dominou.
 De acordo com a palavra estas são as maiores inclinações carnais: A concupiscência da carne, a soberba da vida e a concupiscência dos olhos (1João 4.16). vejamos cada uma delas e como o diabo tentou a Jesus exatamente nestas questões.

a – A Concupiscência da vida. É o desejo pecaminoso de ter as coisas deste mundo, quando estão isto passa a ser o centro nervoso da vida. O desejo de posse e de possuir e é daí que vem a inveja, o ciúme, as disputas, as guerras, o roubo, o logro, a ambição, a vaidade etc. Pensamos que nossa maior necessidade é a material.
Jesus teve fomo e o diabo apresentou um meio de atender esta necessidade. É assim que o diabo age na vida das pessoas, pois quando elas têm alguma necessidade material, ela oferece meios, negócios ilícitos ou prazerosos para a solução. O Senhor Jesus venceu esta tentação, dizendo ao diabo que “não só de pão viverá o homem, mas da Palavra de Deus.” Jesus veio nos ensinar que nossa maior necessidade, não são as coisas deste mundo, mas das coisas de Deus (ver Mt 6.24-34).

b- A soberba da vida.  Esta é a área pecaminosa que mais se parece com aquilo que é a própria essência do ser do tentador. É o desejo de sentir-se superior, no comando, no domínio de tudo. É a área do orgulho e da vaidade por sentir-se senhor de si, alheio à vontade de Deus.
 Quando o diabo aguça este desejo pecaminoso, a pessoa sente-se o prazer de se exibir, de ser notado e reconhecido. Até mesmo crentes costumam cair neste pecado, quando exibem sua religiosidade e se orgulham e demonstram sua espiritualidade. O diabo tentou Jesus nesta área, quando sugeriu que ele se jogasse do pináculo do templo. Anjos viriam para socorrê-lo, e as pessoas reconheceriam o grande poder espiritual de Jesus.

c – A concupiscência dos olhos – É a área pecaminosa que trata dos desejo primários. É como diz um ditado popular: o que os olhos não veem o coração não sente. O diabo mostrou a Jesus todos os reinos de mundo, porque sabia que o ser humano é conquistado por aquilo que vê. Jesus mesmo disse: “são os olhos as lâmpadas do corpo, se teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se teus olhos foram maus, todo o teu corpo será trevas” (leia Mt 6.22-23).
O ser humano é influenciado por posição, luxo, beleza, prazeres etc. A moral do ser humano depende muito de seus olhos. O Senhor Jesus não se deixou dominar por nenhum desejo, por nenhuma tentação, com isso, ao vencer a tentação, venceu o tentador.

3 – AO VENCER A TENTAÇÃO, JESUS NOS SUBSTITUIU TAMBÉM NA VITÓRIA CONTRA O DIABO, PARA VENCERMOS TAMBÉM.
A tentação provou a humanidade de Jesus, a par da sua natureza divina. Não que ele pudesse cair no pecado, pois ele, segundo já aprendemos, possuía natureza humana sem pecado e também a natureza divina. Mas sua tentação foi real e não uma ilusão. A diferença é que todas as nossas tentações partem de nossa natureza pecaminosa, a tentação de Jesus, partiu apenas do diabo. A nossa é de dentro para fora, a de Jesus foi de fora apenas, uma vez que sua natureza era santa.
Ao vencer o diabo e a tentação ele se fez exemplo para cada um de nós, mas não apenas isso, sua vitória nos transmite provisão e poder para vencermos as nossas tentações. Cada uma delas. Quando somos tentados, devemos lembrar que também o nosso Senhor o foi. Sua natureza humana foi tentada e ele venceu pelo conhecimento e poder das Escrituras.
Pela tentação adquiriu estatura espiritual e estabeleceu parâmetros e princípios para seu ministério e também para o nosso que foram: Não tentar a Deus. não buscar as glórias deste mundo e ser fiel adorando somente a Deus.
Jesus ao ser tentado, tornou-se um intercessor perfeito e compassivo, pois tendo experimentado em si mesmo a astúcia e malignidade do tentado, pode se compadecer e socorrer os que são tentados (Hb 2.18;  5.8).
O Senhor Jesus venceu o  tentador pelas Escrituras e assim nos ensina o caminho pelo exemplo. O modo como reagimos ao tentador e às tentações depende de nosso conhecimento das Escrituras e o quanto a aplicamos em nossa vida.

4 – A NATUREZA DA TENTAÇÃO DE JESUS.
Jesus conhecia a natureza de Satanás, pois também o diabo foi criado e portanto, está sujeito a Jesus (Col 1.16). Então, conhecendo a força opressora de que Satanás era capaz, Jesus sabia o que estava enfrentando. Não se deve pensar nunca que Jesus tenha sido tentado em tudo o que o ser humano é tentado e com a mesma natureza de tentação. Jesus foi tentado unicamente pelo diabo, nós somos tentados pelo diabo que usa nossa própria natureza pecaminosa (Tg 1.13).
O filme A Última Tentação de Cristo, expressou esta popular interpretação blasfema, de que Jesus foi tentado na concupiscência como qualquer ser humano o é. O Filho de Deus não poderia ser tentado com as mesmas concupiscências com que somos tentados, porque, em sua natureza, não havia pecado, visto que não era da linhagem de Adão. Este era homem terreno puramente, enquanto Jesus era homem celestial, gerado pelo Espírito Santo. Ele foi a segunda criação (1 Cor 15.47-49).
Jesus Cristo foi tentando em tudo, mas esta tentação não partiu de desejo pecaminoso de si mesmo, mas de um desejo do diabo de fazê-lo pecar. Foi pressão externa e não interna. Quando somos tentados com sexo, precisamos resistir não apenas à tentação, o convite externo, pois dentro de nós há o desejo por sexo.
É preciso então dizer não ao desejo interno, para podermos dizer não ao convite externo. Jesus não tinha este desejo interno, pois sua natureza era santa.  Toda a tentação de Satanás, girou em torno de procurar desviá-lo do verdadeiro sentido de sua missão no mundo na qualidade de Filho de Deus e salvador perfeitamente obediente ao Pai.
A experiência que o levou a poder se compadecer de nossas fraquezas – Hb 2.18; 4.14-16 – não se deu por identificação dele com as fraquezas dos pecadores, mas por ter-se confrontado com a estupenda força do inimigo. Se ele recebendo apenas a tentação externa, percebeu esta força, quando mais os seus semelhantes a quem veio salvar a percebem quando o tentador tem como aliado a própria natureza caída dos tentados.
Jesus não poderia ser tentado a ser avarento e ganancioso; não poderia ser tentado a se prostituir; não poderia ser tentado a se tornar sensual ou aderir ao erotismo humano; não poderia ser tentado a roubar e matar. Tudo isso faz parte da natureza humana, da nossa natureza contaminada, corrompida pelo pecado. Jesus não participa desta corrupção.
Ele foi tentado em sua própria natureza e em sua missão como homem celestial, como Filho de Deus e Messias. Nesse plano, sim, sua mente, embora sem pecado, poderia vacilar e se desviar, não em direção ao pecado, pois ele não pecaria, mas em mudar os planos do Pai para sua obra redentora. Foi por supor esta possibilidade que Satanás tentou Jesus no deserto. Queria induzi-lo a mudar o rumo e a natureza da sua missão.

Na tentação, portanto, Jesus Cristo se confrontou com o poder tremendo do maligno e, assim, pode avaliar o que este poder tão opressor e destruidor, significa diante da natureza fraca, corrompida e pecaminosa dos seres humanos. Por isso, é capaz e ter compaixão daqueles que são tentados, pelo mesmo tentador com que foi tentado.

 

 

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