segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Aula - Cristologia 06 - O fim da Lei e a explicação dos sacrifícios de Levítico


Resultado de imagem para Cristo o fim da lei

Aula em junho 2016



CRISTO - O FIM DA LEI – Hebreus 9 e 10.


Cristo cumpriu plenamente as ordenanças da antiga aliança., tornando-a  inválida aplicação – e é por isso suficiente para perdoar nossos pecados e nos dar a salvação eterna. Em consequência, não mais oferta pelo pecado.
A consumada de Cristo cumpriu todas as ordenanças e ofertas da Antiga Aliança. As ofertas ou sacrifícios do primeiro tabernáculo apontavam para Cristo. Tanto as ofertas como o próprio tabernáculo em sua totalidade representavam a Cristo.  As ofertas pelo pecado apontavam para a obra consumada de cristo. Existiam três tipos de ofertas ou sacrifícios na Antiga Aliança e cinco qualidades de ofertas que vamos ver:

1 -  OFERTAS SUBSTITUTIVAS OU PROPICIATÓRIAS.
a - O HOLOCAUSTO –  Lv 1 - 6.8-13 – 8.18-21 – 16.24 - Era a oferta que representava a substituição e os elementos eram – bezerro, carneiro ou ave.  Esta oferta era aquela que era oferecida diariamente. No templo ela era oferecida na hora terceira (9 h) e na hora nona (15 h). Havia a possibilidade de ser oferecida particularmente, tanto individual como em família, mas deveria ser oferecida pelo sacerdote.
- Deveria ser trazido um animal  sem defeito – v.2,3 – Representando a vida do Senhor Jesus Cristo, que era sem pecado.
– O objetivo era a aceitação diante de Deus – v. 3b – A santidade absoluta de Deus não poderia aceitar pecadores em sua presença.

– O pecado pessoal era transferido para a oferta – v.4 – neste sentido a justiça de Deus era satisfeita e o pecado expiado ou perdoado. Isto significa que o pecado não era simplesmente perdoado, mas castigado com a morte – mas quem morria não era o pecador, mas a oferta que o representava. O ato de o ofertante colocar a mão sobre a cabeça do animal era a identificação como se ele dissesse: este animal me representa.
O pecado não fica impune, pois é uma ofensa a Deus, por isso o pecador deveria ser castigado com a morte – a oferta morria em seu lugar – v.5 – O sangue deveria ser derramado, ou seja, deveria haver a morte do animal. Esta morte era a morte do pecador no animal representado e substituído.
-  A oferta deveria “subir”, este é o significado da palavra holocausto –  vs 7- 13
– Os menos favorecidos socialmente poderiam oferecer esta oferta – vs 14-17
Cristo cumpriu este sacrifício, pois nos representou e levou os nossos pecados. Somente somos perdoados, porque nosso pecado foi castigado com a morte na morte do Senhor Jesus Cristo. Ele cumpriu todas as etapas da oferta de holocausto. Rom 3.21- 26
 b - OFERTA DE MANJARES OU CEREAL – Dedicação a Deus e consagração a  Deus – Era a oferta que tornava a vida da pessoa aceitável (santa) diante de Deus. – Lv 2 – 6.14-23 – Lv 23.13.
Por causa da natureza radicalmente corrompida pelo pecado, nenhum ser humano pode ser aceito diante de Deus, devido às suas imperfeições. Somente a perfeição é aceita por Deus. Deus é santo e não poder conviver com os pecadores. Esta oferta era oferecida como um presente a Deus, representando a dedicação completa da pessoa à Ele, por isso era uma oferta de consagração. Ao fazer esta oferta a pessoa se consagrava a Deus. Seus elementos eram: cereais (grãos), flor de farinha, pão assado sem fermento, azeite, incenso, sal e vinho. Uma porção era queimada como memorial, ou seja diante do Senhor e outra porção era dada aos sacerdotes.
– Esta oferta era um memorial diante do Senhor, ou seja um presente agradável a Deus – vs 1-2
– Era uma oferta de comunhão representando que haveria comunhão entre o ser humano e Deus – v.3 – Uma parte era de Deus, outra do sacerdote.
– Deveria ser oferecido o que Deus considerava agradável à ele – vs 4 – 10 – Não era a pessoa que decidia o que agradava a Deus, mas ele mesmo.
– Não poderia ser oferecido obras humanas, nem o prazer humano – vs 11-12 – O fermento representava a obra humana, o esforço, também a corrupção. O mel as delicias, o prazer e a diversão humana. Tanto o fermento, como o mel poderiam ser oferecidos como primícias, mas não poderiam ser queimados.
– Esta oferta era parte essencial da aliança – v. 13 – O sal significava a purificação.
– As primícias deveriam ser santificadas para serem aceitas – vs 14 – 16
Esta oferta era também substitutiva e propiciatória, pois apontava para a vida perfeita que o ser humano não poderia viver. Apontava para a vida perfeita que o Senhor Jesus viveu.
Cumprindo plenamente a Lei, para que sendo cumprida nele, ficássemos livres de sermos por ela condenados. Desta forma O Senhor Jesus Cristo viveu esta vida perfeita e cumpriu esta ordenança plenamente. Nossa vida imperfeita é aceita, por que Deus aceitou sua vida perfeita. Por isso ele nos chama a compartilhar de sua perfeição em santidade, porque ele nos santifica por sua palavra. Rm 5.12-21.

2-  OFERTA DE COMUNHÃO
OFERTA PACÍFICA – Lv 3 – 7.11-34
Esta era a oferta de comunhão ou de reconciliação com Deus. Indicava que havia paz entre Deus e o pecador. Nesta oferta uma parte era de Deus e outra do ofertante, representando que  ambos, Deus e o pecador estavam pacificados. O ser humano é por natureza inimigo de Deus por causa do pecado. Esta oferta trazia a paz com Deus. O elementos era um animal sem defeito, pães e tortas.
– A oferta deveria ser perfeita – v.1
– O ofertante deveria ter completa identificação com a oferta – v.2, 6-8,12
– A melhor parte seria do Senhor – vs 3-5; 9-11, 14  – a gordura representava a melhor parte do animal e passou a representar a honra e as melhores bênçãos. A gordura é um símbolo daquilo que Deus aceita e que dá aos seus filhos – Sl 63.5; Jr 31.14 ; Is 10.27; Is 25.6; Sl 36.8
– O não aproveitamento pleno desta oferta, poderia condenar a pessoa – 7.11- 21
Esta oferta aponta para a obra de Cristo no cruz que trouxe a paz com Deus de maneira que nele somos reconciliados com Deus Pai desfazendo a inimizade que havia por causa do pecado.
Portanto, nosso Senhor Jesus Cristo cumpriu de modo pleno esta ordenança. Ele é nossa oferta pacifica ou de reconciliação com Deus. Rm 5.1-11

3 – OFERTAS DE EXPIAÇÃO
a - OFERTA PELO PECADO – Lv 4.1 a 5.13 – 6.24-30 – 8.14-17 – 16.3-22
Este tipo de oferta compreendia tanto pecados contra Deus como com o próximo. Para Deus a oferta servia como purificação da impureza, para com o próximo restituição à ofensa. O elementos desta oferta eram: novilho, bode, rolas, pombinhos ou até mesmo uma porção de farinha.
 O sangue deveria ser aspergido em todos os lados do altar e até mesmo dentro do santo dos santos em alguns casos. Havia maior gravidade no pecado e maior extensão da oferta e do aspersão do sangue, dependendo do esclarecimento da pessoa. A pessoa comum envolvia a porta da congregação (4.18). O pecado do sacerdote envolvia todo o santuário (4.4-7).
– Era uma oferta pela prática do pecado – 4.2-3,13-14,22-23
2 – Havia distinção de gravidade de pecado e em consequência de oferta – 4.2-3, 13-14, 22-23
– O sacrifício tinha como objetivo expiar o pecado, ou seja que o pecador fosse perdoado – 4.4, 15, 24
– O sangue era o meio da expiação, ou seja a morte do animal ofertado se provava com o derramamento do sangue – 4.5-7, 16-18, 25-26
Na cruz o Senhor Jesus Cristo foi oferecido como oferta pelo nosso pecado. Ali ele era tanto a oferta como o sacerdote que ofereceu a oferta. Era tanto o sacerdote perfeito, como o sacrifício perfeito. Quando pecamos, o sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo pecado. Ele, portanto, é o cumprimento desta oferta. Ele é o nosso sacrifício pelo pecado. João 1.5 a 2.2
2 - OFERTA PELA CULPA – Lv 5.14 a 6.7 – 7.1-6 – 14.12-21
Esta oferta era uma ordenança pela culpa do pecado cometido. Se na primeira oferta pelo pecado, era anulada a prática, ou seja, uma vez oferecido o sacrifício o pecador era perdoado, o pecado era coberto – nesta oferta também a culpa era expiada, ou seja, o pecador era declarado absolvido, como aquela prática fosse esquecida para sempre. Nunca mais ele seria lembrado daquele pecado, no sentido de ser acusado.
Os elementos eram: carneiro sem defeito quando a culpa era com Deus. Valores financeiros quando a culpa era com o próximo. Era uma oferta compensatória.
– O pecado exigia restituição ou compensação – deveria ser pago – 5.14-16 – Nenhum pecado, vemos isso em todos os sacrifícios eram perdoados sem o castigo ou pagamento.
– A culpa existia em qualquer circunstância, com consciência ou não – 5. 17 – 19 – Isto apontava para a culpa universal, pois todos somos pecadores, não havendo justiça original, somente pecado original. Não havendo inocência original, somente corrupção original. Aponta também para o fato de que toda a humanidade tem o caráter de condenada diante de Deus.
– O pecado contra o próximo exigia restituição e não apenas pedido de perdão. Haveria a restituição, mais um quinto do valor  – 6.1-7
– A culpa somente seria tirada com o oferecimento da oferta apropriada – 7.10
Esta oferta pela culpa é a libertação da condenação. A morte de Cristo é a oferta definitiva e completa pela culpa. Somos perdoados pela eficácia da obra consumada por Jesus Cristo na cruz. Quando a obra de Cristo é imputada a nós, somos justificados.
A justificação não nos torna justos na essência do nosso ser, pois somos injustos – mas Deus nos declara justos ao receber a oferta de justiça de nosso Senhor. Assim, a justiça de Cristo é a nós imputada, pois ele se fez injustiça diante de Deus em nosso lugar. Por isso, em sua morte ele foi julgado e condenado e a ira de Deus foi derramada sobre ele.
Nossa culpa ele carregou para nos justificar. Portanto, o Senhor Jesus Cristo, ao cumprir mais este sacrifício ou oferta – cumpre plenamente todas as ofertas – fazendo sendo o sacrifício propiciatório, expiatório – substitutivo e representativo.  Por isso as ordenanças foram tornadas sem efeito, pois eram representações imperfeitas daquilo que era perfeito – Jesus Cristo e sua obra na cruz. Em nosso lugar – em nosso favor.
O que o texto de Hebreus 9 e 10 nos afirma é que Cristo cumpriu plenamente todas as ordenanças da Lei. Vejamos:
1 – O Tabernáculo e todos seus utensílios e usos foram exclusivos da Antiga Aliança – v. 1- 5 – Na primeira aliança o tabernáculo e todas as representações era materiais.
2 – Não há como desfrutar plenamente do Novo Tabernáculo quem ainda está no primeiro –  vs 6- 8. Na primeira aliança eram oferecidos vários serviços e sacrifícios pelo pecado – na segunda o sacrifício de Cristo é todo suficiente e que não desfruta plenamente quem ainda busca nas ordenanças da Lei a salvação e as bênçãos.
3 – Os sacrifícios e ordenanças da Antiga Aliança não possuíam méritos em si, apenas apontavam para os méritos do sacrifício de Cristo que se manifestaria na história – vs 9-10 – A insuficiências das ofertas são demonstradas aqui, pelo fato de elas serem repetidas diariamente ou seguidamente.
4 – Cristo é o segundo tabernáculo, onde ele mesmo é o tabernáculo, a oferta e o sumo sacerdote – conquistando a salvação plena para seu povo – vs 11 – 12
5 – Os sacrifícios da antiga aliança ofereciam alivio temporários, Cristo uma obra eterna – vs 13-14
6 – Uma vez que os sacrifícios antigos foram cumpridos em Cristo, todos aqueles que foram beneficiados com aquelas ofertas, receberam  os benefícios de Cristo nas ofertas representadas – vs 15-21
7 – O sangue da antiga aliança era representativo, o sangue de Cristo era o sacrifício e si mesmo – vs 22- 26
8 – O sacrifício de Cristo é portanto, suficiente para livrar tanto os da antiga como os da nova aliança, da justa condenação eterna – vs 27- 28
9 – Todos os sacrifícios da Antiga Aliança foram cumpridos, cessados em seus efeitos para sempre, porque Cristo os cumpriu plenamente – 10.1-8
10 – Nenhum outro sacrifício, oferta ou ordenança terão validade para perdão dos pecados e salvação dos pecadores – unicamente o sacrifício de Cristo é suficiente para isso – 10.18

CONCLUSÃO
Portanto, O Senhor Jesus Cristo é o Filho de Deus e é a ele que devemos adorar, servir e obedecer. Ele deve ser o centro de nossa fé e de nossa pregação (1 Cor 2.2).


Livros indicados
A Pessoa de Cristo, Série Teologia Cristã, Donald Macleod – Ed. Cultura Cristã.
A Obra de Cristo, Série Teologia Cristã, Robert Lethan, Ed. Cultura Cristã
Creio, Redescobrindo o alicerce espiritual – Michael S. Horton, Ed. Cultura Cristã
As Institutas da Religião Cristã, Edição Clássica, Vol. 3 - João Calvino, Ed. Cultura Cristã
Hebreus, Comentário do Novo Testamento, Simonn Kistemaker, Ed. Cultura Cristã.
A paixão de Cristo, John Piper, Ed. Cultura Cristã
A Verdade da Cruz, R.C. Sproul, Editora Fiel
A cruz que ele suportou, F. Leahy, Editora PES
Escândalo, A Cruz e a Ressurreição de Jesus,  D.A.Carson, Editora Fiel
Hebreus, Série Cultura bíblica, Ed. Mundo Cristã e Ed. Vida Nova, Donald Guthrie
Hebreus, Novo Comentário Bíblico contemporâneo, Donald A. Hagner, Ed. Vida
Hebreus, João Calvino, Editora PES
Bíblia de Estudo de Genebra, Editora Cultura Cristã






Nenhum comentário:

Postar um comentário

As Palavra de Jesus na Cruz