segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Aula - Cristologia 05 - A divindade de Jesus


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Aula em junho 2016


I - A DIVINDADE E A SUPERIORIDADE DE JESUS CRISTO – Hebreus 1 e 2
Os versos que abrem o livro são magníficos e mostra a intenção do autor; o movimento progressivo da revelação. Caminhando pela palavra dada no Antigo Testamento até chegar na revelação definitiva que é a própria pessoa do Senhor Jesus Cristo.
Ele começa declarando sua doutrina a respeito de Cristo, para que esta seja a base de sua construção de todo o livro.
O inicio do livro lembra o inicio do Evangelho de João e propõe uma interpretação cristocêntrica das Escrituras.  Tendo concluído a obra da salvação na cruz, com sua ressurreição, o Senhor Jesus, assume sua posição de preeminência sobre todas as coisas e seres no céu, na terra, na história e na revelação.

1 – JESUS CRISTO É A PLENITUDE DA REVELEÇÃO – V.1
Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas...’
O autor está falando do Antigo Testamento, quando Deus se revelou por sua palavra e se manifestou na vida particular do povo de Israel, principalmente.
 Ele diz que Deus se revelou e falou aos “pais”, ou seja, ele mesmo era um israelita. Deus é o originador da Revelação. É a fonte.
Se ele não se revelasse, o ser humano não o poderia conhecer. Só conhecemos a Deus pelo que ele mesmo se deixa conhecer.
Não podemos conhecê-lo mais do que ele mesmo se mostra. Isso significa que não há outra maneira de conhecer a Deus, a não ser pela sua Palavra.
Qualquer experiência com Deus, deve ser averiguada, analisada e colocada dentro da Palavra de Deus.
“Muitas vezes e maneiras” – Deus não falou apenas na palavra revelada, mas também em experiências, no dia a dia. Deus falava com Adão, “na viração do dia” – Gn 3.8 – A Abrãao, em visões e visitas – A Jacó, num sonho – A Moisés, “face a face” – Ex 33.1.
A história deste povo foi registrada como “revelação.” Estas palavras escritas, tanto pelos profetas, que muitas vezes escreviam, depois discursavam, ou discursavam, depois escreviam – pelos salmos, profecia, provérbios, história escrita etc., foram inspiração do Espírito Santo. Não tinham origem no desejo humano – 2Pe 1.21 – mas vinha de Deus – Hb 3.7.

 2 – O SENHOR JESUS CRISTO É O FILHO DE DEUS E HERDEIRO DE TODAS AS COISAS – V.2
“...nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.’
O Senhor Jesus é máxima revelação de Deus, porque ele é o próprio Deus que veio ao mundo – ver João 1.14.
Ambas as partes da revelação de Deus formam uma unidade, porque há somente um autor. Há somente um Deus, que se revela, e há somente uma revelação. 
A palavra falada aos pais no passado não difere basicamente da Palavra falada nós por seu Filho. A grande diferença é que – em Jesus Cristo – a palavra se tornou uma pessoa. Jesus trouxe a Palavra em sua totalidade, riqueza e multiplicidade.
A história da revelação  divina foi progressiva até a manifestação de Cristo, mas depois de Cristo, não há mais progressão. Cristo é a revelação definitiva.
Este termo “últimos dias – é importante aqui para o argumento do autor.  O que ele quer dizer – é que chegou a hora de revelar os planos de Deus plenamente, para que aqueles que são dele usufruam plenamente de suas bênçãos - Hb 9.26 -  Ef 3.4-6 .
Deus agora nos fala de modo definitivo por seu Filho. 
Qualquer palavra a respeito do que falta acontece é o aprimoramento do que já foi iniciado.
O sentido de últimos dias não é cronológico, mas teológico, A cruz, a morte, a  ressurreição de Cristo e a exaltação de Cristo apontam para o fim. Para o propósito final de todas as coisas criadas – ver Hb 4.3;  6.5;  9.26; 12.22-29; 1Pe 1.3-13, 18-21.
Chegamos teologicamente ao momento crucial do plano que Deus havia traçado ao longo dos séculos e milênios – ou seja ao logo do tempo, de modo que por definição. Estes são os últimos dias por causa grande obra que Deus vem realizando. 
Então, os últimos dias, não são necessariamente um tempo cronológico, mas sim  um tempo de salvação.  
A idéia principal é a diferença entre a antiga e a nova revelação, melhor, entre os dois tempos da única revelação divina. Pois um só é o autor de ambas; Deus, ele falou no passado pela boca dos profetas, ao passo que no inicio do período definitivo da história da salvação – Paulo diria “a plenitude dos tempos” Gl 4.4; Ef 1.10 ver também Mc 1.15 – ele o fez mediante o Filho. A esta diferença que é fundamental, ajunta-se outras.
A revelação antiga – feita aos pais – foi fragmentária e variada nas formas de comunicação; a nova – feita a nós – é unitária e relativamente completa, no sentido de que Deus exauriu o que intencionava comunicar. Isto está implícito na declaração de que Deus falou mediante o Filho, não se podendo conceber intermediário mais alto do que ele.
Que esta revelação é definitiva provam-no também as formulas com que distinguem os tempos: outrora, isto é num passado indefinido, contraposto à fase conclusiva da história, nestes últimos dias.
Sublinhadas estas diferenças, o autor traça rapidamente a figura do Filho, que, bem por ser filho, é também herdeiro de todas as coisas.
Por meio dele foi criado também o universo. Mas a apresentação do Filho só se completará com o v.3 mas, antes de entrarmos no v.3 é preciso examinar alguns pormenores do verso 1.
A declaração – “A quem constituiu herdeiro” – o termo para herdeiro – significa literalmente – “aquele que tem direito natural”, “aquele que recebe a parte porque lhe de direito e por direito sua.” – ocorre também em Hb 6.17; 11.7. Esta declaração de que o Filho é herdeiro, não importa em inferioridade do Filho em relação ao Pai, ao qual o Filho vem associado na obra da criação.
Antes a idéia de sucessão, herdeiro sugere aqui a idéia de posse. O Filho já é senhor de tudo, porque tudo criou com o Pai. O primeiro capitulo de Hebreus fala que ele foi exaltado diante de todos por meio de sua obra de salvação. A declaração desta posse está no verso 3 – por ocasião da ascensão e entronização à direita do Pai.
O termo de – Todas as coisas – significa de toda a herança, incluindo a humanidade, a parte mais nobre e importante da herança, que ele comprou. A humanidade remida, resgatada da exclusão final, comprada pelo Filho, a preço do seu sangue.
  
3 – O SENHOR JESUS CRISTO É DEUS – Vs 3-4
“Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas,
tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles.’

A verdadeira natureza do filho é exposta em sete gloriosas frases que retratam sua incomparável superioridade.
Ele é o Filho a quem Deus constituiu herdeiro de tudo. Na cultura hebraica, ser filho significa ser herdeiro, de modo especial quando este filho é o único filho. O Filho de Deus, em virtude de sua filiação, foi designado herdeiro de todas as coisas (Sl 2.8; Col 1.16)
O Filho é descrito como aquele por quem Deus fez o mundo. O Filho é o agente de Deus na criação do universo, de todo o espaço e de todo o tempo – de tudo o que existe. – João 1.3 – Col 1.16; 1Cor 8.6; Pv 8.27-31.
O Filho é resplendor do Pai . A verdadeira expressão do Pai – O Filho é o “resplendor” da sua glória. Da glória de Deus. O palavra resplendor significa luz, brilho intenso. O Filho é como o brilho do sol é para o sol. Uma extensão e representação do que significa o sol. Jesus como Filho de Deus é a revelação de Deus na sua máxima representação. Deus é luz, Jesus como Filho de Deus é esta luz – João 1.9; João 1.14 – 2Cor 4.4-6.
O Filho é expressa imagem do Pai – Jesus é a perfeita representação da pessoa do Pai. Deus Pai quis se apresentar ao mundo e fez isso na pessoa de seu Filho. Um carimbo quando carimbado no papel, a marca passa a ser a impressão exata do carimbo.
 O Senhor Jesus é apresentado como a imagem, a substância e essência do Pai – 2Cor 4.4; Col 1.15; João 14.9
Estas duas referencias de resplendor e imagem – mostram  a singularidade do Filho; ele é único. Apontam também para a conexão extraordinária e perfeita entre o Pai e o Filho.
Para que ele seja a expressão direta, autentica e obrigatória do Pai – o brilho majestoso da glória de Deus, imagem e impressão exata de sua essência total – Cristo precisa participar da essência de Deus, isto é, ele próprio precisa ser Deus, a fim de levar a efeito até o final, até  o propósito supremo, a missão maravilhosa descrita aqui.
O autor de Hebreus deseja que cheguemos à conclusão, sem que neguemos distinção entre o Pai e o Filho pertence à mesma ordem de existência de Deus, o Pai, pelo que é Deus acima de tudo e antes de tudo o que existe.
É esta a doutrina exposta aqui – Que o Filho é Deus antes de todas as coisas.
O Filho sustenta todas as coisas pela Palavra de seu poder – Esta é a grande tese do autor de Hebreus, que a realidade do universo todo é cristocêntrica. Todos os poderes estão sujeitos ao poder do Filho de Deus. Cristo sustenta o universo e o mantém em movimento – Col 1.17.
O Filho fez a purificação dos pecados – Além de mostra a superioridade e singularidade da pessoa de Cristo, agora ele mostra a grande obra, por assim dizer, do Filho de Deus – a obra expiatória. Esta é de fato a obra preeminente do Filho. Aqui ele começa a mostrar aquela ideia que será central em Hebreus – Cristo, o perfeito sacerdote. Ninguém mais poderia fazer a expiação de nossos pecados. Só Deus no Filho, pode realizar o sacrifício que possibilita a purificação de pecados e o perdão – ver Rom 3.24-26.
O Filho assentou-se à destra da Majestade nas alturas. Esta declaração, transmite a ideia de obra acabada, de cumprimento dos propósitos de Deus – Sl 110 – é uma declaração da posição de Cristo – de poder e autoridade ao lado do Pai. É a vindicação da verdadeira identidade da pessoa que sofrera e morrera a fim de cumprir o perdão de pecados. – Ef 4.10 – 1 Pe 3.22. Ao dizer que o Filho assentou-se à destra da Majestade, significa o encerramento, a conclusão de sua obra expiatória – Hb 10.11-12.
O Filho é superior aos anjos  e herdou mais excelente nome do que eles.
 Na exaltação do Filho à direita do Pai, Ele chega a uma posição que na verdade sempre lhe pertenceu em virtude de sua identidade, que foi colocada de lado devido a sua encarnação. A sua ascensão e glorificação foi um atestado de sua verdadeira identidade, e assim sua superioridade aos anjos. As expressões “superioridade”, “mais excelente”, “maior’ são características do autor para descrever o caráter definitivo do Filho e sua obra.
A intenção do autor como este início cristológico tem o proposto de que entendamos que o Filho de Deus – incorpora em seu ser e obra – os três principais ofícios do Antigo Testamento – Profecia (falar em nome de Deus) – Sacerdócio (obter o perdão dos pecados) e reinado (Reinar com Deus à sua direita).

Todavia, o Senhor é mais do que essa maravilhosa combinação de características consegue expressar. O Senhor é a pessoa mediante a qual e para a qual tudo quanto existe foi criado. A pessoa que sustenta o universo. A expressão da glória e da essência de Deus. Cristo é alguém com quem nem os anjos podem comparar-se.


II - O SENHOR JESUS CRISTO É SUPERIOR A TODOS OS SERES CELESTIAS 
Hebreus 1.4 -14

O SENHOR JESUS E SUPERIOR AOS ANJOS EM SEU NOME - V.4
Anjo significa “mensageiro” – malak no AT – Angellos no NT – os anjos eram mensageiros de Deus – Gn 16.7-11; 24.7,40; 1Rs 19.5; Mt 1.20-24 e At 7.30-35. 
Porém, Cristo tem um nome superior. Ele é mais do que um mensageiro. Jesus é o Filho de Deus, é Deus. Ele é Cristo – O Messias, o Ungido. Ele é a própria mensagem. Ele é a Palavra, o verbo vivo – 1 João 1.1,2 – Nele a Palavra de Deus se tornou pessoa – ver Fl 2.9-11.

O SENHOR JESUS É SUPERIOR EM SUA NATUREZA – V.5
Os anjos não possuem a natureza divina, eles não são “Deus”. Eles são criaturas de Deus. Eles não procedem do Pai, da essência e da natureza do Pai como o Senhor Jesus.
 Jesus é “Deus de Deus”, pois sendo o Filho de Deus, é Deus Filho. 
O autor indica que apenas o Filho de Deus, Jesus, possui natureza divina como o Pai. O restante do texto vai demonstrar que apenas o Senhor Jesus é imutável em sua natureza e em seu ser.
Os anjos foram criados e têm vida dependente do criador, mas Cristo participa da mesma natureza divina e gloriosa do Pai. A expressão – “eu hoje te gerei” – se refere à posição de Cristo e sua relação com a natureza do Pai. Não é usado o termo “criado” para Jesus, mas “gerado”. Isto quer dizer que ele sempre foi, sempre esteve no Pai – 1 João 1.5; 4.9;  João 1.14,18; 3.16,17

O SENHOR JESUS É SUPERIOR, POIS ELE É O HERDEIRO DE TODAS AS COISAS, INCLUSIVE DOS ANJOS.
O Senhor Jesus, portanto, como  - o primogênito – é o que ocupa a primazia em tudo. O termo primogênito aqui não significa o mais velho, mas o maior, aquele é superior – Lc 2.7; Rm 8.29; Col 1.15; Hb 11.28; 12.23; Ap 1.5. Significa sua posição de Filho Herdeiro.
O Senhor Jesus é o herdeiro, porque todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele – João 1.3 ; Col 1.16

O SENHOR JESUS É SUPERIOR PORQUE ELE É O UNGIDO, O ELEITO PARA NELE SEREM ELEITOS OS ELEITOS. VS 8,9
O Senhor Jesus cumpriu o Salmo 45.6-7, pois Ele é aquele se assentou no Trono eterno, do Reino Eterno. Ele é o justo que justifica. 
Ele é o ungido. A expressão “te ungiu com óleo de alegria, como a nenhum dos teus companheiros” significa que ele é o motivo da alegria de seus companheiros. Daqueles que o acompanham. Daqueles que são eleitos pelo Senhor. É nele que somos amados, chamados e escolhidos – Rom 8.28-32.

O SENHOR JESUS É SUPERIOR EM SUA OBRA ETERNA – V.10-11
O Filho de Deus é criador e sustentador de todo o universo, e ele criou os próprios anjos. Tudo o que foi criado, para Ele foi criado. “Ele lançou os fundamentos da terra”, ou seja a obra da criação é obra sua com o Pai. “os céus são obras de suas mãos”, ele não apenas criou a terra, o mundo, mas todo o universo. “Eles perecerão, mas tu permanecerás”, é uma declaração de fé na sua eternidade e a afirmação de sua divindade.

O SENHOR JESUS É SUPERIOR POR SUA SOBERANIA – VS 12-14
Aqui está demonstrada a doutrina da soberania de Cristo em seu domínio e Senhorio absoluto sobre todas as coisas.
Ele é soberano sobre o universo criado e sobre a própria eternidade – “qual manto, os enrolarás, e, como vestes, serão igualmente mudados; tu, porém, és o mesmo, e os teus anos jamais terão fim.”
Ele é soberano sobre a história da salvação – “Ora, a qual dos anjos jamais disse: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés?”
Ele é soberano sobre os eventos da salvação, ele age em favor dos salvos – “Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?”


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