quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Aula - Teologia Prática Nº 03 - Crer e Pregar o Evangelho verdadeiro


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Aula sobre Teologia Prática - Outubro de 2015
Hoje vamos continuar e vamos à proposição seguinte:
9 - CREIA NO EVANGELHO E PREGUE O VERDADEIRO EVANGELHO
O Evangelho não é uma mensagem terapêutica que anuncia um bem estar ao ser humano, uma mensagem de otimismo e autoafirmação. O Evangelho não é uma mensagem que anuncia a possibilidade de uma melhora na personalidade humana, nem uma mensagem de cura e prosperidade como consequência da fé. Embora tudo isto possa acontecer com uma pessoa que creia no Evangelho.
O Evangelho é “o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rom 1.16)
O evangelho é a boa noticia que anuncia o perdão dos pecados pela morte de Jesus Cristo na Cruz.
O evangelho é o anuncio de que Deus se fez ser humano para salvar a humanidade de seus pecados (1Tm 1.15; João 1.12; 3.16-17)
Jesus é Deus que habitou entre nós (João 1.14) e precisamos ter duas realidades em mente:
a)      Jesus como Deus veio para nos salvar.
b)     Jesus como homem, nos representou diante de Deus em sua vida perfeita e em sua morte na cruz.
c)      Jesus em sua ressurreição conquistou a vida eterna para quem crê em sua morte na cruz.
Jesus era verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. Divindade e humanidade se misturaram em sua pessoa e personalidade, pois só Deus poderia nos salvar e só um ser humano poderia nos representar diante de Deus.
Ele, portanto, é Deus que veio salvar os pecadores, dando a eles a vida eterna (Mt 11.27; João 1.18; João 14.11-18; 2 Cor 2.9-11).
Ele, portanto, é homem que tendo nos substituído diante de Deus, se torna nosso mediador. O único mediador entre Deus e a humanidade (Rom 3.22-26;  5.15-19; 1 Cor 15.21-23; 1Tm 2.5; Hb 2.16-18 e 4.15-16).
Assim, concluímos que:
a)      Era necessário que Jesus fosse homem para que levasse sobre si a culpa do pecado, cumprindo as exigências da justiça de Deus.
b)     Era necessário que Jesus fosse homem, para se identificar com o ser humano experimentando as mesmas fraquezas.
c)      Era necessário que Jesus fosse Deus, para que fosse a propiciação pelos pecados, satisfazendo a ira de Deus e apresentar a si mesmo como oferta pelo pecado.
d)     Era necessário que Jesus fosse Deus, pois  somente Deus pode propiciar a si mesmo, ou seja, ele mesmo providenciou a salvação aos pecadores.
e)      Era necessário que Jesus fosse Deus, pois só ele poderia salvá-los da condenação que ele mesmo havia condenado os condenados por causa de seus pecados.
A morte de Jesus na cruz é uma sacrifício, uma oferta pelo pecado. Precisamos entender o que isto significa, pois a morte de Jesus foi o pagamento de um preço (1 Pe 1.18-21). Este preço não foi pago ao diabo, mas a Deus que havia nos condenado, porque nosso pecado ofendeu a sua santidade.
Vejamos algumas lições deste ensinamento:
a)      Deus por si só não poderia provar a morte, e o homem por si só não poderia vencê-la.
b)     Jesus sendo Deus, tomou sobre si a natureza humana em união com a natureza divina, para que sujeitasse a fraqueza daquela a uma morte expiatória.
c)      Jesus, pelo poder da natureza divina, pode entrar em luta com a morte e ganhou para nós a vitória sobre ela.
Por isso a morte de Jesus foi propiciatória ou seja, uma satisfação a Deus, pois satisfez a sua ira contra o pecado, e assim, pode justificar o pecador (Rom 3.22-26; 1João 2.2; Hb 2.7; 1João 4.10).
Esta é diferença entre a propiciação de nossos pecados que é a satisfação da ira divina e a expiação que a conseqüência da propiciação, o perdão de nossos pecados e a nossa justificação.
Satisfação tem a ver com o caráter de Deus o qual nosso pecado ofende. Satisfação significa uma reparação pelo dano feito, fazer emendas, ou providenciar compensação. Não podemos entender a cruz, até que levemos a sério a honra a Deus.
Para entender a cruz devemos começar entendendo a seriedade do pecado. Se não entendermos a seriedade do pecado, consideraremos que tudo o que Deus precisa fazer é nos perdoar e, na verdade, que ele nos deve o perdão.
Pensamos: “nós perdoamos outras pessoas”,  pensamos. “por que Deus não deveria apenas nos perdoar”?
Voltaire na sua ignorância escreveu: “Deus perdoará; este é o trabalho dele.”
Mas Deus não pode “apenas” perdoar, e só pensar assim já é uma ofensa
Não existem condições humanas nas quais tenhamos o direito de querer que Deus nos perdoe.
Anselmo escreveu que se qualquer um imagina que Deus pode simplesmente nos perdoar, aquela pessoa “não tem ainda considerado que peso pesado o pecado é”.
Não conseguimos salvação por nós mesmos, porque nós mesmos fomos quem procuramos o problema em primeiro lugar. E nos o fizemos por causa de nossa rebelião contra os decretos de Deus.
Por outro lado, a salvação somente pode ser conseguida pelo ser humano, dada esta situação, a salvação só pode ser conseguida por aquele que é ambos: Deus e ser humano, isto é, por Jesus Cristo.
O pecado é uma ofensa infinita contra o caráter absolutamente justo de Deus e qualquer plano adequado de salvação deve satisfazer a Deus antes de tudo.
Martinho Lutero escreveu: “desde que todos, nascidos em pecado e inimigos de Deus, nada merecemos a não ser a ira eterna e o inferno de tal forma que tudo que somos e podemos fazer é detestável, e não há maneira de sair deste apuro..portanto, outro homem teve de entrar em nosso lugar, a saber Jesus Cristo, Deus e homem, e teve de satisfazer e fazer pagamento pelo pecado através de seu sofrimento e morte.”
10 - O EVANGELHO FALA DA CRUZ DE CRISTO, PORTANTO CREIA NA CRUZ E PREGUE SOBRE A CRUZ DE CRISTO.
O verdadeira Evangelho fala da obra de Jesus Cristo na Cruz que nos trouxe a justificação (Rom 5.1-4; 10.4).
A justificação devida somente a Cristo significa que o Senhor Jesus realizou a obra necessária à salvação total e completamente, de forma que nenhum mérito da parte do ser humano, nenhum mérito de santos, nenhuma obra realizada aqui ou mais tarde (no purgatório), possa acrescentar algo à sua obra completa.
Na verdade qualquer tentativa de acréscimo ao trabalho de Cristo é uma deturpação do Evangelho e, de fato, não é o Evangelho (Gl 1.6-9).
Proclamar somente Cristo é proclamá-lo como nosso único e suficiente Profeta, Sacerdote e Rei. Não precisamos de outros profetas para nos revelar a Palavra ou vontade de Deus. Não precisamos de outros sacerdotes para mediar a salvação e benção de Deus.
Não precisamos de outros reis para controlar o pensamento e vida dos crentes. Jesus é tudo para nós no Evangelho. Precisamos afirmar – “somente Cristo’ – em nossa e para nossa vida. Ao afirmar isso estamos afirmando que “Cristo e sua Cruz se mudaram para o centro de nossa vida.”
Cristo e sua cruz se tornam o centro de nossa visão. Cristo e sua cruz se tornam o centro de nossa fé. O evangelho hoje tem muito a ver com auto-estima, boas atitudes mentais e sucesso terreno. É mais um “Evangelho terapêutico” ao invés do “Evangelho da Salvação.”
Muito mais um “evangelho consumista” do que um evangelho da justificação. A justificação é o resultado do perdão de nossos pecados, é o anuncio de que Deus tendo perdoado nossos pecados, também nos aceitou (At 13.39; Rom 3.24-28; Gl 2.16; Rom 4.25; 5.16-18).
Foi na cruz que Jesus conquistou isso para nós. Por isso os reformadores tinham como uma de suas bandeiras a afirmação “somente Cristo.”
O que precisamos saber sobre a cruz:
a)      A cruz precisa estar no centro. A cruz é central para o cristianismo. Na verdade sem a cruz de Jesus Cristo não há verdadeiro cristianismo.
Aquele que entende a cruz corretamente, entende a Bíblia e entende Jesus Cristo como filho de Deus.
A cruz de Cristo é o verdadeiro coração e essência do cristianismo e por isso oferece uma mensagem simples e acessível a todos – “ Cristo morreu por nossos pecados, segundo a Escritura.” (1Cor 15.3). “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo (Atos 16.31)..
“Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus” (1Pe 3.18).
b)     A cruz precisa ser entendida como sacrifício. A segunda palavra importante para o entendimento do significado da cruz é SACRIFICIO.
Sacrifício tem a ver com a satisfação da ira de Deus. A ira significa que Deus está pessoalmente ofendido em sua santidade e justiça. Esta ira deve ser desviada é isto que significa a palavra PROPICIAÇÃO. Rom 3.25 “ a quem Deus propôs, no eu sangue como propiciação mediante a fé.”
Hebreus 2.7 – “..convinha que em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo.”
1 João 2.2 – “ele é a propiciação pelos nossos pecados.”
1João 4.10 – “nisto consiste o amor; não em que nós  tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.”
O sacrificio de Jesus não é semelhante aos sacrifícios que vemos nos fimes, onde as pessoas tentam apaziguar a ira de Deus.
- A ira de Deus é contra o pecado.
- Não conseguimos apaziguar a ira de Deus, mas Deus mesmo satisfaz sua ira através da morte de seu próprio filho, Jesus Cristo.
      c) A cruz precisa ser vista como substituição. Jesus não  apenas morreu “por nós”, mas morreu “em nosso lugar”.
Ele suportou a punição em nosso lugar. Esta é a expiação. É quando a justiça de Cristo é atribuída a nós. Esta é a nossa justificação.
Justificação significa este milagre: que Cristo assume nosso lugar e nós assumimos o dele.
Jesus assumiu o nosso lugar, para que nele fossemos feitos “justiça de Deus” (2Cor 5.21)
O sofrimento de Jesus por nossos pecados é o centro do Evangelho. Jesus foi nosso substituto em tudo. Na vida e na morte.
A nossa real compreensão de Jesus depende de nossa compreensão sobre a cruz.
Pensar em Jesus a partir do seu nascimento, ou de sua vida perfeita, à parte da cruz leva a um mero sentimentalismo, ao moralismo e negligencia o horror e magnitude do pecado.
Considerando que a morte de Cristo na cruz é o verdadeiro cristianismo, não pode haver evangelho sem a cruz.
O natal por si não é o evangelho. A vida perfeita de Cristo não é o Evangelho completo. A ressurreição sozinha não é o Evangelho completo. As boas novas não são apenas que Deus se tornou homem, nem que Deus falou em Cristo para revelar um caminho apropriado de vida para nós, nem mesmo que  a morte, nosso grande inimigo, foi vencida.
As boas novas são que a questão do pecado foi resolvida, que Jesus sofreu a penalidade por nós como nosso representante e substituto, e que todos os que crêem nele podem esperar todos os benefícios da obra de Jesus na cruz.
Qualquer Evangelho que não fale de Cristo como mediador (1Tm 2.4,5) é falso ou incompleto.
Da mesma maneira que não pode haver evangelho sem cruz, não pode haver vida cristã sem ela. Somos levados a dar tudo o temos a Jesus Cristo, porque Jesus deu tudo que tinha por nós. O amor de Cristo, demonstrado em sua morte na cruz, realmente demanda nosso todo.

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