Teologia Prática - aula em outubro de 2015
Minhas próximas proposições tratam do pecado, a igreja e importância da oração.
11 - TENHA UMA
VISÃO CLARA E BÍBLICA DO PECADO
Salmo 51.1-17
O pecado sempre
é contra Deus.
Geralmente,
quando se fala em pecado, ou em seu pecado, se fala em principalmente “errar o
alvo”, e esse é o principal significado, mas na sua essência, o pecado é uma
ofensa contra a santidade de Deus. O pecado nos afastou de Deus, nos condenou
para sempre. Deus não pode perdoar o pecador, pois o pecado não tem
justificativa. Deus não poderia nos perdoar, pois o pecado é uma afronta a sua
glória (Rom 3.23; 6.23).
O
salmista aqui ele apela para aquele a quem o pecado se dirige – Deus.
Ele
apela para a benignidade e misericórdia do Senhor v.1
Ele
reconhece a gravidade de seu pecado vs 2,3
Ele
reconhece que o pecado é mais do que um ato mau, é uma ofensa contra Deus v.4
Ele
reconhece sua verdadeira condição v.5
Ele
reconhece a justiça santa de Deus v.6
Ele
reconhece que necessita de uma transformação radical vs 7-12
Ele
se propõe a mudar suas atitudes de vida vs.13 -16
Ele
conhece bem o que Deus exige dos pecadores vs.17
É
por isso que todos nós precisamos da salvação, pois todos sem Cristo estão
perdidos. Jesus Cristo é o nosso salvador único e pessoal, único e suficiente,
pois ele se ofereceu como sacrifício.
o
pecado é o grande nivelador de todos nós, pois todos pecamos, todos estamos no
mesmo nível, todos fomos salvos pelo mesmo salvador, justificados pela mesma
justificação, por isso não há lugar para arrogância ou merecimentos ou supostas
obras ou comportamentos justificadores (Rom 3.19-26).
Ninguém
pode considerar-se melhor, de uma categoria ou raça superior. Todos somos
pecadores.
As
Escrituras afirmam que todos pecaram e que o pecado nos fez cativos, habitando
em nós, mantendo-nos sob seu domínio (Rom 3.23; João 8.34; Rom 6.20; 7.17-23).
Portanto, negar a nossa condição de pecadores é negar a própria Palavra de
Deus. Não ser consciente de pecado algum é na verdade o pior pecado de todos os
pecados (1João 1.10).
O
pecado afasta o ser humano de Deus e o coloca em condição, em estado de
perdição.
O pecado lançou o ser humano em um estado de miséria espiritual, existencial e moral contra o qual
nada pode fazer (Ef 2.9; Gl 2.16; Mt 19.25,26).
Esta
condição, é preciso crer e pregar permanece até que Jesus Cristo o salve, por
isso, a necessidade de crer em Cristo e em sua obra na cruz.
Deus
só pode nos perdoar e nos perdoa, porque Cristo ofereceu a si mesmo como oferta
e satisfação (propiciação), para perdoar (expiar) nossos pecados ( Rom 5.1-10;
Ef 1.7; Hebreus caps 9,10 ; 2; Tm 2.10).
Vejamos
as conclusões que podemos chegar:
a)
Este
perdão que foi gratuito para o pecadores, custou um alto preço para Cristo que
ofereceu-se na Cruz em nosso lugar.
b)
A
menor de nossas ofensas à santidade de Deus só se tornou possível, porque
Cristo cumpriu as mais exigentes condições da justiça de Deus.
c)
Ele
em sua encarnação e sua perfeita obediência à lei e na cruz nos substituiu
diante de Deus.
d)
O
perdão que é absolutamente gratuito ao pecador teve um alto custo para o
salvador.
e)
Devemos
levar a sério o pecado, ser gratos a Deus por sua graça, pois sem o sacrifício
de Jesus, não haveria o perdão para nossos pecados.
Mas
a graça de Deus entrou em ação e se manifestou (Tt 2.11; Rom 5.12-21; 1 João
3.8).
A
graça de Deus é mais forte do que a obra pecaminosa; a vida é mais forte do que
a morte ( Rom 5.12-15; 1Cor 15.20-58).
As
lições são claras:
a)
A graça foi mais forte do que o pecado.
b)
A
obra de Cristo suplantou o pecado e aquele que crê é absorvido e por isso
absolvido pela justiça de Cristo.
A
maldição de Adão é destruída pela obra de Cristo na cruz.
12 - LEVE A SÉRIO A IGREJA, POIS ELA É A COMUNIDADE
DOS SALVOS
A
igreja é a comunidade dos salvos e da salvação e somente compreende o que é a
igreja, quem sabe quem é Cristo.
A
igreja sempre foi o “Plano A” de Deus, ela é o mistério dos séculos (Ef 1.1-23;
2.20-22; 3.1-11). A igreja é interprete da verdade, pois prega a verdade
recebendo luz do Esp
írito
Santo para isso.
O
termo igreja é Ekklesia ou, a comunidade chamada por Deus à salvação.
A
igreja é formada por aquelas pessoas que professam a Cristo como Senhor (At
5.11; 1Cor 11.18; Rom 16.4; 1Cor 10.32; 11.11; 12.28; Ef 1.22; 3.10,21;
5.23-32; Hb 12.23).
Com
base nisso podemos afirmar:
a)
O
que distingue ou caracteriza a verdadeira igreja é a sua proclamação do
Evangelho.
b)
A
igreja que prega o Evangelho de Jesus Cristo com base na doutrina apostólica é
verdadeira igreja,
c)
A
igreja é a reunião dos que crêem em Cristo e em sua obra perfeita e completa
pelos pecadores. Dos que pregam o Evangelho ao mundo e vivem o evangelho no
mundo.
d)
Três
elementos não podem faltar à igreja: A palavra, Cristo e o pecadores.
A
igreja é o povo de Deus e deve apresentar quatro marcas que são: unidade,
santidade, catolicidade (ou seja, deve ser formada por todos os tipos de
pessoas) e apostolocidade (deve se fundamentar na doutrina dos apóstolos). A
doutrina dos apóstolos se fundamenta na principal marca, sem a qual não há
igreja, que é Cristo.
Calvino
afirmou que “a verdade só é preservada no mundo através da pregação da igreja. Vemos aí o peso da responsabilidade que
repousa sobre os pastores, a quem se tem confiado o encargo de um tesouro tão
inestimável (Ef 4.10-16; 2 Cor 5.18-19; 2 Tm 4.1-22).
Vejamos a
responsabilidade que pesa sobre pastores e pregadores:
a)
Os pastores
falam e pregam em nome da igreja, por isso não podem se corromper, pois a
corrupção deles, é a corrupção da igreja. A corrupção deles corrompe a igreja.
b)
Os pastores
precisam pregar a todo custo o verdadeiro evangelho, pois a pregação de falsa
doutrina na igreja, leva à corrupção do Evangelho.
c)
Os pastores
devem zelar pela doutrina apostólica, ou seja, a mensagem da morte e
ressurreição de Jesus, não permitindo que nada estranho seja adicionado à integra
doutrina do Evangelho.
d)
A doutrina
verdadeira prevalece sempre que pastores e pregadores qualificados desempenham
com seriedade sua função que é pregar a Palavra.
A
principal missão da igreja é a pregação do Evangelho. É pela pregação que os
pecadores são salvos. A igreja precisa pregar a aplicar fielmente a Palavra.
A
igreja em sua reunião para cultuar a Deus deve ter como centro a pregação da
Palavra de forma fiel.
13 - NÃO DEIXE DE ORAR
A
verdadeira oração é feita com o auxilio do Espírito Santo que faz com que
nossas orações tenham sentido. A oração eficaz, portanto, é a que tem o
Espírito Santo como autor. Ele nos capacita a pedir como convém e sem o seu
auxilio jamais oraríamos com discernimento. Ele também nos leva a orar de
acordo com a vontade do Pai.
A
oração genuína é sempre precedida do senso de necessidade e da fé autentica nas
promessas do Senhor. Todos os que estão em Cristo têm este espírito de oração
(Rom 8.26; Zc 12.10).
A
oração deve ser uma prática constante e diária para todo cristão. Deve-se ter a
prática de separar momentos especiais onde você vai estar a só com Deus. É pela
oração que acalmamos nosso coração, pois enquanto oramos, nossa fé é
exercitada; nossas ansiedades são curadas e nosso coração aquietado. É pela
oração que nos sentimos na presença do Pai (Fp 4.6-7).
Algumas
práticas importantes da oração.
a)
A
intercessão, que é a oração por outros irmãos.
b)
A
concordância, que é a oração com outros irmãos.
Uma
outra prática importante, é cultivar sempre o espírito de oração, que manter o
pensamento sempre unido com o Senhor, agradecendo, louvando, falando com o
Senhor sobre todos os assuntos, pensamentos, desejos, projetos, angustias e
sentimentos.
Ora
melhor quem ora sempre, em todo tempo e o tempo todo.
Precisamos
ter em mente que a oração é exercício de fé na providência de Deus.
A
oração é prova de fé, pois nenhum incrédulo ora.
Nenhuma
oração, portanto, é oferecida a Deus em vão. É a vontade de Deus que oremos, então toda oração é feita de acordo com
a vontade de Deus (Sl 65.2).
Podemos por isso
afirmar:
a)
Saber que Deus é
fiel e recebe nossas orações, é um incentivo à oração constante e perseverante.
b)
Nossas orações
terão sempre como fundamento a certeza de que Deus age e sempre agirá em
resposta às nossas orações.
c)
A oração deve ser
feita com fé, mas orar já é exercitar a fé.
Existem
muitas pessoas que tentam colocar regra nas orações, impondo condições, fazendo
formulas, dogmatizando o máximo, uma pratica que deveria ser muito simples.
A
oração é simples e deve ser simples sempre. Não precisamos fazer um curso de
oração para que possamos aprender a orar melhor. Ora melhor quem ora. Orar é
simplesmente orar (Sl 31.1-5).
Quando
oramos buscamos o Pai. Este é o sentido primário e genuíno da oração. Não
estamos, através da oração em busca de recompensas humanas: aplausos, alto
conceito e respeito de nossa devoção e piedade (Mt 6.5-6).
Na
oração não estamos expondo nossa fé aos outros, nem fazendo uma demonstração de
quão espiritual somos.
Muitas
orações que ouvimos hoje, não parecem em nada com a oração do publicano, mas
são aprendidas com o fariseu da parábola contada pelo Senhor Jesus (Lc
18.9-14).
O
que podemos destacar então:
a)
A
oração em primeiro lugar, deve ser baseada em nossas necessidades e não em
nossos desejos de luxos.
b)
Nossas
orações não devem ter conteúdo nem caráter exortativo ou demonstrativo.
c)
Nossas
orações não devem ser como aqueles que ao orar expõe não seus pedidos e suas
necessidades, mas seus conceitos bíblicos para exortar e demonstrar aos outros
seus dotes espirituais.
d)
Oramos
ao Pai para de fato falar com ele, colocando com fé diante de seu trono de
graça nossas necessidades.
e)
A
oração deve ter como prioridade a vontade de Deus para nós e não nossos desejos
e vontades egoístas.
A
nossa oração não é para impor nossos desejos a Deus, nem para informar a Deus
nossas necessidades como se ele não soubesse. Não é para mudar o que Deus pensa
a nosso respeito. Não é também para
“convencer” ou “persuadir’ a Deus para que nos abençoe. Deus sabe tudo a nosso respeito, inclusive o
que vamos orar (Mt 6.8).
O que aprendemos
então:
a)
Orar é entregar
confiantemente o futuro a Deus, a fim de que ele concretize sua eterna e santa
vontade em nós.
b)
Ao entregar
nosso futuro a Deus, estamos confiando plenamente e exercitando nossa fé no
cuidado amoroso do Senhor.
c)
A oração revela
nosso desejo de que a vontade dele se realize em nós e através de nós.
d)
A oração nos
coloca debaixo da mão poderosa do Senhor.
e)
A oração parte
da certeza de que o Pai nos ouve.
A
oração parte sempre da certeza de que é Deus quem nos provê o sustento através
de nosso trabalho. A oração não exclui o trabalho, antes o pressupõe. A oração
e a confiança na providência de Deus não descarta nossa obediência, pois orar
pressupõe e nos leva à obediência.
Outra
verdade também, é que uma vez que a
oração pressupõe o trabalho, também é verdade que em ocasiões e circunstâncias
peculiares, quando faltar o trabalho, por algum motivo extraordinário, privação
ou crise, Deus pode nos sustentar também, através da oração.
A
oração também deve ter a marca da perseverança, que é a prática da espera e da
paciência. Orar também é esperar em Deus. Orando se aprende a esperar (Sl
40.1,2).
O
poder de Deus é algo concreto e real na vida diária, no sustento e na
preservação. Ele faz isso movido por seu amor cuidadoso.
Essa
compreensão de fé deve guiar a nossa vida neste mundo, sabendo que o Senhor
soberano tem o controle de todas as coisas. Deus se agrada quando seus filhos, oram com confiança, firmados em sua
promessa, certos de seu cuidado (Sl 55.22; 1Pe 5.7; 1Ts 5.17).
As lições são as
seguintes:
a)
Deus estabeleceu
a oração não por sua causa, mas por atenção a nós.
b)
A oração é nossa
oportunidade de falar com o Pai.
c)
Orar sempre é
prova de que desejamos ser cuidados pelo Pai.
d)
Orar sempre é
prova de que amamos falar com o Pai.
e)
Orar sempre
mais, é prova de nossa fé.
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