Aula 03 em julho de 2015
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Nosso tema de hoje deu bastante trabalho, pois é por demais minucioso. Devemos fazer um esforço para sermos o máximo bíblico neste assunto, pois é comum aqueles que falam sobre este tema cair em ensinos de influências estranhas às Escrituras.
Vamos então, ao nosso décimo sexto assunto.
16 - OS PRINCIPADOS E
AS POTESTADES.
Existe no sistema de
linguagem teológica do Novo Testamento, especialmente nos escritos de Paulo,
uma nomenclatura peculiar para descrever os seres espirituais, tanto do bem
como do mal.
16.1 - PRINCIPADOS – Do grego – Arche, princípio – Archontes –
“Principais’, “primeiros”, aqueles que regem’, “que receberam autoridade e
poder.” São aqueles seres celestiais de desde o princípio receberam autoridade
no mundo celestial. São:
16.1.1 - Poderes
santos – Ef 3.10 – que de alguma forma participam do poder espiritual da igreja
e compartilham com a igreja da multiforme sabedoria de Deus (Col 1.16).
16.1.2 - Poderes
caídos – Rm 8.38, Col 2.15; Ef 6.12 – contra os quais a igreja luta, pois eles
se opõem a Cristo desejando exercer um poder paralelo.
Significa
também o poder que estes seres celestiais possuem pela natureza com que foram
criados e dotados. Eles são poderosos por existência – Ef 1.21 – em Jd v.6 – o
estado “original’ no grego é o mesmo termo – Archon - e indica o “estado de preeminência” que estes
seres não guardaram.
16.1.3 - O
Próprio Senhor Jesus é um “principado” – Ap 1.5 - onde é usado o termo –Archon
– príncipe, principado, aquele que tem a preeminência. Ver Is 9.6 onde diz “o
principado (governo, autoridade, preeminência) está sob seus ombros.
16.1.4 - O
diabo é um “principado” (exerce a autoridade, esta autoridade é desde o
principio – arché – quando ele se tornou um – archontes – poder celestial. Pela
natureza de seu ser ele continuará sendo um poder celestial neste mundo e deste
mundo. Agora corrompido por ele, porque governa ( na esfera permitida por Deus)
este mundo – João 12.31; 14.30; 16.11 – ver Ef 2.2 – Potestade – Archontes - do
ar – aeros – esfera, espaço de atuação. Não diz respeito à atmosfera, ar no
sentido de espaço físico.
16.2 - POTESTADES -
do grego – Exousia(s) –
“poder constituído”, “autoridade que opera legalmente” “que foi dado legalidade
(por Deus)”, “autoridade que tem licença legal”, ‘permissão. “Aquele que opera
com permissão.” Que tem força para operar. Que tem habilidade, força,
legalidade e o direito de exercer poder – vemos isso em Mt 9.6; 21.23; 2 Cor
10.8.
16.2.1 - O
apóstolo é uma “potestade” – 2 Cor 10.8; 13.10.16.2.3 - Um governante que é constituído por Deus é uma “potestade” – Rm 13.1; Tt 3.1.
16.2.4 - Existem seres celestiais que recebem autoridade de Deus para executarem tarefas e estes podem ser tanto das ordens que se mantiveram no seu estado de preeminência, como caídos – Ef 3.10; 6.12; Col 1.16; 2.10,15; 1Pe 3.22. Em todos estes textos o termo usado é o mesmo – Exousía.
16.3 - DOMINADORES – do grego – Kosmokratores – Kosmos,
mundo – Kratos – poder - Dominadores do cosmos, dominadores do mundo, domínios
ou distribuidores de tarefas. Aparece em Ef 6.12 – E neste texto significa
seres celestiais caídos que agem contra a ordem da salvação. Agem contra os
poderes do bem, espalhando o mal. São agentes do mal.
16.4
- DOMÍNIOS OU PODEROSOS – do grego – Kuriotes -
(Ef 1.21; Col 1.16 ) são os mesmos que Paulo
chama de – “espírito elementares do universo” – Stoicheia – (Col 2.8,20; Gl
4.3,9) e são seres que agem no mundo, os do mal inspirando o sistema iníquo,
principalmente na mente dos governadores e príncipes do mundo, incluindo os
grandes pensadores que criam uma cultura anti cristã.
16.5 - TRONOS
(Col 1.16)
– do grego TRONOI – THRONOS –
Significa ‘poderes superiores”, “poderosos”, “que possuem coroas”. São identificados como os 24 anciãos que se
prostram diante de Deus em adoração e serviço, representados no ato de
depositar suas coroas diante de Deus – Ap 4.4,10. Havendo uma hierarquia dos
seres celestes, ficam abaixo dos Serafins, da primeira ordem e dos Querubins da
segunda ordem. Foram criados para a glória de Cristo – Col 1.16. São
representantes da autoridade divina e das perfeições divinas ligadas à sua
soberania e majestade.
Estes
seres mencionados não são submissos a Deus, fazem parte do sistema espiritual
do mal – mas não são autônomos, eles agem debaixo do controle e dentro da
soberania divina.
16.6 - ARCANJO
– do grego – Archangelos – É um ser celestial que faz parte da ordem dos “principados”. O termo –Arche – antes de –
anjo – indica isto. Tudo indica que o Arcanjo seja o “principado” celestial que
se relaciona ao destino da nação de Israel. Seria o protetor de Israel que é o
principado denominado Miguel que é chamado de “um dos primeiros princípes” – Dn
10.13,21; 12.1 – ver também Ap 12.7). Note a expressão “um dos primeiros
príncipes” de onde vem o termo – Arche e archontes – (ver estudo anterior sobre
principados – ver também Rm 8.38; Ef 1.21; Col 1.16). Veja que o prefixo em
arche/anjo – indica a posição deste(s)
ser celestial. No Novo Testamento o termo aparece apenas em dois textos – 1Ts
4.16 e Jd 9 – mas aparece em Ap 12.1 com o nome de Miguel sem mencionar o termo
Arcanjo.
O texto em 1Ts 4.16, parece sugerir que “a voz
do arcanjo” signifique os ‘principes celestiais” ou principados, se manifestam
no mundo e influenciam na condução da história humana. Os principados que
mantiveram sua preeminência na condução rumo aos propósitos de Deus, enquanto
os principados caídos se opõem à estes propósitos.
– Antigo Testamento - do hebraico – Malak – mensageiro – Denota alguém enviado com uma missão importante – Gn 32.3 – Nm 21.21 – 2Rs 1.2 – 1Rs 20.2,3 – neste sentido há 213 usos no AT. Deus também enviou seus mensageiros para que se comunicassem com os seres humanos, são os mensageiros celestiais ou angelicais. O mensageiro do Senhor é Malak, mas por ser celestial ganha este status “anjo” como ser celestial, mesmo que o termo seja o mesmo. O Malak – anjo – portanto, é um mensageiro sobrenatural do Senhor, enviado com uma mensagem particular – ver Gn 19.1; Sl 91.11.
Há no Antigo Testamento também a expressão “O anjo do Senhor” – malak yahweh – e “O anjo de Deus” – malak Elohim – O anjo de Deus. A frase sempre é usada no singular. Denota um anjo cuja função principal era proteger e salvar – Ex 23.23. Este anjo também poderia trazer destruição – 1Cron. 21.16. a relação entre o Senhor e o anjo do Senhor é tão estreita que é difícil separar os dois – Gn 16.7ss; 21.17ss; 22.11ss; Ex 3.2ss; Jz 6.11ss; 13.21ss). Esta identificação tem levado alguns intérpretes a concluir que o “anjo do Senhor” era o Cristo pré-encarnado.
17.2 – NO NOVO TESTAMENTO
Novo Testamento – do grego – Angelos –
mensageiro
– derivado de – angello – entregar uma mensagem. Da mesma forma como no AT, não
é usado apenas para os seres celestiais, mas há uma categoria deles que são
reconhecidos como anjos - mensageiros. É um mensageiro tanto de Deus, como do
homem como de Satanás. É também usado para um guarda ou representante – Ap 1.20- Mt 18.10- At 12.15. No Novo Testamento, na maioria das vezes o termo é usado para se referir a um ordem de seres criados e que são superiores aos seres humanos e que talvez englobe todas as classes e ordens destes seres celestiais – Hb 2.7 ver Sl 8.5 – Mt 24.36- Mc 12.25 – Lc 12.8.
Anjos
são espíritos, isto significa que eles não possuem corpo material como os seres
humanos, mas podem assumir “forma” humana ( o que não significa materialização,
mas manifestação) quando necessário – Lc 24.4; Lc 24.23; At 10.3; Ato 10.30 –
diversas manifestações no AT).
São
chamados de santos – Mc 8.38 – Eleitos – 1Tm 5.21 – em contraste com outros
seres da mesma essência que caíram – MT 25.41- pois pecaram – 2Pe 2.4 – pois
perderam a sua preeminência – Jd 6 –
A
conclusão é que o termo – anjo – pode se referir a todos as classes celestiais,
pois não designa “uma espécie”, mas a “missão” deste ser. Pode-se referir
também aos demônios e ao próprio Satanás que é chamado de “anjo de luz” – 2Cor
11.14
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