segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

A Revelação Suprema - Ensinos das Cartas de Paulo para obreiros hoje

Paulo hoje - Palestra 2
Ensino para obreiros - janeiro 2016




 
A REVELAÇÃO DA SUPREMA OBRA DE DEUS EM NÓS.


  - Efésios 1.3-14 –
O que precisamos saber sobre a obra da salvação para que nossa pregação seja eficaz.
 
A carta de Paulo aos Efésios, revela o plano eterno de Deus, e este plano é realizado tendo com centro a obra redentora de Cristo.  A cruz, portanto, nos é revelado que é o plano eterno de Deus.  Tudo gira em torno da pessoa e da obra do Senhor Jesus Cristo. A redenção é a suprema obra do amor de Deus.
 1 - A OBRA REDENTORA  É TRINITÁRIA – Ef 1.3-14
Tudo indica que os versículos 3-14 do capitulo primeiro de Efésios, é hino cristológico. Os melhores estudiosos afirmam que a  igreja primitiva cantou a sua fé antes mesmo de formular uma confissão por escrito. Este texto é divido em três partes: a obra de Deus ( vs. 3-6 ), a obra de Jesus ( vs.7-12 ) e a obra do Espírito Santo (vs. 13,14 ).
Ao mesmo tempo em que o texto  descreve o que a Trindade faz, mostra também para que ela faz. A obra de Deus não é um  fruto do acaso, mas é proposital e objetiva. Os vocábulos usados são vários de significados profundos como: propósito, beneplácito, elegeu, predestinou, abençoou, escolheu etc.
Paulo ao escrever sobre estas coisas não se contém e irrompe em exultação. Observe o tom de louvor adoração: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” ( v. 3 ); “para o louvor de sua glória” (vs. 6,12,14 ).
Uma correta compreensão do que Deus faz por nós necessariamente irá nos levar à  adoração como aconteceu com Paulo. A descoberta, a revelação, a compreensão e a fé nestas verdades inevitavelmente nos conduz ao louvor. O Pai, o Filho e o Espírito Santo estão desde a eternidade envolvidos e desenvolvendo o plano da salvação.
2 - A OBRA DE DEUS PAI NA REDENÇÃO  - Efésios 1.3-6
Deus Pai  é o que age por iniciativa soberana. Ele não criou o universo para completar-se a si mesmo. Não criou os exércitos celestes por necessidade de ajuda. Não criou o ser humano por que necessitava ser amado livremente, como alguns afirmam. O texto nos diz que tudo foi de acordo com seu “beneplácito”, sua vontade soberana e boa.
Falando especificamente sobre o plano de redenção,  Ele tomou iniciativa de vir ao nosso encontro porque não tínhamos por nós mesmos a força suficiente, ou, melhor, força nenhuma para realizarmos a nossa salvação. É por isso que a salvação é dom de Deus. Existem alguns estudiosos, que ensinam a chamada “Teologia Aberta” (Open Theology), que ensinam que Deus está construindo o futuro, e que necessita de nossa ajuda para chegar ao alvo final. Em outras palavras, Deus não conseguirá sozinho. Ele é uma espécie de arquiteto e nós os obreiros, e assim como numa obra, o arquiteto não constrói, mas os construtores, não haverá futuro se não ajudarmos a Deus. Nesta ideia, não até quer vencer o mal, mas não consegue, por isso conta conosco, para ‘algum dia” conseguir.
Na verdade, não é assim, pois Deus é soberano e nossa cooperação como obreiros é uma ato soberano de graça e misericórdia em nosso favor. Ele nos chama para sermos seus obreiros na igreja. Quanto aos atos divinos, ele é suficiente em si mesmo.
Os verbos que descrevem a ação de Deus no texto lido, estão num tempo  grego chamado aoristo, que significa atos realizados no passado. É ato concluído. Não é que ele está construindo ou fazendo.
- ABENÇOOU - “(...) -  nos abençoou com toda as bênçãos espirituais nas regiões celestes” ( v. 3 ). Nos “abençoou” - significa que Deus  “ nos tornou benditos”. O termo - eulogesas epouranios -
Não é uma referência estrita a bênçãos materiais, mas a “espirituais”. As materiais podem vir, mas não necessárias e obrigatoriamente. A grande benção se dá nas “regiões celestes”. O estar assentado nas regiões celestes com Cristo, significa a nossa posição como redimidos, é o status dos filhos de Deus (1.20. ) É uma consequência da salvação, ou seja, não estamos mais perdidos, condenados e julgados, mas somos agora cidadãos do céu (2.6).  A maior benção da salvação é estar em Cristo. Por isso vivemos abençoados, porque podemos viver acima das coisas passageiras da vida e nos fixarmos mais nas coisas celestes (ver Col 3.1-2).
- ELEGEU - “(...)” nos elegeu nele antes da fundação do mundo” (v.4). O termo é - ekelekato - ou exelexato - fala de uma escolha antecipada,  selecionado para um fim. Envolve necessariamente a escolha de uns e a não escolha de outros.
 A eleição é um ato soberano de Deus Pai. O ser humano, enquanto criatura caída, não pode basear-se em si mesmo para chegar-se a Deus e ser aceito por ele, pois ele mesmo sendo pecador,  não é o fundamento da salvação. Ele é livre para rejeitar , mas, ao se aproximar de Deus, ele percebe que Deus oferece gratuitamente a salvação. A eleição como ato de Deus quer mostrar que a iniciativa pertence a Deus, que não nos chamou por causa dos nossos méritos, mas impulsionado pelo amor que sente pelos perdidos.
- PREDESTINOU - “(...)” nos predestinou”(v.5). Literalmente, em grego - Proorisas, de proorizo -  é “decidir previamente”, então pré-ordenar ou predeterminar. Deus não é pego de surpresas. Ele sabe “desde a eternidade” todas as coisas e, baseado neste conhecimento eterno, ele sabe quem vai e quem não vai ser salvo. Não podemos fugir do tema. Não podemos evitar a predestinação e predestinação é predestinação. Não é prever, é preordenar. Foi isto que Deus fez, ele Preordenou os salvos.
- GRAÇA - “(...) sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado” (v.6). Ele nos deu a graça “gratuitamente” em Jesus, o qual foi o meio da manifestação da graça de deus entre nós. A salvação vem pela graça de Deus; é um dom dele por meio de Jesus. É pela graça, porque nós não merecemos nada do que ele faz por nós.
A obra de Deus é plena de propósitos para a vida do crente e da igreja. Ele nos “elegeu (...) para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” (v.4). A eleição não foi apenas para a salvação, mas para a santidade de vida. Somos santos diante “dele”, e isto é possível porque fazemos “em amor” e não por meio de listas de deveres legalistas. A nossa vida de santidade não pode ser encarada como obrigação, mas por amor. Ele também nos “predestinou para sermos filhos de adoção (...) para si mesmo” ( v.5 ). Ele quer que todos cheguem ao conhecimento e entrem numa relação de Pai para filho e vivam para Ele. O alvo de Deus é que tenhamos comunhão plena com Ele e vivamos “para o louvor da glória da sua graça” (v.6). Uma vida de santidade, comunhão e louvor, isto é o que deseja Deus para cada um de nós.
3 - A OBRA DE JESUS, DEUS FILHO NA REDENÇÃO - Efésios 1.7-12
Jesus é o Filho eterno de Deus Pai e sua obra faz parte da eternidade como plano e decreto divino, mas efetivamente foi realizado na eternidade. O Filho de Deus é o verbo eterno e esteve eternamente na idealização do plano, na criação e na obra de redenção (João 1.1-3; Col 1.15-16; Hb 1.1-6.
Jesus é o agente de Deus para a realização dos planos de salvação dos homens, e nele todas as bênçãos divinas são transmitidas àqueles que estão nele.
O caminho destas benção como descritas em Efésios são impressionantes:
- Somos abençoados por  “Cristo” (v.3).
- Somos eleitos “nele” (v.4).
- Nos adotou “por Jesus Cristo” (v.5).
- Recebemos a graça “no Amado” (v. 6).
- Ele é o meio pelo qual Deus efetiva a salvação, porque nele alcançamos a “redenção” (v.7) e a remissão (v.7). Redenção lembra a imagem de um escravo sendo resgatado com alto preço no mercado de escravos. Fomos libertos da condenação à escravidão eterna  em Cristo e recebemos o perdão, a remissão de nossos pecados, a primeira benção da redenção. O preço pago foi o “seu sangue”.
Uma das bênçãos da redenção é a “sabedoria e prudência” (v.8) que Jesus dá além da conta ( “abundar”). Sabedoria é conhecimento, e prudência é a correta maneira de aplicar o conhecimento. Em Cristo podemos viver uma vida plena de significado e não andamos mais nas trevas da ignorância.
Outra benção em Cristo é o conhecimento do “mistério da sua vontade” (v.8), ou seja, em Cristo conhecemos a vontade de Deus, pois nele e para ele são todas as coisas (v.10). Jesus é a explicação do mistério de Deus. Tudo em Cristo é para o louvor da Glória de Deus (v.12).
4 - A OBRA DEUS, O ESPÍRITO SANTO NA REDENÇÃO - Efésios 1.13,14
É Deus, o Pai quem elege, predestina e abençoa aqueles que estão incluídos na obra da salvação.  O Senhor Jesus torna possível a salvação dos pecadores, pelo seu sacrifício na cruz , e o Espírito Santo sela, confirma a salvação. O Espírito Santo tem um papel pleno na salvação, pois é ele quem leva o pecador a Cristo (João 16.7-11), mantém a pessoa na salvação (1Cor 12.3) e sela para o dia da redenção como vimos no texto.
Depois de ouvir “ o evangelho da vossa salvação, e tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa” (v.13). O selo daquele tempo não tem o sentido do selo de hoje. Colocar o selo era autenticar um documento. O Espírito Santo como selo torna autêntica e verdadeira em nós a salvação. Além de selar, ele também é o “penhor” da herança, ou seja, garantia.  O selo é declaração de propriedade, o crente pertence ao Senhor, o penhor é o que garante a propriedade ao proprietário. A presença do Espírito Santo em nós garante a salvação eterna. O crente é um salvo, porque o Espírito Santo habita nele e o sela para o dia da redenção e garante que vivamos “para o louvor da sua glória”.
Então, de acordo com a teologia da Carta aos Efésios, o propósito de Deus para a  igreja é fazer com que ela viva para o louvor de sua glória. Tudo o que fazemos,  como ovelhas do rebanho, deve ser para a glória de Deus. A igreja existe para expressar a glória de Deus.
O propósito de Deus para a igreja exige uma vida de santidade. Ele quer que a igreja viva para ele e na presença dele. A missão da igreja é no mundo, mas a missão é cumprida na presença de Deus.
Uma vez que a igreja é formada por cada um de nós, o propósito que Deus tem para a igreja é o que ele tem para cada um de nós. A igreja não existe independente de nós. Paulo não usou a palavra igreja neste texto em momento algum, mas falou de crentes, de pessoas, como um de nós. Nós é que damos significado à igreja enquanto comunidade viva onde se expressa o amor de Deus. A igreja está no centro da vontade soberana e perfeita de Deus. De um Deus eterno, de propósitos eternos que não se perdem no tempo, mas se cumprirão.
 

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