Em janeiro de 2016
EFÉSIOS 1.1-14 ; ROMANOS 3.21-31; COLOSSENSES
1.9-18; TITO 2.11-15
Deus tem um propósito para cada um de nós, e esta é uma
verdade bíblica que não pode ser apenas mais um chavão. Para o cristão, esta
descoberta, não é apenas uma questão filosófica
como as já históricas perguntas: de onde viemos? Para onde vamos? Quem
somos nós? É uma questão de fé, de identidade definida e definitiva.
O livro de Efésios nos
ensina que existe um Deus pessoal, que nos escolheu pessoalmente, que nos amou
pessoalmente, nos salva e que nos levará para junto dele, formando uma família
eterna. Estes são os propósitos de Deus para nós.
Muitas são as declarações
sobre os muitos propósitos, e todos estão neste maravilhoso e revelador livro,
que é uma carta do apóstolo Paulo, enviada primeiramente aos crentes de Éfeso,
e também para toda a igreja.
Nesta carta, é revelado que o principal propósito de Deus é a
Igreja, corpo vivo do Senhor Jesus Cristo. Segundo este texto sagrado, parece
que todos os propósitos de Deus se reúnem em torno do Filho de Deus e da Igreja
que ele comprou com seu sangue, com sua morte na cruz.
O grande apóstolo nesta epístola, trouxe uma revelação divina
que certamente, não conseguiremos alcançar (como ninguém alcançou) todos os
seus limites e sua profundidade. É um texto riquíssimo de significado e cada
vocábulo possui em si mesmo um grande leque teológico. O tema principal é o
significado e o propósito de Deus para igreja, tanto no mundo como na eternidade.
A igreja não é um
produto, uma invenção, uma criação ou uma instituição meramente humana, fruto
do judaísmo; ela tem origem divina. Ela
também não é um parênteses no tempo, enquanto o povo israelita não volta para
Deus. Não é um plano b para salvar os que não são israelitas. A igreja, é
revelado nesta carta, é um plano eterno, e cada um de nós que estamos na
igreja, que fazemos parte dela, estamos neste plano.
A igreja é do Senhor Jesus, e por isso não deve ter donos e
senhores humanos. O sonho de uma igreja não deveria ser de um homem, mas quem
sonha com um “tipo” de igreja, deve
estar de acordo com o que Deus tem para ela.
Os propósitos para a igreja são os que Deus tem. Embora
concordemos que a igreja, em termos práticos, é um reflexo de nossa vida
espiritual, não podemos dizer que ela é fruto de nossos planos e sonhos. Ela é
o resultado da vontade de Deus e nela realizamos nossos projetos e sonhos.
A vida cristã é vivida na igreja, e é o estilo de vida
daqueles que estão dentro dos propósitos de Deus, logo, este modo de vida, em
santidade é o propósito de Deus para os membros da igreja. Não há outra opção.
Esta vida de santidade em separação para Deus é para todos os crentes.
Mas como é este modo de vida, que é propósito divino para
nós?
1 – É UM ESTILO DE VIDA
BASEADO NUM RELACIONAMENTO COM DEUS E SEU FILHO, JESUS CRISTO - EF 1.2
A igreja é uma família, o povo de Deus, os chamados por Deus
e para Deus. É uma família onde Deus é o Pai e nós somos os filhos. Na igreja
estamos numa relação de filhos para Pai. É uma das mais profundas imagens da
Bíblia. Deus que no Antigo Testamento era conhecido como o Altissimo (El
Elyon), como o Todo-Poderoso (El Shadday), agora se revela como um Pai Santo,
justo e amoroso. A igreja e declarada como a sua família, a família de Deus. A
família eterna, do Deus eterno (Ef 3.14,15).
Veja que nossa relação com Deus Pai é de filhos, é preciso
afirmar, reafirmar e viver esta verdade grandiosa.
Somos filhos de Deus e com relação a Jesus, estamos numa
relação de servos para o seu Senhor. É uma relação de domínio e senhorio. Ele é o nosso Senhor, nosso dono.
A vida cristã que não confessa e vive essa verdade, esta pegando o caminho
errado. É preciso reconhecer a Jesus como Senhor da nossa vida e entregar-se ao
senhorio de Cristo para ter vida abundante.
A vida cristã plena, verdadeira é aquela que evidencia o fruto
do Espírito em sua vida, colocando Jesus no centro de sua vida como o seu
Senhor.
Não há como viver a vida da igreja sem que tenhamos a plena
consciência de que temos um relacionamento de família tanto vertical como
horizontalmente (Ef 6.23)
2 – UM ESTILO DE VIDA
QUE VIVE NO MUNDO, SABENDO QUE TEMOS UMA POSIÇÃO EM CRISTO.
O apóstolo Paulo geralmente chama os crentes de “santos” e “fiéis”. A
santidade referida por Paulo não é perfeição moral, mas é uma posição que
passamos a ocupar após termos sido justificados
pela fé em Cristo (Rm 5.1). Somos pecadores, mas pecadores redimidos. Por isso
somos santos para Deus, separados por Deus.
a – SANTOS - Os termos “santidade” e “fidelidade”
caracterizam o caráter e o comportamento do crente. Enquanto o mundo busca coisas
como sucesso, felicidade e reconhecimento, o cristão persegue a santidade e a
fidelidade ao seu Senhor.
O apóstolo Paulo não ensina que primeiro temos que nos tornar
perfeitos ou bons, para depois sermos aceitos por Deus.
Ele também não ensina
que a igreja de sucesso é aquela que adquire status diante do mundo e diante
das outras. Biblicamente falando, podemos afirmar que não existem igrejas de
sucesso.
A igreja é uma
comunidade de pecadores que se reúnem na presença de Deus, dia após dia, semana
após semana mundo todo e em todos os
séculos.
O Espírito Santo os
une e faz sua obra na vida deles.
Nessa comunidade de pecadores, aos obreiros é
dada a responsabilidade de manter a atenção da comunidade voltada para Deus.
Realmente não somos santos no sentido moral, mas não é por isso que devemos
viver em imoralidade. Todos nós temos um compromisso sério com Deus e não
podemos deixar que o nome de Jesus seja levado para a lama por causa de nossos
pecados.
b – FIÉIS - Paulo também chama os crentes de “fiéis”, porque
a fidelidade a Cristo é o que define a vida cristã na prática. A vida cristã
não pode ser confundida com uma vida religiosa, ou simples devoção a Deus. Ser
fiel é seguir a Jesus Cristo como Senhor e honrá-lo guardando seus mandamentos,
obedecendo-o incondicionalmente. Aquele que é santo é também fiel, e o que é
fiel é santo. Não há como ser chamado santo sem ser fiel e nem como ser fiel
sem ser santo. Somos santos e fiéis em
Cristo. A nossa fidelidade é a Ele e em todos os momentos.
O apóstolo Paulo usava duas palavras que eram favoritas em
cheias de significados que são “graça e
paz”. Estas palavras são mais do que uma saudação; é o oferecimento de uma
provisão para vivermos uma vida cristã em plenitude. A graça é o fator de santificação e também é sustentadora
para toda a jornada cristã.
O ato da graça de Deus não foi apenas para nos salvar, mas é
também para nos sustentar no dia-a-dia da vida cristã. O mesmo acontece com a
“paz”, que não significa a ausência de turbulências e problemas, mas sustento
no meio de tudo isso.
Paz é o resultado de nossa nova relação com Deus. Paulo
oferece graça e paz a pessoas que já haviam passado pela experiência da
salvação. Portanto não se trata de graça e paz como experiência inicial, mas
como experiência constante na vida cristã.
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