sábado, 9 de abril de 2022

Apocalipse - aula 04 - A visão do Trono de Deus e os seres viventes de Apocalipse 04.

 

                             

                                                                                  
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AQUELE QUE ESTÁ NO TRONO - Apocalipse 4

                        O SENHOR REINA DE SEU TRONO DE GLÓRIA

A mensagem aqui é para que a igreja tenha a consciência de que Deus é o Todo Poderoso, cheio de perfeições e glória e que ele Reina sobre o mundo.

A primeira visão que João tem é a do trono (4.2). O trono, porém, não estava vazio - estava ocupado. Havia alguém nele, que tinha aparência de glória e majestade. É a visão que deixa João impactado diante da magnificência de Deus. A visão era majestosa, grandiosa e inexprimível, difícil de descrever. Ele diante desta grandiosidade ele não tem outra opção para descrever a visão e não o da comparação. Ele não podendo dizer como era, ele diz “era como”.

Aquele que está no trono ‘’era, na aparência, semelhante a uma pedra de jaspe e sárdio’’.

O jaspe, uma pedra transparente como o cristal, representa a santidade de Deus.

O sárdio, vermelho e faiscante, mostra o seu juízo . A visão do arco-íris mostra que Deus é misericordioso  e não esquece suas promessas – ver Gn 9.12-16.

A igreja estava enfrentado os poderes do Reino do mundo, regidos pelos poderes espirituais malignos. Este poder romano é uma síntese de todos os poderes humanos e malignos de todos os tempos – e a maior representação é a figura do Anti Cristo. O conflito na terra é expressão do conflito entre o reino de Deus e o reino de Satanás. Por isso, o Apocalipse começa com o fato de que o Deus eterno está entronizado e governando seu universo. As forças do mal não podem vencê-lo.

Não podemos concluir que o reino de Satanás é um reino oposto ao Reino de Deus, no sentido de poderes iguais. Satanás é uma criatura de Deus, por isso seu reino, não tem o poder nem mesmo de destruir a igreja ou impedir sua ação – mas de fazer oposição.

Além do Deus eterno e soberano, há os vinte e quatro anciãos, sentados sobre vinte e quatro tronos, com coroas de ouro e vestes brancas (4.4).  

A palavra “ancião” aqui, é o termo grego “presbítero”. O mesmo que era usado para designar os pastores na igreja do Novo Testamento. Os vinte quatro anciãos são os principados - os "archontes" - os principais, os primeiros - aqueles seres celestiais que foram os primeiros a serem criados. 

 Os‘’sete espíritos de Deus’’ (4.5) – é a maneira com que a linguagem apocalíptica se referia ao Espírito de Deus - ao Espírito Santo.   Não significa que existam sete espíritos de Deus, mas que é a plenitude de Deus se manifestando.

Diante do trono havia um mar de vidro e ao seu redor quatro seres viventes: um  com aparência de leão, outro com aparência de touro, o terceiro com rosto de homem e o último semelhante a uma águia no voo (4.6,7).

Muitos mestres afirmam que eles são seres e  príncipes celestiais. A palavra “ancião” aqui, é o termo grego “presbítero”. O mesmo que era usado para designar os pastores na igreja do Novo Testamento.

Outros  interpretes dizem que os vinte e quatro anciãos representam todos os redimidos (5.9). Representam o povo de Deus glorificado, tanto do antigo como do novo pacto; é uma igreja em sua totalidade. As vestes  lembram pureza e roupas sacerdotais (1.6 e 5.10), as coroas de ouro sobre a cabeça  e o estarem  assentados em tronos indicam uma ordem real (1Pe 2.9, 3.21, 5.10) e que  já estão reinando com Cristo (Mt 19.27-29; Lc 22.30). Esses são aqueles que já venceram e receberam  as promessas (2.10). Estas coroas representam o galardão, a coroa da vida.

O mar de vidro indica separação entre Deus e sua criação. Esta separação não é de distancia, mas de natureza. A criação não é divina, nem uma extensão da divindade e nem faz parte da divindade – é separada. Haverá um dia quando o mar será retirado (21.1) e, então, os salvos por Jesus na cruz, estarão diante dele face a face e não haverá separação.

Os quatro seres viventes, no Apocalipse, cultuam, servem e instruem João. São figuras provenientes de Ezequiel 1.6-22. Estes seres não são monstros, mas são descritos conforme as características de personalidade e ação de cada um. O leão significa que o aquele ser tinha como característica peculiar a ação da força. O novilho indica a disposição para o serviço divino. O rosto como de homem indica ação entre a humanidade. A águia voando indica a sublimidade e a extensão de ação daquele ser.

Eles estão ‘’cheios de olhos’’, significando multivisão e vigilância constante e indica que eles estão de acordo com a onisciência divina. Eles tem consciência de tudo o que acontece no campo de ação de cada um.

Este capitulo nos ensino que Deus é o Criador de todas as coisas e é o único com o direito de ser adorado. O hino de adoração reconhece a Deus como santo, onipotente e eterno (4.8). Esta visão parece ser um culto celestial ou o que acontece no mundo celestial quando Deus onde sempre há adoração. Os anciãos lançam suas coroas diante do trono, representando que tudo o que eles têm e são vem de Deus.

 Também em reconhecimento de que a vitória é de Deus, que permitiu que os mesmos vencessem e pudessem estar diante do trono, adoração e louvor (4.10,11). Este texto mostra o quanto é sublime e glorioso o trono do nosso Deus.

 Este texto mostra o quanto é sublime e glorioso o trono do nosso Deus. 

Este texto é a visão celestial de toda a história da criação. Desde a criação dos seres celestiais,  até a glorificação de toda a criação, na Parousía - quando tudo rendará glória final ao Deus criador e ao cordeiro.


Apocalipse - aula 03 - As sete igrejas

 


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AS SETE IGREJAS – Capítulos 2 E 3

O capitulo 1, trata da apresentação de quem estava escrevendo, de quem estava revelando a mensagem e para quem seria a mensagem. Os capitulos 2 e 3 é a mensagem de como aquelas igrejas deveriam se preparar para receber a mensagem e estar em condições de enfrentar a perseguição e serem contadas com aquelas igrejas aprovadas e recebidas na glória após tudo passar.

O conteúdo da cada uma das cartas demonstra o  conhecimento que o Senhor da Igreja tinha da realidade das mesmas. Nenhuma delas era perfeita, porque não existem igrejas perfeitas, pois estamos falando de comunidade de pecadores e não de anjos ou justos aperfeiçoados. As igrejas passavam por dificuldades extremas, principalmente, por que era um movimento novo no mundo judaico e romano.  Internamente, também a igreja enfrentava problemas de ordem doutrinária e moral, enfraquecendo o testemunho da igreja na comunidade.

As cartas expõem a condição de cada igreja e claramente vemos que as igrejas de cada localidade carregam as características daquela cidade. Cada igreja tem um DNA próprio, pois a igreja é composta de pessoas que tem cada um a sua vida.

Muitos vêm as cartas como uma radiografia daquelas igrejas especificamente, servindo de tipo ou modelo para as outras igrejas.

Outros acreditam que as cartas tinham o propósito de descrever períodos da história subsequente da igreja, usando aquelas igrejas apenas como modelos e que talvez as igrejas mencionadas nem tenham recebido as cartas, pois não eram de fato para elas.

Os que pensam na descrição de períodos de historia da igreja veem as igrejas como indicadores de eras que vão ampliando a visão na forma de um telescópio.

Desta forma as sete igrejas representariam sete períodos que são:

- A  igreja de Éfeso – seria o período apostólico da igreja do ano 30 a 100 d.C.(1-100 d.C

- A de Esmirna – seria a igreja pós- apostólica, que enfrentaria as perseguições romanas do ano 100 a 310 d.C.).

A de Pérgamo – seria a igreja que recebeu a proteção do Império Romano do ano 311 a 500 .

A de Tiatira – seria a igreja da Idade Média e da corrupção Papal do ano 500 a 1516.  

A de Sardes- seria a igreja da Reforma e pós Reforma  de 1516  a 1700.  

A de Filadélfia – Seria a igreja dos grande Avivamentos e pregadores e que marcou as missões mundiais de 1700 a 1900.

A de Laodicéia – seria a igreja da apostasia e contemporânea, a última igreja de 1900 até agora e até o fim.    

Embora seja esse um esquema interessante, não tem suporte no livro do Apocalipse, e nem mesmo apoio histórico.  Os interpretes dessa linha não concordam entre si quanto às datas. Será que não estamos experimentando hoje um avanço missionário  de grandes proporções? Será que nunca houve momento de apostasia em larga escala na historia da igreja antes? A igreja em todos os tempos sempre se caracterizou por todas estas condições mencionadas, inclusive hoje.  Os melhores intérpretes, que serão mencionados na bibliografia não concordam com esta interpretação.

As cartas parecem refletir  a situação daquelas igrejas a que foram endereçadas em primeira mão e depois aplicadas em  seu conteúdo para nossas igrejas de hoje. Vivemos em dias em que se pode aplicar o conteúdo das sete cartas a diferentes igrejas. Hoje e também em todas as épocas sempre houve – igrejas missionárias, igrejas mornas, igrejas sofredoras, fieis na doutrina ou frias.

Na nossa própria cidade podemos encontrar igrejas que se enquadram nas descrições de cada uma das igrejas do Apocalipse.

Porém, apesar de toda a construção teológica exposta, a melhor interpretação é que se trata de um paralelo entre Israel e a igreja. Israel era o candelabro, a lâmpada de Deus no mundo, mas perdeu esta condição por seguir outros deuses. A isto a Bíblia chama de prostituição. A infidelidade de Israel é o tema de boa parte da literatura profética no Antigo Testamento. As cartas do Apocalipse narra esta mudança de condição. Israel perde a condição de candelabro que foi removido de seu meio e a igreja assume esta condição. As cartas é uma descrição de como Israel deixa de ser a luz de Deus no mundo, o porque a igreja agora é e ao mesmo tempo é advertida para que não perca. Em cada uma das igrejas vemos elementos da história de Israel, suas provas, aprovações e desaprovações, a partir do contexto próprio de cada igreja. Ou de forma reversa, a partir da realidade de cada igreja, nas entrelinhas, vemos a história de Israel e como ele perdeu a condição de candelabro de Deus.

                               A IGREJA PREPARADA

As cartas eram, então, uma mensagem de preparação para que as igrejas pudessem enfrentar os dias difíceis que estavam por vir. Neste sentido podemos ver os seguintes elementos nas cartas:

- O Senhor Jesus Cristo é soberano sobre e igreja e conhece cada igreja e se apresenta para suprir essas necessidades.  Cada igreja era conhecida pelo Senhor profundamente.

Cada igreja precisa lembrar disso, que o verdadeiro Senhor da Igreja, é Jesus Cristo que se apresenta para cada igreja com os atributos necessários para cada uma de acordo com as necessidades e características delas.

- O Senhor da igreja é perfeito, mas não existe igreja perfeita.  As igrejas tinham problemas e defeitos, alguns até mesmo graves, mas o Senhor não as rejeitou, chamando-as  ao arrependimento. com a promessa de perdão. Embora  não sejamos perfeitos, não podemos usar a nossa imperfeição como desculpa para continuarmos no erro.

- O Senhor da  igreja está preparando-a para sua vinda. As mensagens de Jesus às igrejas tem como principal alvo que elas estejam preparadas para o dia de sua vinda. A igreja precisa viver na esperança desse dia, vigiando constantemente e não esquecendo de dar bom testemunho no mundo. A igreja precisa ter foco centrado em sua missão neste mundo e também  na esperança de vinda de Jesus Cristo.

- O Senhor não descarta nenhuma igreja.  As promessas de bênçãos são prometidas a todas as igrejas que vencerem ao mundo .  Às igrejas vencedoras, isto é, aos crentes,  é prometido comer da árvore da vida – que é o mesmo que a vida eterna (2.7).

À igreja de Esmirna, ele promete que não verão a segunda morte – ou seja, a perdição eterna (2.11).

À igreja de Pérgamo, é prometido o alimento espiritual e transformação de vida, o crescimento espiritual, o avivamento pleno (2.17).

À igreja de Tiatira,  a promessa é  de  autoridade para participar o reinado de Cristo e a glória, da qual participará o vencedor, eles não enfrentarão a perseguição, mas vencerão o mundo(Ap 2.25-27).

À igreja de Sardes, é prometido a santificação, eles terão a segurança da salvação, serão conhecidos por sua fidelidade bíblica (3.5).

À igreja  de Filadélfia, a plena salvação, representado pela coroa  (3.11).

À igreja de Laodicéia, a promessa é de vitória final (3.21).

Não podemos ser institucionais nestes textos, pois as  igrejas não são denominações, mas comunidades de pessoas salvas. Deste modo os que vencem e recebem os galardões, não são instituições, mas os crentes. Essas promessas não são somente para um grupo de privilegiados, mas para todos os crentes. As promessas também na essência são as mesmas para todas as igrejas.

 

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Apocalipse - aula 02 - Os Símbolos do Apocalipse.

 

                            



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OS SÍMBOLOS DO APOCALISE. 

Palavra de grande significado para nós, o termo ‘’símbolo’’ não é encontrada na Bíblia, mas é muito é muito comum sua utilização. Este termo deriva da palavra grega – sýmbolon - , que significa sinal, referência ou representação. O símbolo era usado para descrever um objeto representativo que garantia a realidade daquilo que estava simbolizando. Os judeus dos tempos do Novo Testamento, acostumaram-se com a linguagem de símbolos, primeiro pelos profetas antigos depois pela ampla literatura apocalíptica, por isso, não foi difícil entender a linguagem simbólica do apocalipse.

Como estamos acostumados com a linguagem concreta e precisa, o simbolismo parece um tanto estranho e incômodo. A linguagem hoje é derivada de vários movimentos dos séculos ou décadas recentes, como o romantismo e o realismo.  Não é comum a expressão com simbolismos e  descrever experiências religiosas sem usar muitos símbolos. A linguagem simbólica, principalmente neste livro, servia também para o propósito de falar as verdades apenas a quem era dirigida, no caso os cristãos, que viviam debaixo de um perseguição muito grande. No contexto de perseguição em que estava submetida a igreja na época de João, na região da Ásia Menor, a linguagem simbólica seria o veiculo perfeito de comunicação, pois as autoridades nada entenderiam mas os crentes sim, por estarem acostumados com a literatura apocalíptica, que era muito popular.

O símbolo não é um fim em si mesmo. Ele aponta para uma realidade além dele mesmo, e é essa realidade que nos interessa. Ele pode ser um objeto literal, como um animal, um astro, mas sua interpretação não é necessariamente literal.

 Assim, temos no Apocalipse de João algumas descrições que envolvem animais: cordeiro, dragão, besta, serpente, astros, estrelas, sol, lua, gafanhotos, taças, trombetas, marcas - os quais, se interpretados literalmente, deixam o texto sem significado. Um exemplo que pode ajudar a entender a dificuldade da interpretação dos símbolos é a descrição de Jesus feita em Apocalipse 1.9-20. Se a interpretação fosse literal, Jesus seria o personagem mais esquisito do mundo. O símbolo aponta para além dele mesmo  e anuncia uma realidade maior. O símbolo apenas representa e anuncia algo maior.

 Quando você olha para as imagens que são frequentes no Apocalipse, podem bem notar isso. Um exemplo é o uso do candelabro para representar as igrejas (1.20); as igrejas não são candelabros, nem os candelabros igrejas. O candelabro é um símbolo que representa a igreja na sua missão de luz do mundo. O símbolo procura explicar o que pela linguagem não simbólica seria difícil. As experiências de João são explicadas através dos símbolos. O plano de Deus para a redenção da humanidade e para a resolução do problema do mal na experiência humana é explicado através de símbolos da luta do Dragão e Cristo, de sete selos, sete taças, sete trombetas, a besta, a serpente etc.

Quando comparamos o Apocalipse com outros gêneros literários, notamos que muitos conceitos, frases, imagens, símbolos etc. já eram conhecidos e amplamente divulgados. João, então, usa os mesmos para anunciar sua mensagem.

O fato de João já usar uma linguagem que já era conhecida é natural, pois se viesse com uma linguagem totalmente nova, não haveria entendimento por parte daqueles que primeiro leram o livro e muito menos agora poderiam entender, porque se ele, em usando termos dantes conhecidos, já da uma certa confusão , imaginem se ele usasse uma linguagem diferente e completamente nova.

A linguagem usada por João no Apocalipse não foi exclusivamente inventada ou criada por ele, mas ele usou fontes conhecidas como já mencionado, principalmente a Literatura Apocalíptica do Antigo Testamento e do período intertestamental.

O Antigo Testamento, na parte profética,  forneceu grande base para a linguagem e para interpretação de muitos ensinamentos do Apocalipse de João. O fato de o autor do Apocalipse ser um judeu que viveu na Palestina ajuda muito a entender a dependência literária que ele tem do Antigo Testamento e da literatura extra-bíblica. Embora não sejam citações diretas e muitas delas encerrem apenas alguma forma de referência, o Apocalipse  tem mais de duzentas citações do Antigo Testamento, de forma direta ou indireta.

A fraseologia do  Apocalipse não é grega, mas  é judaica na fraseologia e isso é consequência dessa grande utilização do Antigo Testamento e das literaturas mencionadas. Se compararmos alguns textos do Antigo Testamento como - Daniel, Isaias 13 e 14, Ezequiel 1 e 28,29, Joel 2,3 e Zacarias 9-14 – veremos grande semelhança e a dependência do Apocalipse para estes textos.

Daniel é o livro que mais fornece imagens utilizadas pelo Apocalipse, pois ele é considerado o primeiro livro apocalíptico historicamente, o qual serviu de padrão para a maioria dos livros dessa natureza, pois  é o único essencialmente reúne  as características primordiais da literatura apocalíptica: forma, conteúdo escatológico e função.

As principais citações de Daniel estão em: Apocalipse 1.7 (Dn 7.13); 9.20 (Dn 5.23); 13.7 (Dn 7.21). Você poderá notar que há também citações apenas de frases, sem preocupação de ser exato Literatura Apocalíptica do Judaísmo – A literatura apocalíptica do judaísmo contem livros que estão classificados dentro dos Apócrifos e Pseudepigrafes. As citações que João faz não são diretas, mas há incorporação de ideias e frases.

Os três principais livros dos quais podem ser identificadas passagens semelhantes ao Apocalipse de João são: Testamento dos Doze Patriarcas, As Profecias de Enoque e Assunção de Moisés.  As seguintes passagens do Apocalipse são citações desses livros: 2.7;17, 4.1,6, 6.3,9,11,12, 7.1,8.8, 9.1,20, 14.10,14, 17.14, 19.15, 20.8,13, 22.2. Esses livros fornecem recursos para interpretação de muitas das passagens do Apocalipse. Judas já havia feito isso ao citar textos de Enoque e fazer referência ao Livro – A assunção de Moisés.

João, não está colocando estas literaturas como inspiradas, mas como parte da cultura religiosa e literária da época.  Ele vê nestas literaturas, palavras que são próprias para comunicar o que estava recebendo por revelação de Deus. Ele as utilizava como recursos de ilustração das grandes verdades que estava recebendo. Ele usa símbolos conhecidos só dos crentes e judeus e que serviriam, além de ensino para os mesmos, de mensagem ‘’em código’’, oculto para as autoridades perseguidoras. O uso destas referências por João é o mesmo que fazemos hoje, buscando na nossa cultura, literatura, músicas, jornais, revistas etc., as palavras de nosso vocabulário para pregar a palavra

Há uma riqueza de símbolos no Apocalipse, mas isso não significa que todo livro seja simbólico. Há descrições reais e históricas, como a descrição da obra e atribuídos da Trindade. As igrejas eram reais, o autor era real da mesma forma. Não caímos no exagero de interpretações só simbólicas, ou só literais. Jesus é o centro e diante dele tudo comparecerá.

O problema é que muitos estudiosos misturam símbolos e literalidade conforme convém às suas interpretações.

Devemos lembrar sempre, que o Apocalipse é um livro de símbolos, e portanto, não podemos decidir arbitrariamente transformar o símbolo em linguagem concreta e nem a linguagem concreta em símbolo. 

quinta-feira, 7 de abril de 2022

Apocalipse - aula 01

 


                                                                        
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LIVRO DO APOCALIPSE


           ABRINDO O LIVRO DE APOCALIPSE

Apocalipse 1.1-8

REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO

Para ler o Livro de Apocalipse, é preciso entender o livro é o que diz no inicio dele - conteúdo é uma ‘’revelação de Jesus Cristo’’ que foi dada por Deus.  Esta revelação é sobre  ‘’as coisas que brevemente devem acontecer’’. João, o autor, é levado por um anjo  passo a passo pelos caminhos da revelação  . João, afirma que é  uma testemunha fiel e de forma fidedigna escreveu tudo o que viu.

A fonte desta maravilhosa revelação é Deus Pai que fala através de Jesus Cristo. O texto nos informa que a revelação é sobre o que vai acontecer ‘’brevemente’’.  Como estamos tratando de uma linguagem apocalíptica, ou seja, de revelação profética por meio de símbolos, figuras e imagens, o tempo cronológico deve ser deixado de lado, mas deve ser visto -  como a certeza do que vai acontecer - os fatos falam de coisas urgentes, pois ‘’o tempo está próximo’’.

João, expressa sua fé de que o Senhor Jesus Cristo está vivo que irá cumprir seus propósitos no tempo profético anunciado, isto quer dizer – brevemente. A sentença: ‘’coisas que  (...) devem acontecer’’, é uma expressão grega que significa ‘’é necessário, é obrigatório, não falhará, está determinado’’.  O que está sendo anunciado é um plano de Deus, que faz parte dos desígnios que compõem a história da salvação.  O autor também deixa claro que a revelação é para um publico definido,‘’os seus servos’’. Estes são os principais beneficiados com a revelação e as bem-aventuranças (v.3). O objetivo específico, não é revelar segredos da história futura, mas dar esperança aos fieis que terão tempos difíceis pela frente, mas na devem retroceder, mas viver com a esperança revelada.

                        DEFINIÇÃO DO TERMO - APOCALIPSE

O nome Apocalipse, vem do termo que aparece já no primeiro verso. É o vocábulo  grego  apokálypsis.  Esta palavra é composta de dois termos: apó, que significa de, da parte de, e kálypto, que é ‘’cobrir’’, ‘’esconder’’, ‘’ocultar’’. Então temos ‘’de parte do que é encoberto’’, e daí vem o termo ‘’revelação’’.

Entre os judeus não havia uma palavra que pudesse transmitir o mesmo significado ou que tivesse equivalência para o termo grego. Eles usavam o  termo profecia.

Os livros proféticos judaicos, visavam dar esperança para o povo que vivia desde o Cativeiro Babilônico (598 – 536 a.C.) sob o domínio de povos estrangeiros. Estes livros, portanto, mostravam que Deus interviria na história, criando assim um clima de esperança.

As profecias respondia algumas perguntas importantes:  Como Deus interviria? O que aconteceria com os homens e com o mundo? O que aconteceria  com os inimigos do povo de Deus? Tudo isso é entendido como uma revelação de Deus, pois, sem esta, eles mesmos não poderiam descobrir.

                          QUESTÕES INTRODUTÓRIAS

Autor e Destinatários – O autor se apresenta como simplesmente  - João - (1.4), significando que era um personagem bastante conhecido das igrejas destinatárias da mensagem que eram as ‘’sete igrejas que estão na Ásia’’ (1.4).  A Ásia, é hoje a “Ásia Menor” e na época,  era uma província romana cercada pelo Mar Mediterrâneo ao sul, o Mar Egeu a oeste, a província da Bitínia ao norte e a da Galácia a leste.  As sete igrejas estão em sete cidades (1.11), estrategicamente localizadas e que formavam centros naturais de divulgação das mensagens.

Essas igrejas, não eram – igreja proféticas – ou simbólicas, mas eram reais, localizadas em cidades reais.  O texto não diz que as sete representavam sete períodos da historia da igreja. As cartas às sete igrejas e todo o conteúdo do livro tinham endereços certos, seriam recebidas, lidas e entendidas por estas igrejas. Por outro lado, o conteúdo, não deveriam ficar restritos àquelas igrejas, pois o numero sete era o era o número usado para simbolizar aquilo que é completo, pleno. Por isso sete igrejas representam também a plenitude da igreja, ou a igreja de todos os tempos. Elas representavam todas as igrejas. Assim, a mensagem do Apocalipse é para nossa igreja de hoje. Estas sete igrejas são tipos de todas as outras as igrejas, tanto da época como futuras. A mensagem às sete igrejas, são relevantes para todas as igrejas em todas as épocas.

O tema principal do livro é a pessoa de Cristo, que tendo ressuscitado e sendo glorificado – recebe todo o poder para conduzir a igreja enquanto a história humana se desenvolve. O livro está repleto de hinos cristológicos onde esta verdade é evidenciada (ver Ap 1.7; 5.13 3 7.12). Esta é a mensagem central; Cristo reina soberanamente e voltará. Seu reinado soberano é sobre a igreja e ele exerce seu senhorio sobre o mundo na medida em que conduz este mundo para um fim – a sua volta. Sua volta significa salvação, manifestação da justiça de Deus, tanto para absolver como para condenar, e glorificação. A sua vinda é seu dia – “O dia do Senhor.’ O grande acerto de contas com a humanidade ímpia que combateu e perseguiu a igreja o tempo todo.

sábado, 30 de dezembro de 2017

A Doutrina do Pecado - Sistemática

Aula de Teologia Sistemática - Maio de 2016


                                                              
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A DOUTRINA DO PECADO – HAMARTIOLOGIA.

O pecado causa a quebra do relacionamento com Deus. Quando uma pessoa peca contra Deus, ela se afasta de Dele, ou melhor explicando, uma pessoa peca porque se afasta de Deus. Deus não pode tolerar o pecado, pois Ele é santo e o pecado é uma ofensa à santidade daquele que é absolutamente puro, absolutamente santo.
Jesus Cristo, é o único mediador que pode restaurar o relacionamento rompido entre Deus e o ser humano.  A Bíblia diz: “há um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5). Ele, por meio de sua obra é o único que pode reunir e reuniu de fato Deus Pai e os seres humanos, na obra de reconciliação, assim, restaurou o relacionamento quebrado.
O salário do pecado é a morte (Rm 6.23). A morte é a separação de Deus e a separação de Deus causa a morte. O pecado é chamado de morte, porque afetou cada parte da vida e atividade humanas.
O ser humano é corrupto e mau em suas condutas, intenções, inclinações e palavras.
O mundo é um mundo de pecados. O mundo geme com doenças, sofrimentos, infelicidade, amarguras, traições, lares desfeitos, guerras grandes e pequenas, mortes, violência, ódio, miséria, injustiça, tudo por causa do pecado – e o pecado está no intimo do ser humano e não fora dele. Cada ser humano existente foi afetado com esta “corrupção radical.”
 
O QUE É O PECADO
1 – DEFINIÇÕES:
Uma compreensão errada do pecado, gera uma compreensão errada da doutrina da salvação.. quando temos uma visão errada da razão ou da essência do mal e como influencia a humanidade, também fatalmente serão criados conceitos complicados do que seja o certo ou o errado. Também não compreenderemos o que seja a vontade de Deus e sua santidade.
A importância do estudo da doutrina do pecado se dá, porque entenderemos a condição  da humanidade e também a grandiosidade da doutrina da salvação.
Vejamos alguns pontos de vista sobre o pecado:
a)    O pecado como mal social – alguns adotam o pecado como deixar de fazer o bem aos necessitados. O pecado então, é visto como uma injustiça contra os fracos. Esta é visão adotada pela teologia da libertação, por exemplo. Se fosse assim, a humanidade não precisaria de um redentor, mas de boas políticas e políticos.
b)    O pecado como questão cultural – outros adotam a visão de que o pecado é uma questão de ponto de vista ou nível cultural. Não existe uma verdade absoluta, e o que é pecado em um grupo social, pode não ser no outro. Alguns pensam que o pecado é consequência do meio em que as pessoas vivem, e, se melhorar o meio o pecado e o mal desaparecerão. Se assim fosse, a humanidade precisaria apenas de benfeitores e santos e não de redenção e salvação.
c)    O pecado como ignorância – estes afirmam que o pecado é simplesmente fruto da ignorância humana. As pessoas praticam o que é errado, porque não conhecem o que é melhor e havendo melhor educação, haverá a melhora do ser humano. Neste caso, a humanidade necessita apenas de bons professores e bons moralistas.
d)    O pecado como ato errado – Este é um erro que é “bem evangélico”, acham que o pecado são os atos errados que as pessoas praticam, e se a pessoa deixar de fazer o que está fazendo errado, o pecado está consertado.
O erro deste conceito é não ver que a pratica do erro é consequência de uma corrupção do interior, de intenções, de desejos. Antes de se tornar prática, o pecado estava no coração e na mente. A pratica é consequência do desejo e intenção pecaminosa. Um adultério, por exemplo, não é resolvido como pecado, com a simples decisão de não encontrar mais a pessoa com quem se está adulterando. A traição como pecado, não é resolvida com a ausência do encontro pecaminoso. Esta visão não reconhece a corrupção do pecado original, e pensa que o pecado pode ser tratado com regras e leis.
DEFINIÇÃO BÍBLICA DE PECADO
O Breve Catecismo de Westminster define biblicamente o pecado: “Pecado é qualquer falta de conformidade com a Lei de Deus, ou qualquer transgressão dessa Lei.”
Veja que não é apenas a “transgressão” – Atitude e prática – mas, vai além disso, é “qualquer falta de conformidade” com a lei de Deus, com a vontade de Deus, com a santidade de Deus, com o padrão de pureza de Deus.
1 João 3.4 – “pecado é iniquidade.”
A verdadeira natureza do pecado é oposição a Deus, o que inclui todas as fases do mal, da maldade e da malignidade.
O pecado é realmente pecaminoso é uma ofensa ao ser de Deus. Não é apenas limitação, egoísmo, sensualismo, mas é oposição às perfeições de Deus. Se não houvesse a santidade de Deus, se não houvesse a sua lei como expressão de suas perfeições e como padrão da vida moral – seja lei escrita ou da consciência – não haveria pecado, nem qualquer bem moral – nem padrão espiritual de santidade. Mas há a Lei de Deus. Há a santidade de Deus, há as perfeições de Deus – por isso, existe o pecado e ele é a pior coisa que poderia existir.
O pecado é a corrupção das faculdades humanas, especialmente, do caráter moral e espiritual da alma. É um afastamento de Deus.
O pecado é a corrupção original, ou seja, ele veio com o primeiro casal humano, que é a matriz de toda a humanidade. Em Adão todos pecaram.
O PECADO ORIGINAL O QUE É
O Breve Catecismo de Westminster, mais uma vez pode nos ajudar nas definições: “ No que consiste o estado de pecado em que o ser humano caiu? O estado de pecado em que o ser humano caiu consiste no crime do primeiro pecado de Adão, na falta de retidão origina, na corrupção de toda a sua natureza, o que ordinariamente se chama pecado original.”
O pecado original significa não o primeiro pecado de Adão, nem o primeiro pecado de cada indivíduo, mas a condição de todos os membros da raça humana mediante o nascimento, anterior à transgressão real, condição que lhes sobreveio da queda de Adão, cabeça federal da raça.
Pecados não são apenas as faltas ou transgressões dos mandamentos de Deus através de atos, ainda que estes sejam realmente pecados, e alguns atos abominações diante de Deus. Mas , o pecado é principalmente, a enfermidade hereditária que corrompeu toda a natureza humana como pecado grandemente horrendo. O pecado é o princípio original e a fonte de todos os outros pecados. A raiz corrupta e corrompida de onde procedem todas as transgressões.
Para Calvino, a raiz dos pecados é o pecado original, ele declara que o pecado original é: “a depravação e corrupção hereditárias de nossa natureza, difundida através de todas as partes de alma, tornando-nos passíveis da ira divina”
Por isso, é necessário afirmar que não se trata o pecado com regras e leis, mas com a aplicação da Palavra de Deus na vida da pessoa. O antídoto ao pecado é a santidade, a mortificação do pecado, através de renuncias sérias ao desejo, qualquer desejo pecaminoso.
Fala-se em “pecado de comissão”, aquele que é praticado, por atos. E também em “pecado de omissão”, o bem que deixamos de fazer. Mas é preciso falar de “pecado original”, “pecado de intenção”. O desejo pecaminoso, a concupiscência, aqui está o problema.
Quando alguém comete um ato pecaminoso, é preciso ir até a raiz do pecado, para que haja a libertação. Caso contrário, haverá muitas recaídas, que na verdade não são recaídas, é o mesmo pecado em ação.
As provas bíblicas são:
Sl 51.5 – “em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.”
Jó 15.14 – “que é o homem, para que seja puro? E o que nasce de mulher para que fique justo?”
João 3.6 – “O que é nascido da carne é carne.”
Ef 2.3 – “Éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.”
Sl 58.3 – “alienam-se os ímpios desde o ventre, andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras.” Ver também Gn 8.21; Mt 7.16-19.
A natureza humana não regenerada é pecaminosa. Portanto, a natureza humana inerente e latente é má e pecaminosa (Rm 6.6; 7.5; Gl 5.24; Tg 3.11-12.)
1 Corintios 15.22 – “em Adão todos morrem.”
Rom 5.16 – “O juízo veio de uma só ofensa, na verdade para condenação.”
Rom 5.12 – “ morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.”

COMO O PECADO SE MANIFESTA
1 – TRANSGRESSÃO – O pecado é a transgressão da Lei de Deus, ou seja, do ideal de santidade que a justiça e a santidade de Deus exige de cada um  de nós.
1 João 3.4 – “Todo aquele que pratica o pecado, também transgride a Lei; porque o pecado é a transgressão da lei.”
 2 – DESOBEDIÊNCIA – É a nossa inconformidade, pensamentos e atitudes que contrariam a soberania de Deus e a sua vontade para nós.
Jeremias 3.25 – “temos pecado contra o Senhor nosso Deus, nós e nossos pais, desde a nossa mocidade até o dia de hoje; e não demos ouvidos a voz do Senhor nosso Deus.
3 – REBELDIA – A rebelião é nossa vontade e ações agindo de forma contrária à vontade de Deus. Quando sabemos a vontade de Deus e agimos contrários a ela, isto é a rebelião.
1 Samuel 15.23 – “porque a rebelião é como pecado de feitiçaria...”
4 – INTENÇÕES CONTRÁRIAS À VONTADE DE DEUS – Se refere às intenções pecaminosas, às maquinações, os pecados premeditados e tudo aquilo que sabemos que não deveríamos fazer e mesmo assim fazemos.
Pv 24.9 – “Os desígnios do insensato são pecado, e o escarnecedor é abominável aos homens.”
5 – ORGULHO E ARROGÂNCIA.
Aqui se reúne todas as atitudes humanas que não imitam ao Senhor Jesus em sua humildade. A renuncia à humildade gera a auto exaltação, orgulho, soberba e altivez, sentimentos e atitudes que são uma afronta a Deus e à pessoa do Senhor Jesus que deu o exemplo de humildade e humilhação.
Pv 21.4 – “Olhar altivo e coração orgulhoso, lâmpada dos perversos, são pecado.”

SOBRE A ORIGEM DO PECADO
O pecado com relação à humanidade, foi trazido por Satanás ao ser humano, ainda no Éden, mas ele, Satanás, já havia pecado, neste sentido o pecado não é uma invenção humana. O ser humano, pecou, porque a ele foi oferecido. Antes do ser humano cair, Satanás e seus anjos já haviam caído. Antes de haver a queda na terra, houve a queda no reino celestial.
Vamos entender isso:
Na terra houve uma prova, quando Deus alertou o ser humano: “...de toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.16,17). Uma vez caindo a mulher e o homem na tentação, a consequência estabelecida por Deus foi imediata: “portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens porque todos pecaram” (Rom 5.12).
Ao ser provado, o ser humano caiu e não foi aprovado, mas como não foi ele o inventor do pecado, Deus enviou alguém aprovado para o substituir na condenação. Como o ser humano estava condenado, Deus condenou outro no lugar do ser humano, Jesus Cristo, e é isto que significa a salvação. Mas esta substituição é somente pelo ser humano, por isso o diabo e seus anjos nunca terão salvação, pois eles foram condenados, e não houve quem fosse condenado no lugar deles
Hebreus 2.14 -18 – “ Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida. Pois ele, evidentemente, não socorre anjos, mas socorre a descendência de Abraão. Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.”

 1 -  A ORIGEM DO PECADO NO CÉU – ORGULHO.
Satanás foi criado como uma criatura de grande beleza ante de sua queda, sendo criado também com uma imensa sabedoria, ou conhecimento das ciências eternas. Certamente, movido por esta tão grande condição, quis ser adorado como Deus.
Ezequiel 28.14 -17 -  “Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniqüidade em ti. Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra, diante dos reis te pus, para que te contemplem.”
Estas palavra proféticas dirigidas uma personagem humano, na verdade tem seu alvo dinâmico para aquele que corrompeu o rei de Tiro, pois estas palavras descrevem não um ser humano, mas um ser supra-humano.
 Da mesma forma o profeta Isaías nos dá uma descrição do rei da Babilônia, cujas descrições são de um ser de dimensões espirituais e angelicais.
Isaías 14 - 12 -20 – “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.
 Contudo, serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo do abismo. Os que te virem te contemplarão, hão de fitar-te e dizer-te: É este o homem que fazia estremecer a terra e tremer os reinos? Que punha o mundo como um deserto e assolava as suas cidades? Que a seus cativos não deixava ir para casa? Todos os reis das nações, sim, todos eles, jazem com honra, cada um, no seu túmulo. Mas tu és lançado fora da tua sepultura, como um renovo bastardo, coberto de mortos traspassados à espada, cujo cadáver desce à cova e é pisado de pedras. Com eles não te reunirás na sepultura, porque destruíste a tua terra e mataste o teu povo; a descendência dos malignos jamais será nomeada.”
Claramente fica claro que o orgulho foi o pecado de Satanás, porém, a santidade de Deus não permitiu que este pecado permanece diante de si e o diabo foi lançado fora de sua presença, pois a natureza de Satanás, era esta, e a glória de Deus não pode aceitar o pecado diante de si. O orgulho não é uma entidade em si mesmo, mas é um sentimento que se originou da não concordância com a soberania e glória de Deus.

2 – A ORIGEM DO PECADO NA TERRA.
Como já vimos na introdução deste tema, Deus havia determinado que o homem e a mulher vivessem em liberdade, apenas com uma restrição: não comer do fruto de uma determinada árvore, chamada “árvore do conhecimento do bem e do mal.”
A única ordem restritiva era esta, o fruto proibido e se eles transgredissem esta ordem, morreriam, porém a serpente (que era o diabo),  foi até eles e tentou colocar a ordem de Deus em descrédito.
Genesis 3.1-6 – “ Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.”
Numa perspectiva formal, o primeiro pecado do ser humano, consistiu em comer do furto proibido. Não sabemos que espécie de fruto e de árvore era. Aparentemente, não havia nada espiritual ou mistério algum na árvore e no fruto. Comer deste fruto, não em si mesmo pecado, e não seria pecado comer, se Deus não tivesse proibido. Esta é pelo menos a opinião dos principais intérpretes das Escrituras. O que não há unanimidade, é por que motivo a árvore foi denominada do conhecimento do bem e do mal. Uma opinião comum, é que ela foi chamada assim, porque o comer do seu fruto, infundiria conhecimento prático do bem e do mal. As opções são as seguintes:
a)    Apontaria para o estado futuro do ser humano se seria bom ou mal.
b)    Se o ser humano deixaria que Deus lhe determinasse o que era bom ou mal, ou se ele, ser humano se encarregaria ele mesmo de determiná-lo por si e para si.
Seja como for, a explicação mais provável a ordem de Deus para que eles não comessem do fruto serviu como prova de obediência ao ser humano. Este era o propósito.
Foi um teste de pura obediência, desde que Deus de modo nenhum procurou justificar ou explicar a proibição. Adão tinha que mostrar sua disposição de se submeter a vontade de Deus.
Veja então os dois tipo de provas:
O dos anjos foi a prova da adoração, o reconhecimento da glória de Deus. O orgulho reprovou definitivamente, aqueles seres celestiais que se recusaram a dar glórias a Deus.
A prova dos seres humanos, foi o reconhecimento da soberania de Deus.
O pecado dos anjos reprovados foi o orgulho, o dos seres humanos, foi a desobediência.

3 – CONSEQUÊNCIAS DO PECADO:
Como vimos anteriormente, o ser humano tinha sido alertado no Eden quanto ao pecado (Gn 2.17), porém não deu ouvidos a voz do Senhor e recebeu a terrível recompensa de sua transgressão: “o salário do pecado é a morte...” (Rm 6.23). com o pecado prevalecendo, o mundo todo ficou mergulhado sob influência de Satanás: “sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no maligno” (1 João 5.19). Assim sendo, esta última influência e neste estado o mundo tem existido. A Bíblia afirma:
a – Toda a humanidade vive na injustiça, ou seja longe do padrão santo de Deus. Romanos 3.10 – “não há um justo, nem sequer um.”
b – Todos se encontram num estado de separação de Deus, longe da glória de Deus. Romanos 3.23 – “todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus.”
c – Se alguém se considerar que não é um pecador, está mentindo.
1João 1.8 -10 – “se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos e não há verdade em nós.”
Quem levar sua vida envolvida com a prática do mal sem se arrepender, o destino será terrível, a perdição eterna. Apocalipse 21.8 – “Quanto porém aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.”

A EXTENSÃO DO PECADO
A Bíblia nos deixa claro sobre a consequência da transgressão da ordem divina do Éden que foi a morte, mas a extensão do pecado vai muito além, pois segundo as Escrituras tanto o reino celestial como a terra, foram afetados pelo pecado.
1 – CONSEQUÊNCIAS NA TERRA:
a – Afetou a humanidade inteira (Rom 5.12).
b – Afetou a natureza inteira (Gn 3.17,18).
c – Afetou a vida animal inclusive. O ser humano passou a se alimentar do animal, e também, os animais começaram a matar e comer uns aos outros. Somente quando Deus restaurar todas as coisas este ‘modus vivendi” mudará.
Isaias 65. 25 – “...o lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá a palha como o boi...”

2 – CONSEQUÊNCIAS NAS REGIÕES CELESTIAIS.
O pecado afetou também as regiões celestiais, até porque começou nesta esfera. A Bíblia também fala de uma transformação nas regiões celestiais. Vejamos alguns textos:
Isaias 65.17 – “Vejam que crio novos céus e nova terra. Não haverá mais lembranças das coisas passadas, nem mais se recordarão.”
Apocalipse 21.1 – “Então vi um novo céu e uma nova terra, pois já o
O pecado não afetou  o céu, o lugar do trono do Senhor. Quando se fala em  regiões celestiais não se trata disso, mas daquela esfera dos seres espirituais como anjos e querubins.

Soteriologia - A Doutrina da Salvação - Sistemática

Aula de Teologia Sistemática - Junho de 2016



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A OBRA DE CRISTO E A DOUTRINA DA SALVAÇÃO – A SOTERIOLOGIA.
A obra de Cristo foi completa e comprou para nós a salvação. Não há outra maneira ou meio de sermos salvos (At  4.12).
Seis aspectos da grandiosa obra de Cristo, são demonstradas em um só versículo em 1 Timóteo 3.16 – “ Grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne, foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória.”
O que significa cada descrição:
1 – MANIFESTADO NA CARNE – Quer dizer que Deus foi visto na forma humana de Jesus. “...e vimos a sua glória, glória como unigênito do Pai.” (João 1.14)
2 - JUSTIFICADO EM ESPÍRITO – Significa que o ministério de Jesus foi desempenhado no poder do Espírito Santo. Ele foi concebido pelo poder do Espírito Santo, cheio do Espírito, ungido pelo Espírito, ofereceu-se como sacrifício a Deus pelo Espírito e pelo mesmo Espírito foi ressurreto de entre os mortos, e deu o Espírito à igreja. Lucas 1.35 – “ descerá sobre ti o Espírito Santo...o ser santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.”
3 – CONTEMPLADO POR ANJOS – Destaca que sua vida humana foi objeto de grande interesse e maravilhou os anjos. As poucas manifestações de anjos nos evangelhos já são suficientes para vermos a admiração intensa de todos os aspectos da vida e obra do Senhor Jesus. Basta lembrar as doze legiões de anjos que estavam ao seu dispor no momento da sua traição (Mt 26.53). 1Pe 1.12 -  “...estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos desejam perscrutar.”
4 – PREGADOS ENTRE OS GENTIOS -  É anunciado que Jesus não se restringiu aos judeus, mas a mensagem de salvação foi anunciada ao mundo gentilico. Mt 28.19 – “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações...”
5 – CRIDO NO MUNDO – Realça o saldo positivo da pregação às nações do Evangelho de Cristo. O Evangelho foi pregado às nações, e não apenas pregado, mas também crido. Sua mensagem quando recebida, gera perdão dos pecados e salvação eterna. Ap 7.9 – Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e linguas, em pé diante do trono e diante do cordeiro, vestidos de vestiduras brancas...”
6 – RECEBIDO NA GLÓRIA – Salienta o desfecho vitorioso da obra do Deus Filho neste mundo. Fp 2.8-11- “a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz, pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu um nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todos joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.”
A obra de Cristo pode ser descrita nos seguintes estágios:
1 – Pré encarnado – Sua obra de criado e sustentador do universo.
2 – Encarnado – Sua obra de revelar a Deus.
3 – Crucificado – sua obra de reconciliar o ser humano com Deus.
4 – Ressuscitado – sua obra de destruir o reino do diabo, que são suas obras más.
5 – Glorificado – sua obra mediadora, sua obra completa proporciona a salvação à humanidade, fazendo a vontade do Pai.
6 – Sua obra na igreja – Sua obra através da igreja, onde ele age através do poder do seu nome.
7 – Coroado – Sua obra de senhorio universal no fim de todas as coisas.

 
A OBRA DE CRISTO SEGUNDO O NOVO TESTAMENTO
A morte de Cristo é central na doutrina cristã e fundamental à fé cristã. A mensagem da igreja primitiva foi marcada por esta doutrina, sem a qual não existiria o cristianismo. 1Cor 15.3 – “antes de tudo, vos entreguei o que também recebi; que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras.”
Os pontos principais sobre a morte de Cristo são:
1 – Sua paixão e morte foram pré-ordenadas e necessárias.
A morte de Jesus não foi um acidente histórico, nem um plano emergencial de Deus. Muito menos foi uma tragédia, mas foi sim, uma estratégia divina, um plano eterno.
2 Timóteo 1.9-10  - “Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos;
E que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho;”

O seu sofrimento não era consequência de um acaso, fatalidade ou apenas fruto de decisões humanas – mas era propósito divino.
João 12.27 – “agora está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora?
O seu sofrimento era cumprimento das Escrituras
Marcos 9.12 – “como está escrito do Filho do homem, que ele deva padecer muito e ser aviltado.”
Depois de sua ressurreição, ele afirmou que sua morte era para cumprir as Escrituras e cobra os discípulos por terem esquecido este fato:
Lc 24. 25-27 – “Jesus lhes disse: Ó nescios e tardos de coração para crer em tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória?”
2 – Sua morte é apresentado em termos sacrificiais, como cumprimento dos sacrifícios do Antigo Testamento.
a) O cumprimento da páscoa. Jesus fez questão de usar a celebração da páscoa como pano de fundo da sua morte (Lc 22.15-16), Paulo escrevendo aos corintios afirmou este fato em 1Cor 5.7 – “...Cristo, como nosso cordeiro pascal foi imolado.”
b) Sua morte é uma confirmação da Antiga Aliança e o estabelecimento da Nova Aliança. Jesus fez questão de salientar o simbolismo do pacto. Lucas 22.20 – “Este é o cálice da nossa aliança no meu sangue derramado em favor de vós.”
Jesus está fazendo uma nova aliança com os membros da antiga aliança e chamando outros para que participem. A igreja é o “novo Israel”. A Nova Aliança tem inicio com a morte e ressurreição de Jesus Cristo. A Nova Aliança é o pacto de salvação entre Deus e o seu povo. Seu novo povo. A Igreja de Jesus.
3 – Sua morte estabelece o livre acesso a Deus, isto é representado no Véu do Templo rasgado de alto a baixo – A morte sacrificial de Jesus Cristo, estabelece o livre acesso a presença de Deus, por parte de seu povo.
Mateus 27.50-52 – “...Jesus, clamando outra vez com grande voz entregou o espírito. Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo...”
Na Antiga Aliança, apenas o sumo sacerdote entrava por trás do véu uma vez por ano e com o sangue do sacrifício. Na carta aos Hebreus, é nos dito que a eficácia do sacrificio de Cristo é de uma vez para sempre. É definitivo, uma vez só para sempre.
 Ele entra por trás do véu celestial e entra na presença de Deus, não apenas como sacrifício, mas como nosso substituto. Ele destrancou as portas do céu e agora temos livre acesso e podemos ficar face a face com Deus.
Hebreus 6.19-20 – “...além do véu, onde Jesus como precursor, entrou por nós tendo-se tornado sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.”
4- Sua morte foi vicária ou seja, substitutiva.
Vemos isso nos seguintes fatos:
a)    Sua identificação com os pecadores – Jesus fez questão de identificar-se com os pecadores. Ele ficou conhecido como – “amigo de publicanos e pecadores” (Mt 11.19).
b)    Sua substituição do pecador – Diante de Caifás, ele foi declarado o “cordeiro do sacrifício.”
João 11.50 – “...vos convém que morra um homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação.”
O que fica evidente é que Caifás como sumo sacerdote, estava escolhendo o cordeiro pascal. Aquele que iria morrer em lugar do povo, isto é, em favor do povo.
C – Sua morte foi expiatória, e ele sofreu a punição como pecador. A identificação de Cristo com o pecador é especialmente evidente na sua morte. O pecado e o pecador foram punidos nele.
Galatas 3.13 – “Cristo nos resgatou da maldição da Lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar.”
Na crucificação, sua identificação com os pecadores se completou ao experimentar o abandono de Deus Pai, quando ele proferiu as palavras: “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” (Mt 15.34).
c)    Sua morte foi redentora. Jesus ao morrer resgatou a muitos. Mt 10.45 – “não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.”
Sua morte na cruz, foi o preço pago por nossa libertação. Ef 4.8 – “quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens.”
d)    Sua morte foi um triunfo sobre o diabo e forças do mal. Desde o inicio de seu ministério, Jesus enfrentou o reino das trevas. Ele sempre esteve empenhado numa confrontação direta entre o Filho de Deus e domínio do diabo.
Desde o momento em que Jesus aparece pregando o  reino de Deus, o poder do diabo vai sendo enfrentado. Mt 8.29 – “que temos nós contigo, ó Filho de Deus! Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?”
Lucas 11.20 – “Se porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, é chegado o reino de Deus sobre vós.”
Seu sofrimento foi vitorioso, pois foi uma conquista definitiva sobre o reino das trevas. Na cruz o diabo e todos os principados e potestades foram vencidos (Col 2.12-15). Uma das grandes mentiras do diabo é que o sofrimento produz apostasia. Foi assim que desafiou a Deus  permitir tocar na vida de Jó (Jó 2.4-5).
Como qualquer ser humano saudável, Jesus queria desviar-se do sofrimento e da morte desnecessária. No entanto, depois de ter certeza de que fazia parte da vontade perfeita do Pai, ele bebeu por completo o cálice amargo da ira de Deus, que causou nele os maiores sofrimentos já experimentado por qualquer outro ser no universo.
Isaias 53.5 – “...ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.”
Também sua ressurreição foi um triunfo sobre as forças das trevas. A ressurreição é a grande, visível e maravilhosa vitória de Cristo sobre o diabo e sobre a consequência do pecado, a morte. Tal vitória é o testemunho de que sua morte, foi a morte que trouxe salvação ao mundo.
Lc 24.42-46 – “estas palavras eu falei estando ainda com vocês; importava que se cumprisse as Escrituras, tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos. Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre  os mortos no terceiro dia.”
E – Sua morte é pela humanidade, isto é, universal.
Esta afirmação não equivale a dizer que a morte de Jesus salva a todos, mas que salva a todos os que creem, de todos os lugares e de todos os tempos. Deus amou o mundo e enviou o seu Filho para que crendo nele não pereça.
João 3.16 – “...Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito...”
Mt 28.19 – “Fazei discípulos de todas as nações.”
2 Pe 3.9 – “...não retarda o Senhor a sua promessa como alguns o julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.”

As Palavra de Jesus na Cruz